Ai que ódio

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Beatrice

O café que a tia Rah fez foi quase indigesto, tirando Rose que falava como uma matraca, e a tia Rah que tentava puxar assunto eu e Ross estávamos praticamente mudos, eu mal tinha coragem de olhar pra ele, eu fui de decidida e forte, a medrosa e infantil. Eu juro que não sei o que ele causa em mim, mas meu mundo muda na sua presença.

Tão logo acabei o café me despedi de todos e sai, eu precisava respirar, precisava por toda essa tensão pra fora antes que eu enlouquece - se de vez.

Chego em casa correndo troco de roupa e vou voando pra academia, a dois anos venho treinando boxe, mamãe não gostou muito no começo achava bruto, já papai me apoiou falou que é sempre bom saber se defender.

Quando chego lá, me aqueço e vou direto pro saco de pancadas, nesses últimos tempos ele tem sido meu fiel amigo, meu companheiro de aflição. São socos e mais socos, eu fico concentrada aí até que alguém toca meu ombro, me viro e dou de cara com Diogo e aquele sorriso cretino.

-- Oi meu amor. - reviro os olhos como eu odeio quando ele me chama assim.

-- Perdeu alguma coisa na minha cara Di?

-- Adoro você assim toda brava.

Sem pensar duas vezes eu dou um soco nele (leve), e ele cai de bunda no chão. Eu odeio o fato dele achar que pode ser intimo, ficar me chamando de amor.

-- Nossa não precisava me bater.

-- Quando você vai entender que não temos, e nem nunca teremos nada?

-- Eu gosto de você Bea, me da uma chance.

-- Entenda de uma vez meu coração pertence a outro. - eu grito e quando olho para o lado Ross está me olhando. Ele esfrega as mãos e sai...

Merda, merda agora eu odeio Diogo ainda mais.

Ross

Mal consegui comer e beber, Rose falando no meu ouvido. A única coisa que pensava e queria era Beatrice. Ela não falou um só palavra na mesa, assim que terminou o que nem tocou, pediu licença e saiu apresada.
Esse sentimento, essas emoções estão me deixando louco. Não sei o que serei capaz de fazer quando isso chegat no limite.

-- Mãe, vou dá uma passada na academia.

-- Academia ? – Rose da pulinhos. – Também vou.

-- Não vai não, e não volte tarde Ross. daqui a pouco seu pai esta aí. – mamãe puxa a Rose escada a cima.

Preciso me distrair e não lugar melhor que lá, não vou treinar hoje, mas farei minha matricula. Por causa do meu avô e Jorge, passei a gostar de malhar e treinar algumas artes marciais.
Em poucos minutos chego, da pra fazer uma corrida de leve até.

--  Ei Carlos. – cumprimento um amigo de infância.

-- Ross ?

-- O original. – conversamos, contando um pouco o que cada um tem feito. O pai dele é o dono da academia, combinamos de treinar juntos as quarta-feira.

-- Então, a Beatrice treina boxe
aqui. – informa. – Esta gata hein,  falando nela.

Seu comentário, me faz mudar de humor.

-- Mais respeito.

-- Só comentei. – levanta as mãos em sinal de redenção. – Está na parte de trás nos sacos.

-- Fecha minha matrícula, já volto. – sigo para o corredor que ele indicou.

-- Entenda de uma vez meu coração pertence a outro. – me adianto para vê o que estava acontecendo. Ela gritou para o cara no chão.

Esfrego minhas mãos, estão coçando para pegar o sujeito pelo colarinho e mandar ralar da vida dela. Em vez disso, viro e saio.

-- Ross ? – Carlos me para na entrada. -- Tudo certo ?

-- Sim,

-- Depois você trás os documentos e o resultado do médico.

-- Ok, nos vemos depois. – saio sem mais.

Entro na lanchonete a uns metros e peço uma água, saio e la abrindo a garrafa, esbarro em alguém e .

-- Caralho, tá cego agora ? – grito.

-- Desculpa. – sussurra. Deixo minha roupa molhada de lado e do minha atenção a ela, Beatrice.

-- Não sabia que era você, desculpa. – digo.

Ela acena, não me olha nos olhos. Quando tenta sair, a puxo pelo pulso.

-- Espera.

E ela finalmente me encara, seus olhos verdes me prendem. Limpo a marca de poeira branca na sua bochecha. Sua pele é tão macia. Ela se assusta com minha ousadia, mas aceita.

-- Não sabia que treinava boxe. – digo retirando minha mão.

-- A dois anos. Meu pai acha bom.

-- Hum, bom saber. Esta indo pra casa ?

-- Sim.

-- Posso a acompanhar ?

Pensar em me afastar dela me da aperto no peito, é como se tirassem um pedaço de mim.
Meu Deus que isso ?
Amor ?
Óbvio que é, assim como a Rose, também amo a Bea, fomos criados juntos. Mas esse amor é de algo a mais ?
Não pode ser... é coisa da minha cabeça.

-- Não se preocupe, vovó já está vindo me buscar.

Beatrice

Entro no carro quase correndo e meu avô me encara pelo retrovisor. Minha cabeça está uma bagunça, sei que preciso me afastar do Ross antes que o estrago seja maior. Evito olhar pra trás pois concerteza ele está me olhando.

-- Tudo bem Bea?

-- Se eu disser que sim o senhor vai acreditar?

-- Claro... que não. ..menina eu te vi nascer.

Ele para o carro o já sei que é um convite para o banco do carona. Desço e ocupo o lugar ao seu lado. Ele liga o carro e segue nosso caminho.

-- Vamos qual a bomba. O que aconteceu??

-- Nada. Esse é o detalhe não aconteceu nada.

-- Esse nada tem nome?

-- Nome, endereço e tudo mais...

-- E qual a dificuldade?

-- Ai vô é tudo tão complicado.

-- É complicado ou você está complicando Bea??

-- Sr. Arthur está me chamando de complicada? - dou risada.

-- Se lembra da minha história com sua avó?

-- Sim. Mas por que isso agora?

-- Se permita minha querida. Pode não haver uma outra chance.

Olho pra ele, depois passo a encarar a janela... Não ah como negar sentimentos... Mas não é simples assim... Como declarar meu amor a alguém que me vê como irmã??

Destinados a Amar - Família Lorenzo Livro 1 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora