Capítulo 17

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Sentada numa cadeira-de-balanço na varanda da Fazenda,Manuela observava Larissa brincando com sua boneca nova, ela trançava os cabelos do brinquedo e tinha uma candura primaveril típica de uma criança que não perdeu a inocência, Manuela a invejou.

- Você não é muito velha pra brincar de bonecas?- ela perguntou - a menina apenas deu de ombros e ela acrescentou- Você tinha brinquedos?

-Não!- ela emendou com simplicidade.

- Você vai ter tudo o que quiser!- Manuela emendou sorrindo- Entenda que o mundo pode ser seu, se você assim quiser.- Larissa não entendeu -Seus novos documentos já chegaram!- Larissa a encarou curiosa- Agora você é minha filha!- a menina sorriu- Ana Laura Junqueira Matos Guerra!

-Ana Laura?- ela estranhou

- Você vai se acostumar!- a garota deu de ombros

- Eu já vou morar com você?

-Ainda não! Você vai ficar por aqui com a Clarisse.

- Mas,eu quero ir com você, Manuela!

-Ainda não, meu bem! Eu preciso descobrir quem ia levar você embora,não é seguro!

- E quando vai ser?

-Quando eu disser,e pare de me questionar! -Manuela levantou-se e estendeu a mão pra ela- Vem,Laura!

A menina levantou-se, ajeitando o vestido no corpo,sentia-se imensamente feliz por ter sido salva por Manuela e apesar do seu jeito um tanto rude e meio distante, ela era o mais próximo de uma mãe que ela já teve,a sua própria a explorava pra conseguir dinheiro e como se não bastasse a tinha vendido

- Você vai ficar aqui comigo esse fim de semana?

-Vou sim! E na segunda você vai comigo,você e eu teremos aula!

-Aulas de quê?

-De tiro! Você vai aprender a se defender!

- Não!- Larissa afastou-se -Eu não gosto de armas,eu não quero!

-Ana Laura,você precisa aprender a se defender!- ela repetiu

- Eu não quero matar ninguém.

- E não vai! A menos que você precise... Um dia...- a menina arregalou os olhos -Não! Você não vai matar ninguém, mas imagine se você sofrer um sequestro, for assaltada ou ter a sua vida ameaçada?

- Eu preciso mesmo fazer isso?

-Sim,você precisa! Você é o meu maior tesouro agora,Ana Laura! Eu preciso garantir que nada de mal vai acontecer com você! -a menina sorriu comovida e a abraçou num gesto impulsivo.

- Eu faço! -a garota se convenceu a apertando mais forte,Manuela quis desvencilhar-se daquele abraçou,mas aos poucos acabou cedendo e envolveu a menina em seus braços, era bom sentir-se amada.

ManuelaOnde histórias criam vida. Descubra agora