Não Foi Acidente

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Alexandro

Estou a 48hs acordado andando de um lado pro outro nesse hospital, graças a Deus Chyarah conseguiu convencer minha jóia a ir pra casa pra descansar um pouco, a mesma façanha ela não conseguiu com os filhos, os dois continuam aqui como dois zumbis desde o dia do acidente, Bea continua inconsciente, segundo o médico ela já não corre mais riscos, mas ele nada pode fazer para acorda - lá.

As visitas a uti são restritas, então temos que entrar um por vez e não passamos mais que 10min cada um lá dentro. Ross é sempre o primeiro, e quando possível o último também, já notei que muitas vezes Rose deixa de entrar para que ele possa passar mais tempo com a minha filha, se um dia eu tivesse duvidado que ele a ama, essa dúvida agora seria esclarecida.

A pedido dele e do avô Luan veio ver a Beatrice, disse que vai tentar convencer o médico a autorizar sua transferência para um hospital com maior estrutura e que vai cuidar dela. Nesse momento os dois estão lá dentro examinando minha princesinha.

Um fato me chama a atenção, Arthur, Jorge, Pietro e Ross Lorenzo estão nunca canto conversando e por algum motivo me excluíram da conversa, e se bem conheço os quatro alguma coisa muita seria aconteceu ou vai acontecer. Me aproximo e ouço Jorge dizer.

-- Não foi um acidente!!

-- O que você disse Jorge? - pergunto fazendo que todos e encarem, e pelo visto não era mesmo pra eu participar da reunião.

-- Alex, fica calmo. - meu sogro vem na minha direção.

-- Calmo? Ouço que o que aconteceu com minha filha não foi um acidente e você me pede calma?

-- Duran, não adianta brigar com a gente, estamos todos do mesmo lado. - Ross Lorenzo esbrabeja.

-- Alex, descobri que o carro da sua filha foi sabotado, alguém mexeu nos freios e na acelerador do carro. - Jorge se manifesta.

-- Mas como ? Arthur você não revisou o carro?

-- Sim!!! Quem quer que tenha sido deve ter feito isso durante a festa.

-- Você quer me dizer que a pessoa que tentou matar a minha filha esteve dentro da minha casa?

-- Acreditamos que sim, a revisão foi feita segundo Arthur um dia antes da festa, e depois disso sabemos que ninguém mais mexeu no carro até Beatrice pega-lo.

Ainda estou digerindo tudo o que ouvi quando Luan aparece atrás de mim, e me avisa que Bea será transferida para outro hospital, já deixou claro que ele vai acompanha - lá na ambulância, nem tentei contestar.

Ele se afasta e vai falar com meu futuro genro. Enquanto ligo para Isabella e vou cuidar de toda a papelada da transferência.

Assim que eu cuidar de tudo eles vão ter que me explicar tudo isso melhor, quem poderia querer fazer mal a minha filha?

Ross

48hs e nada dela acordar, estou surtando. O médico liberou visitas, não tenho mais lágrimas pra chorar e nem voz para a pedir que acorde. A única coisa que faço é entrar e a encher de beijos.

-- Você precisa comer, moleque. - Jorge para ao meu lado. - Vão transferir ela, o Luan acabou de nos comunicar. Alex esta arrumando a papelada.

-- Valeu e não estou com fome. - me levanto, mas ele segura meu braço.

-- Ross estou falando sério, você precisa comer se não sua enxaqueca vai atacar. - ele se levanta. -- Tenho algumas coisas para te contar, mas só direi quando você comer e na minha frente a porção que eu colocar.

Não perco meu tempo em discutir com ele, apenas aceno.
Luan avisa que vai na ambulância com a Beatrice, eu e o resto nos dividimos nos carros que esta ali e vamos, Jorge foi com a moto da mamãe.
Seguimos a ambulância dentro do trânsito do Rio, Rose não saiu de perto de mim um momento. As vezes nem entrava para ver a Bea, me deixava ir em seu lugar. Não sei como agradecer ela por todo o apoio.

-- Você esta bem ? - Alice se vira no banco do carona, para trás.

-- Quando ela ficar bem, você me pergunta isso. - respondo.

Ela apenas acena e vira pra frente, Rose encosta a cabeça em meu ombro, estamos no nosso limite, é só olhar pra gente que vê, mas não estamos nem aí.

-- Luan . - o chamo assim que chegamos no hospital, ele ajuda a tirar a Bea de dentro da ambulância.

-- Relaxa garoto, ela daqui a pouco estará de volta brigando contigo por não estar se alimentando e nem dormindo. - ele acompanha os enfermeiros a levando pra dentro.

-- Comer... agora. - Jorge me puxa para a lanchonete mais próxima e pede comida pra um batalhão. -- Coma , espero que não reste nada.

-- Desembucha. - começo a comer.

-- O acidente dela não foi bem um acidente. - largo o garfo na mesma hora. - Cortaram o freio do carro dela. come.

Tento enrolar, jogando a comida de um lado pro outro, mas ele não cai nessa e não fala mais nada, fica só me olhando.

-- Não sou sua mãe que você consegue enganar com essa. - arqueia uma sobrancelha.

Bufo e retorno a comer, cada garfada é como se meu corpo ganhasse força. O fato de saber que preciso de força para lutar contra quem fez isso com ela me dá um motivo a mais para me alimentar.

Ele me conta detalhadamente que esta correndo atrás do que aconteceu de fato, me pergunta se desconfio de alguém que tenha comparecido na festa. Como nada e ninguém me irritou, falei que não. Que apenas uma garota de batgirl tentou dar em cima de mim e que Bea a colocou no lugar. Quando estou terminando de comer, vejo meu avô e Arthur entrarem na lanchonete e se sentarem numa mesa isolada. Pela cara dos dois, o papo é sério.

-- Vou voltar pro hospital e obrigado pela comida e a informação. - me levanto, parece que comi um boi.

-- Vê se dorme.

-- Aí você quer demais. - saio e vou pra sala de visitas no hospital. Tia Isa e mamãe já estão aqui.

Me sento perto da Rose.

-- Jorge o fez comer ?

-- Parece que engoli um boi. - digo.

-- Que bom, agora deita e dorme.

-- Nem pensar.

-- Não pedi... assim que souber algo te acordo. - relutante, me deito, colocando a cabeça em seu colo, ela faz cafune.

Me fazendo lembrar do dia que passei mal e Bea ficou comigo em casa, toda noite me fazia cafune, até eu pegar no sono..

Destinados a Amar - Família Lorenzo Livro 1 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora