Será?

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Beatrice

Estou sentada na beira da praia olhando pro mar, meu coração ainda doi. Hoje entendo quando minha mãe me falava que muitas vezes uma palavra doi mais que um tapa. Enxugo uma lágrima que teima em cair.

Do nada alguém tapa meus olhos, na hora me assusta até a pessoa abrir a boca.

-- Princesa, adivinha quem é?

-- Não seja ridícula Rose.

-- Foi mal, não resisti.

-- O que faz aqui?

-- Huuum... andando a toa ? - responde nervosa, mexendo no cabelo.

-- Mentirosa. Vai fala logo.

-- Fugindo do Carlos, mas deixa isso pra lá. Se falar demais o safado aparece... por que estava chorando ?

-- Carlos não é safado. E eu não estava chorando.

-- Não estava, mas pela cara faltava pouco. O que houve ? meu irmão ?

-- Hum. . Idiota

-- Concordo plenamente.

-- Humm

-- Não é só porque é meu irmão, que você não pode falar mal dele pra mim, Bea.

-- Ele insinuou que eu era oferecida. Esperei por ele uma vida toda pra ouvir isso. -- mais uma lágrima cai.

-- Disso com essas palavras ?

-- Não exatamente.... - explico pra ela como foi toda a nossa briga.

-- Entendi... mas não foi isso que ele quis dizer de você. De uma maneira errada, ele quis dizer que seus amigos... melhor, nossos amigos, podem estar fazendo isso, apesar de saber que você esta com ele. Bea, não vou defender ele, pois concordo que ele vacilou, mas para e pensa quando estiver mais tranquila. Agora você só vai lembrar da pior parte.

-- Eu não durmi a noite toda pensando nisso, não faço idéia de quem tenha ligado. Mas me doeu muito a forma como Ross falou.

-- Deu na cara dele por tudo que falou ? me fala que sim, mulher. - me olha esperançosa.

-- Não. Mandei ele se foder.

-- Não esta bom, bom, bom... mas foi válido.

-- Rose!!!

-- Esquece ele, me fala... resolveu onde será a festa ? andei pesquisando, mas nada do meu agrado.

-- Acho que lá em casa mesmo.

-- Bom... já viu sua fantasia ?

-- Sim e não...

-- Explique melhor, por favor.

-- Eu ia de mulher gato.. mais seu irmão surtou

-- Vá de algo pior então, ué.

-- Vovô também não gostou da idéia.  Havia optado por ir de colombina.. Mas já estou cogitando a possibilidade de ir de palhaça.

-- Para de graça... vai de colombina, vai ficar linda.

-- Vou pensar. Eu só tinha trocado de fantasia pra agradar seu irmão. Talvez agora eu vá de mulher gato mesmo. - dou os ombros -- Me empresta o seu celular.

-- Assim que eu gosto, a vontade. - me passa o celular.

Ligo e pesso pro vovô vir me buscar. Damos uma carona pra Rose, quando o carro para vejo que Ross esta na janela... viro o rosto pro outro lado e seguimos para minha casa.

-- Não perdoou o rapaz ainda.

-- Não.

-- Bea, você esta sendo orgulhosa. Ele está tentando se desculpar de todas as formas.

-- Vai ficar do lado dele?

-- Seja racional, e encheu a casa de flores, ajudou Rita a te preparar o café da manhã, pulou sua janela, o que mais você quer?

-- Como o senhor sabe de tudo isso?

-- Eu estava lá. Seu pai era igualzinho a ele ou ate pior, possessivo sua mãe soube lidar com isso. E ele com o tempo foi melhorando., converse com ela.

-- O senhor acha que estou sendo dura demais?

-- Um pouco. Ah aqui esta o seu celular.

-- Descobriu alguma coisa??

-- Ainda não... Mas  não vai demorar muito...

Fico pensando na conversa com ele e Rose. Será que eles estão certos? Bom por hoje eu vou deixar as coisas como estão, talvez amanhã eu mude de ideia.

Ross

-- Nem vem. – Rose estende uma mão em sinal de pare. – Ela é minha amiga, minha irmã.

-- Só quero saber se ela esta bem ? – sigo ela pro seu quarto.

-- Claro que não, você a magoou.

-- Eu sei. – me sento ao lado dela em sua cama.

-- Melhor ? – papai entra no quarto.

-- Não muito.

-- O que perdi ? – Rose me olha preocupada.

-- Seu querido irmão andou exagerando na academia, Carlos teve que me ligar pra ir busca-lo. – explica a ela.

-- Imbecil. – sussurra

-- Ei...

-- Não é você idiota. – papai e eu arqueamos uma sobrancelha pra ela. – Ih, saiam daqui e você, procurem um psicólogo pra controlar esse ciúmes possessivo.

Arrasta eu e papai pra fora de seu quarto.

-- O que deu nela ? – pergunto.

-- Amor. – mamãe nos assusta parando atrás da gente. – Esta gostando de alguém.

-- Tá de sacanagem os dois tendo problemas emocionais juntos ? não tenho idade e paciência pra isso não. – papai sai resmunando, deixando eu e mamãe rindo.

-- Bem, meu amor ?

-- Mais ou menos mãe. – ela me abraça forte.

-- Vem, vamos ver televisão. depois que começou a namorar, se esqueceu de mim. – faz beicinho....

-- Já que insiste tanto. – passo o resto do dia com ela. A ajudei preparar as refeições, conversamos sobre tudo. E claro, a peço para a contar a loucura que foi, quando conheceu o papai, amo a historia desse dois.
Enceramos a noite com filme de terror em família e varias vasilhas de pipoca com M&M''s.

Destinados a Amar - Família Lorenzo Livro 1 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora