Capitulo 10

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Olavo deixou Rita na porta de casa e ela despediu-se dele com um beijo frio. Tentava encobrir seus sentimentos,mas estava sentindo-se desolada. Sua cabeça parecia pesar uma tonelada e sentia seu canal vaginal arder,devido a brutalidade com que Olavo a penetrara.

-Como ele pode fazer isso comigo?- ela sussurrava enquanto caminhava até a porta,onde Juliete a esperava de braços cruzados e um olhar acusador, Rita não queria confrontar a amiga,mas de jeito nenhum voltaria aquele carro com Olavo. -Oi!-ela cumprimentou a amiga com um riso forçado -Tudo bem?

-Não me venha com tudo bem! O que ele fez com você?

-Jú, por favor eu...

Juliete abraçou-a,afagando seus cabelos e observando o carro de Olavo se distanciar.
                     ***

-Foi horrível, Jú! -Rita chorava,enquanto tomava um chá de camomila que a amiga havia lhe preparado.-Sabe,não parecia ele! -Juliete escutava atenta,pensando em dizer-lhe que bem que a avisou,mas isso só serviria pra que ela se senti-se ainda pior,então manteve-se calada.- A princípio foi tão bom,Jú- ela secava as lágrimas- Ele estava mais selvagem,o beijo...o toque...a maneira como ele me agarrou próximo a janela! Mas,foi bom! Só que aí depois ele se transformou. Eu pedi pra ele parar! Eu o empurrei,e eu bati nele e o arranhei. Mas,ele não reagia! Ele não saia de cima de mim, e forçava o corpo dele contra o meu.

Juliete levou a mão a boca numa expressão de surpresa.

-Rita,você devia chamar a polícia! Foi estupro.

-Não!- Rita quase gritou -Não foi isso! Ele não é assim. Ele estava frustrado! Ele estava desesperado e...

-Pare! -Juliete gritou com ela -Por Deus! pare de endeusar esse homem e achar que esta abaixo dele. Rita,você não é menos importante que ele em nada. Eu sei que você o ama,Rita! Mas,o que você sente por ele,não pode superar o seu amor próprio!

-Eu não posso me afastar dele,Jú. Não agora! Você não o conhece como eu conheço e ele não fez de propósito,eu tenho certeza que ele não queria me machucar e...

-Chega Rita! Para de ficar buscando justificativas pra esse bosta. Porra Rita! Daqui a pouco você vai dizer que a culpa foi sua.

-Você não entende, Jú! -ela repetia- Ele...

-Olha! Eu posso até acreditar que ele não teve a intenção de te machucar,que ele se deixou levar por tudo o que tá acontecendo na vida dele e essa merda toda. Mas,isso não exclui o fato de que ele te usou da maneira mais sórdida possível. Ele usou o seu corpo pra aliviar toda a tensão dele, como...- "se você fosse uma protistuta" ela pensou,mas não disse,suspirou longamente e continuou- Não faz isso com você minha amiga!

Juliete levantou-se e tomou o caminho da cozinha,deixando Rita sozinha com seus pensamentos e sentimentos conflituosos.

Rita levantou-se e foi para o banho, estava se sentindo suja,como nunca se sentira antes e só conseguia pensar que Olavo estava muito diferente desde que Alfredo morrera e Manuela apareceu

Enquanto a água escorria por seus cabelos lisos. Ela pensava no que Alfredo lhe dissera no hospital.
"Achei que ela viria ver que conseguiu... Eu não posso mais impedi-la."

Do que ele estaria falando? Será que era da sua filha bastarda? E se fosse,o que ela teria conseguido? Será que a sua morte teria realmente sido por causas naturais?

Rita foi para o seu quarto e deitou-se em meio a esses pensamentos. Sentia que muita coisa estava prestes a ficar de cabeça para baixo com a chegada de Manuela. Depois de muito devanear ela dormiu.
                   ***

Olavo estava bêbado demais e não conseguia coordenar seus movimentos e ainda assim tomou a direção do carro.
Bebera demais depois que deixou Rita em casa,no mesmo bar em que havia estado na noite em que rejeitara Rita.
Desta vez as investidas da atendente não lhe pareceram tão absurdas e ele não se fez de rogado quando ela tomou sua mão e levou-o para a dispensa.
Saiu dali prometendo a si mesmo que jamais voltaria aquele lugar e deixando uma gorda gorjeta sobre o balcão para a moça.

Seu despertador tocou as seis da manhã e ele sentia como se  sua cabeça pesasse uma tonelada, recordava com arrependimento da noite anterior,afinal nunca tinha sido abençoado com o dom da amnésia alcoólica, ele perdia completamente a lucidez,mas no outro dia recordava-se de cada vergonha passada. Relembrando como chegara em casa,só podia crer que por um milagre não bateu o carro.
Levantou-se da cama e foi cambaleando para o banheiro,ainda sentia-se tonto e antes mesmo de alcançar o vaso sanitário largou o jato de vomito,parte atingindo o chão.
Tirou as roupas e foi para o chuveiro, demorando-se no banho.
"Eu tenho que parar de beber!" ele pensou,antes de aprontar-se e tomar o caminho da empresa.

ManuelaOnde histórias criam vida. Descubra agora