Capitulo 13

73 15 2
                                    

Olavo seguiu para a empresa,mais cedo que  de costume.
Recusou-se a tomar café da manhã com Alma e teve que ouvir suas lamúrias e inúmeras queixas sobre ele não ir a missa de sétimo dia de seu pai. Chegou a berrar que ele era um ateu e por isso ia arder nas chamas do diabo pela eternidade por isso. Ele riu e deu-lhe as costas,o que causou ainda mais raiva na mãe.

Ele dirigia pensando que talvez fosse o momento de uma mudança de cenário, uma viagem para tirar todos aqueles problemas de sua cabeça. O Inventário do pai ainda demoraria pelo menos uns cinquenta dias para sair e talvez essa fosse a sua oportunidade de tirar as férias que não tinha há uma parcela de anos. Ponderou muito sobre isso,imaginando como a imprensa cairia sobre si e apontaria como ele estava sendo insensível, em buscar se descontrair logo após a morte de seu pai! É, aquele não seria um bom momento.
Não podia dar nenhum passo em falso,não podia demonstrar instabilidade aos acionistas,deveria esperar mais.

Olavo chegou na empresa e passaria depressa para a sua sala,mas deteve-se ao ouvir uma conversa entre o office-boy da empresa e uma outra funcionária, que falavam sobre um churrasco no dia anterior e em como a sua Rita estava lá, solta descontraída. Bebendo e sambando com aquele mesmo rapaz. Olavo teve raiva e queria demitir o rapaz na mesma hora,mas não tinha nenhum motivo plausível para isso.
Foi para a sua sala possesso ,arrancaria as explicações de quem lhe devia Rita.

Não ligou seu computador e não deu início ao seu trabalho, ja que não conseguiria se concentrar em nada até que Rita chegasse. Caminhou de um lado a outro pela sala,dando margem a sua imaginação que lhe mostrava cenas de Rita nos braços daquele rapazote,se esfregando nele,beijando-o...

-Olavo!- Rita chegou e adentrou a sua sala como fazia costumeiramente, aproximou-se dele e fez menção de beijá-lo,mas ele afastou-se e foi trancar a porta.- Algum problema? -ela encarou-o sem entender aquele rompante- Eu fiz alguma coisa que eu não sei?

-Onde você esteve ontem?

-Num churrasco com o pessoal da empresa- ela abriu os braços não entendendo- O que há de mal nisso?

-Nada,além do fato de ficar se esfregando com outros homens pelas minhas costas!- ele aproximou-se e encarou-a ameaçador e ela não resistiu a sorrir- O que é engraçado,Rita? Eu ter feito papel de idiota,enquanto você se divertia?

-Engraçado é esse seu ciuminho bobo

-Não estou com ciúmes!

-Ah não!- ela abraçou-o acarinhando seus cabelos e beijando seu rosto -Meu amor,você não estaria comigo,o pessoal me convidou e eu levei a Jú.

-Ah,claro! A amiga que me detesta e deve ter te incentivado a ficar com outro.

-Para!- ela acarinhou seu rosto e beijou sua boca- Você sabe que eu só tenho olhos pra você!

Olavo deixou a frustração de lado,admitindo para si mesmo em seu interior ,que tinha que mudar aquela sua possessividade, puxou-a para si num abraço reconfortante,fechou os olhos para senti-la  melhor

-Ora,Ora!- Manuela abriu a porta e entrou sem ser notada- Que lindo casal!

Rita afastou-se dele assustada

-Você não sabe bater antes de entrar?- ele não se intimidou

-Desculpe,irmãozinho! A porta estava apenas no trinco,bastou forçar um pouco e ela abriu! Eu não podia imaginar que você e a sua secretária fossem tão íntimos. Vocês deviam ter o mínimo de discrição.

Rita olhou para o curto vestido de Manuela,cavado nas costas,uma roupa bem vulgar pra quem falava em discrição.

-Não te dei o direito de se meter na minha vida,Manuela!

-Não vim me meter na sua vida. Temos um assunto importante a tratar!- ela voltou-se para Rita- Saia daqui!

Rita mal acreditou em tanta indelicadeza, mas pra sua sorte,Olavo intercedeu antes que ela pudesse.

-Não se fala desse jeito com as pessoas,Manuela! Use o mínimo da educação que eu acredito que você recebeu. Peça com educação

-Por favor!- ela simulou uma falsa cortesia- Dê-nos licença
-Como queira!- Rita concordou desgostosa e saiu deixando-os a sós.

-O que você quer,Manuela?

-Está tão desesperado pra esquecer o que houve entre nós que correu para os braços dessa sem sal?

-Manuela, esqueça o que houve. Foi errado!

-Eu sei!- ela relaxou os ombros- Eu vim aqui me desculpar pelo que houve! Eu devia ter agido como uma profissional e não ter me deixado seduzir,ou tentar seduzi-lo. Eu não levei em consideração o nosso grau de parentesco. Nós somos irmãos e o que eu senti naquele momento, não se sente por um irmão!

-Que bom que você compreendeu isso!

-O quadro está pronto. Quer que eu mande pra você?

-Não, Manuela! Eu prefiro esquecer a existência desse quadro!

-Você não quer nem ir vê-lo na minha cobertura?

-Com toda certeza,não!

-O que é isso,Olavo?- Manuela deu um riso de escárnio -Eu não vou atacá-lo.

-Tenho certeza que não, mas é melhor evitarmos! Não espere mais visitas minhas,Manuela!

-Bem,eu vou me retirar agora!

-Meu advogado vai te procurar junto com o laboratório em breve,para fazer a coleta de material para o exame de DNA.

-Entendo! Vai pedir a exumação do corpo do nosso pai?

-Não há outro jeito! Será que você pode ir agora?

-Claro!- ela acenou e deixou a sala

ManuelaOnde histórias criam vida. Descubra agora