SIX

3.8K 366 245
                                    

– Consegui um carro! -diz Jin, enquanto todos nós saímos juntos do hospital.

– Como? -pergunta Jungkook.

– Liguei para o meu motorista e avisei o ocorrido. Já estão chegando com a nova van. -ele sorri despreocupado.

Todos assentimos. Ficamos 2 horas esperando, até a van chegar.

– Perdoe-nos a demora, Sr. Seokjin. -diz o homem, após descer do veículo. - É um longo caminho até aqui. Como o senhor está?

– Bem, obrigado, Suneh. -ele entra na van. - Agora vá embora! -ordena.

O homem assente, entrando no hospital. Sinto pena do mesmo, está completamente sozinho em um hospital no centro do nada. Respiro fundo, encorporando a situação do sujeito. Sacudo minha cabeça para os lados, afastando tais pensamentos.
Todos entramos na van, em silêncio.

– Próxima parada, Busan. -Namjoon diz animado, todos gritam com isso. Por que eu não consigo ficar tão feliz quanto eles?

– O que foi, Jheny? -pergunta Tae, pondo a mão em meu ombro.

– Nada. -respondo, forçando um sorriso. - Omma, onde está o YoonGi? -pergunto à Jin, e posso sentir o olhar de Tae me fuzilar.

– Não sabemos. -ele suspira. - Espero que encontremos ele.

    Assinto, então os garotos começam a fazer bagunça novamente. Eu vou quieta, não consigo me enturmar, não consigo me divertir como eles. Por que isso está acontecendo?

———¥———

    Chegamos em um enorme hotel em Busan. Minhas pernas amolecem só em ver. É lindo!

– Isso deve ter custado uma fortuna. -digo à Namjoon.

– Dinheiro não é problema para nós, mocinha. -ele pisca, sorrindo de canto.

    Ricos... Entramos no hotel e paramos na recepção.

– Sr. Joon? -diz uma mulher alta e bem vestida, aproximando-se.

    Ela abraça um por um dos meninos, parando em mim com um olhar indiferente.

– Encontraram-na na rua? -pergunta.

    Como essa vadia tem a audácia de falar comigo assim? Ergo meu dedo em sua direção, pronta para descarregar argumentos, quando Taehyung me para.

– Não fale assim com ela, Husa. -Namjoon repreende a mulher, que ri soprado em resposta, estendendo a mão para que eu a cumprimentasse.

– Sou Husa Lee, filha do dono deste hotel. -ela se apresenta. - De qual favela você veio?

– Você é filha do dono deste hotel, mas não é dona do mundo. -respondo, sem cumprimentá-la de volta. - Portanto, trate as pessoas com respeito. Você é tão inferior quanto eu.

    Ela ri e abaixa a mão, virando-se para Namjoon e Jin.

– O que trouxeram para cá? -pergunta.

– Se você continuar tratando a Jheny assim, vamos sair desta espelunca agora mesmo e este lugar vai ficar mais difamado do que já é. -diz Taehyung, de forma ameaçadora. - Isto não é muito maior que a minha casa, então abaixe a sua bola.

Tae. -Jimin sussurra, repreendendo-o. - Acalme-se.

    A mulher assente em um suspiro pesado, então começa a guiar-nos até os quartos.

– Este é seu quarto, Srta. Gray. -ela apresenta o último quarto com uma formalidade cínica e forçada na voz, dando-me espaço para entrar. - Fique longe de Min YoonGi e eu te deixarei em paz. -ela sussurra enquanto eu entro.

– Mande ele me deixar em paz. -respondo, batendo a porta no rosto da mais alta.

    Meu quarto é um local enorme, maior que minha sala de estar e cozinha juntas. Mas, nem presto a atenção no tamanho, apenas me jogo na cama e me afundo nos travesseiros e lençóis de seda pretos, querendo ficar aqui por toda a eternidade.
    Batidas incessantes na porta não me deixam pensar. Levanto-me e ando até a mesma, abrindo-a. Não há ninguém. Olho para o chão e encontro três rosas negras. Quem deixaria isto aqui? Pego-as com as mãos trêmulas, e sinto uma corrente de energia passar por meu corpo.

– YoonGi, o que faz aqui? -pergunto ao ver o mais velho parado em minha frente. - Procuramos você e...

– Cuide bem delas. -ele me atrapalha, sorrindo.

– Onde estava? -pergunto

– Em qualquer lugar. -ele vira-se de costas e some.

    Saio do transe e percebo que estou sozinha. YoonGi não esteve aqui, o que está havendo? Meus olhos estão marejados e eu sinto como se aquilo tivesse sido um sonho. Mas eu nem sequer dormi. Lágrimas desesperadas escorrem por meu rosto e eu volto para o quarto, trancando a porta.
    Aquilo pareceu ter sido um sonho mas eu o vi! Eu não estou delirando. Não posso estar.
    Deito-me na cama com as rosas negras sob o peito, agora, sem corrente de energia. Apenas três rosas negras frias e vazias. Eu fecho os olhos, adormecendo.

THE WRONG ANGEL » myg {1º temporada}Onde histórias criam vida. Descubra agora