Capítulo 06

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Rita não esperava ver Olavo na empresa tão cedo,então ficou incrivelmente  surpresa ao vê-lo cruzar a porta do elevador para a sua sala,ele passou por ela e sorriu-lhe, não foi um riso animado,ou cordial,parecia mais um riso de quem busca amparo. Ela não retribuiu o sorriso,mas fez um leve aceno com a cabeça,por mais que não quisesse olhar em seu rosto,que estivesse mortificada pela noite anterior,não podia levar seus problemas pessoais para dentro da empresa. Sua ética profissional não permitiria que questões emocionais,comprometessem o andamento do seu trabalho. Afinal,se seus sentimentos nunca foram um empecilho antes,não seriam agora. E no mais,não conseguia ter raiva dele.

Olavo foi direto pra sua sala,queria parar e conversar com Rita,pedir desculpas,mas não queria causar rumores pela firma, já bastava todos estarem encarando-o com estranheza pelo simples fato,dele ir trabalhar um dia após a morte do pai.

Rita estava trémula e ansiosa,sabia que a qualquer momento, Olavo a chamaria em sua sala e ela não saberia como agir.

-Nossa! Mas,ele é um gostoso,né? -Sara debruçou-se a frente da mesa de Rita,trazia alguns relatórios pra ela conferir -Você estava com ele no enterro ontem,devia ter aproveitado o momento de fragilidade dele e oferecido conforto na cama!

-Sara,fale baixo!-Rita corou- Você não é normal!-Ela divertia-se com o jeito de Sara,a ruiva era descontraída e engraçada.- se o Olavo te escuta,estaremos na rua.

-Vai dizer que não está louca pra trepar com ele na mesa do escritório? Ele tem cara de quem fode muito!

-Sara,você é insana!

-Eu sei,mas os homens gostam. Bom,eu vou indo!

A garota riu e se ausentou,mal sabia ela que Rita havia sim oferecido sua cama pra curar as amarguras dele,alias desde que o conhecera oferecia a ele seu corpo,sua cama,seu coração, seu companheirismo. Oferecera a ele tudo o que tinha,ainda que fosse pouco,mas Olavo não estava disposto a aceitar e ela sentia-se inútil,por não conseguir despertar a atenção ou o desejo dele.

O telefone em sua mesa tocou,tirando-a de seus devaneios.

-Rita!

-Sim,doutor Olavo...-ela ouviu o suspiro impaciente na outra linha,sabia que ele não gostava quando ela o chamava de doutor

-Por favor,venha a minha sala!

Rita levantou-se, respirou fundo e foi até a sala dele.

-Sim!

-Eu quero me desculpar por ontem!- ele encarou-a, parada na porta em seu terninho azul-turquesa impecável,os cabelos presos num coque e uma maquiagem leve no rosto- Por favor,Rita se sente!- ela aproximou-se a passos lentos e sentou-se a frente de sua mesa -Você é a única amiga que eu tenho,Rita!-ele levou as mãos a cabeça,afastando os cabelos da testa,numa clara expressão de frustração- Eu tenho o dom de estragar as minhas relações e eu não quero que seja assim com você. Você tem sido a única coisa boa na minha vida,e agora que parece que está tudo ruindo,eu não posso perder você também.

-Olavo,eu...

-Rita,eu não tenho nada pra te oferecer! Eu não sou bom o suficiente pra você! Eu...

-Eu já entendi!-ela levantou-se e estendeu a mão a ele sufocando as lágrimas- Amigos?-ele sorriu parecendo aliviado,sem notar o esforço que ela fazia para conter o choro. Ele tomou-lhe a mão e beijou-a -Eu tenho que levar alguns documentos ao RH, com licença!

Ela deixou a sala,seguindo para o banheiro,onde se permitiu sentar no vaso sanitário e deixar as lágrimas correrem soltas,espalhando traços pretos por seu rosto branco
                     ***

Heloísa acordou no sofá da sala de Manuela,completamente nua,com dores por todo o corpo. Tentava se lembrar da noite anterior, mas não conseguia. Sentou-se, a cabeça estava muito pesada,ao passar a mão pelo rosto,sentiu algo viscoso e ressequido em sua bochecha ,ao levar a mesma mão ao nariz,sentiu o evidente cheiro de sexo.
Correu para o banheiro social e não pode acreditar na sua própria imagem no espelho,não era só o seu rosto,mas seus cabelos,seios,barriga estavam cobertos de gozo,como se um cavalo tivesse ejaculado nela,tinha marcas de chupao no pescoço,seios e coxas. Sua vulva e seu anus ardian e a musculatura do seu rosto doía.
Não conseguia se lembrar da noite anterior, por mais que se esforçasse,mas seu corpo denunciava o que havia acontecido. Vestiu um hobe, foi até o quarto de Manuela e esmurrou a porta.

-O que é que foi,louca?- Manuela abriu a porta em sua camisola verde de seda- Será que eu posso dormir em paz?

-O que você fez comigo,Manuela! -ela gritava atirando-se contra a filha que lhe segurava os punhos

-Eu? Absolutamente nada! Quem fez foi o Rogério e o Pedro!- ela ria -Ainda bem que você acordou,achei que a Carmem seria obrigada a te ver nua no sofá quando chegasse!-ela riu

-Manuela como você pode ser tão crue... -Heloísa não pode terminar a frase pois sentiu o rubor na face direita.

-Sinta como se eu tivesse lhe retribuído um favor!- Manuela agarrou-lhe o braço e arrastou-a até o banheiro- É só uma pena que você não tenha sentido tudo,não tenha visto tudo,mas isso não é um problema,porque eu fiz questão de gravar pra você assistir,eu sabia que você ia estar chapada demais pra se lembrar. Acho melhor você tomar um banho,tem maquiagem aí no armário,pra esconder essas manchas. A menos que você queira que o seu querido Nelsinho saiba que ele é corno.

-Manuela,você...

-...é um monstro,já sei! Você deve me achar diabólica, não é mamãe?

-Não, você é o próprio diabo!

-Então tá!

Manuela riu e deu as costas.

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ManuelaOnde histórias criam vida. Descubra agora