Capítulo 20.1

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Manuela desceu aquelas escadas correndo, tomada pelo desespero,estava aflita e seu coração batia descompassado. Ficou aliviada ao descer todo o lance de escadas e perceber que sua mãe gemia de dor. Era um bom sinal,ela estava viva!

-Você não vai me deixar assim,traste!- Manuela chorava,o que era algo raro pra ela! Suas mãos tremiam enquanto ela discava o número do socorro .Queria fazer alguma coisa,mas,tinha medo de causar algum dano maior a mãe se tocasse nela.
Não tardou pra que a ambulância chegasse ao prédio,e Manuela desesperou-se ao perceber Heloísa desmaiar depois de vários minutos de agonia. Ela acreditou que a tivesse perdido, mas a médica a tranquilizou, afirmando que era até bom que sua mãe tivesse desmaiado pois não sentiria mais dores,aparentemente ela só havia quebrado uma perna,mas só exames detalhados diriam se não houve traumatismo craniano,ou alguma lesão permanente na coluna.

Manuela seguiu na ambulância temerosa,clamando a um Deus que não acreditava que existisse pela vida de sua mãe.
Heloísa seria submetida a uma operação, pois além da fratura na perna, tinha rompido o baço e seu estado era delicado,as chances de sobrevivência, caso a cirurgia fosse bem sucedida eram grandes, mas havia o risco de morte e era essa sombra pairando sobre suas cabeças que estava matando Manuela de aflição.

Na sala de espera,Manuela indagava-se por quê estava tão aflita? Matar a mãe era parte do seu plano de vingança, mas não desse jeito. E não era assim que devia se sentir! Devia estar feliz,satisfeita! Devia estar tomando providências pra garantir que Heloísa não deixaria aquele hospital viva. Mas,do contrário, estava ali com seu coração nas mãos, temendo perdê-la.
Subitamente, sentiu-se tão sozinha,tão amargurada, que desejou um abraço. Imaginou Ana Laura na fazenda e a figura terna da menina,sorria em seus pensamentos, por um breve momento, Manuela sentiu-se acolhida,pra logo depois ser acometida pelo grande vazio que sempre tomou seu coração a vida toda.
Manuela tirou o celular da bolsa e ligou pra Sara,a companheira sempre lhe conferia um certo alívio nos momentos de aflição e após alguns minutos de conversa,e a garantia de que Sara estava chegando em breve,Manuela sentiu-se um pouco melhor.
Ao desligar o telefone,o médico que executara a cirurgia se aproximou dela e o sorriso leve em seu rosto,fez o coração de Manuela se acalmar.
- A cirurgia foi um sucesso!- ele afirmou- Sua mãe vai ficar bem!- dois policiais aproximaram-se -Esses senhores gostariam de esclarecer o que houve!

Manuela sorriu frouxo, dissimulando a raiva que a tomava. Não era a primeira vez que precisava dissimular suas emoções, vivia fazendo isso.

- Pode nos acompanhar?- um dos policiais pediu e ela assentiu com um abano de cabeça, era hora de encenar o seu teatro

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⏰ Última atualização: Nov 21, 2019 ⏰

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