O encontro

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Beatrice

Estou na sala sentada com a cabeça no colo do meu pai quando meu celular toca avisando que tenho uma nova mensagem, quando olho pro visor quase tenho um treco

Ross

“ queria conversar com você pessoalmente. Poderia me encontrar mais tarde na lanchonete da esquina da sua casa ?”

Olho para o celular e fico sem saber o que responder.... bloqueio a tela e continuo aproveitando o cafune do sr. Duran... Não é que eu não queira ve-lo por tanto tempo eu esperei por uma mensagem dele que agora não sei o que fazer... Meu pai me expulsa do colo dele por que precisa tomar banho... aproveito pra dar uma volta no jardim.... Sento na beira da piscina e fico lendo e relendo a mensagem que ele me mandou. Por fim decido responder...

"Te encontro as 19hrs  Bea."

Não sei se era o tipo de resposta que ele esperava, mas no momento é a única que consigo dar. Agora vem outro dilema escapar do interrogatório dos meus pais.. Vou pra parte mais fácil de se satisfazer com o que vou dizer... mamãe...

-- Mamãe mais tarde vou dar um pulo na lanchonete aqui próximo,  encontrar o pessoal do colégio.

-- Rose vai? Ela pergunta seria.

-- Creio que sim... Embora eu ache que ela deve estar paparicando o irmão.

-- Por que essa ironia minha filha?

-- Não é ironia é a verdade. dou um beijo nela e vou para meu quarto travar a batalha com meu guarda roupa. ..

Não posso me arrumar demais, mas também não posso ir de qualquer jeito. O problema é como conseguir fazer as duas coisas entrarem num consenso antes que eu surte.

Olho no relógio já são 18:20hrs e eu nem comecei a me arrumar... olho pra um short jeans e ele é o escolhido,  papai vive me dizendo que eu ainda vou matar ele,  mamãe tinha um short assim só que branco, e papai deu fim nele...

Coloco o short, meu amado All Star branco e uma regata preta soltinha... passo perfume, nada de maquiagem... deixo o cabelo preso num rabo de cavalo, quando olho no relógio são 18:45hrs.  Desço as escadas correndo dou um beijo nos meus pais e grito meu avô, preciso de uma carona sem perguntas. Quando ele para de frente a lanchonete vejo que Ross já está a minha espera. Dou um beijo no rosto do meu avô e ele me olha todo carinhoso.

-- Lembre-se minha pequena permita-se. - retribuo o sorriso e desço do carro..  respiro fundo e caminho em direção a entrada da lanchonete.... força Bea... força Bea. .. eu mentalizo.

Ross

Quando li a resposta da Beatrice, me senti um idiota. Ela pareceu fria e isso me diz que Rose não me culpou em vão.

-- A onde o senhor vai ? – minha mãe me para quando saio do meu quarto.

-- Huuum... andar ?

-- Ross... – me encarra por uns segundos. – Não volte tarde, amanhã iremos passar na editora para a festa de boas vindas a mais uma escritora.

-- Okay. – a beijo na bochecha. – Me empresta a moto ?

-- Nem pensar, na minha filhinha tu não toca. Fica longe dela.

-- Mãe. – a encho de beijos, a fazendo ri. Quando ela comprou a moto, meu pai quase teve um troço do coração, mas nada e ninguém  a fez mudar de ideia, ela comprou e foi atrás pra tirar a habilitação.

O tempo que passei com meu avô na Inglaterra, acabei que também procurei pra ser habilitado.

-- Ta, tudo bem. Mas cuidado. – ela se afasta rindo. – A chave esta na mesa da cozinha.

-- Obrigado. – checo a hora no relógio do pulso... 18:10h. vou me adiantar, mas que se dane.

Faço o caminho, pensando no que exatamente vou falar a ela, como vou abordar o assunto. Quando chego a lanchonete, escolho uma mesa perto da porta, assim consigo a ver quando chegar. E lá esta ela, vindo em minha direção com um andar decidido.

-- Chegou cedo. – se senta a minha frente.

-- Sim, peguei a moto da mamãe emprestada. Cheguei mais rápido que pensei.

-- Andou correndo Ross Neto... que feio, tia Chyarah não vai gostar de saber. – brinca. Sorrio, amo essa lado dela.

-- Não saberá se você e eu não contarmos.

-- O que ganho se não contar ? – propõem.

-- Um milk-shake.

-- Feito, quero de morango.

Rimos, então faço nossos pedidos. Um milk-shake pra ela e suco de laranja para mim. Conversamos sobre os anos na escola, ela comentou de alguns fatos dela e da Rose, e eu sobre os meus na Inglaterra.

-- Bea, a Rose me falou uma coisa que me deixou bastante pensativo. – confesso. Ela se remexe em seu lugar, mas não vacila no olhar penetrante. – Eu me afastei de você ? quer dizer de vocês. - ela não responde por um tempo...

-– Por que isso agora ?

-- Não quero ser como antes, distante. Quero voltar a ser como era quando eramos criança.

-- Não somos mais crianças, cada um tem sua vida. – diz secamente.

-- Larga dessa, quero ser mais próximo. Ainda mais agora que voltei de vez.

-- Poderia não ter voltado. – ela arregala os olhos quando termina, como se quisesse apenas ter falado isso na mente, não alto o suficiente para mim ouvir.

-- Vem comigo. – me levanto e estendo uma mão a ela, que olha por um tempo, mas aceita.
Pago nossas bebidas e a levo para a moto estacionada na calçada.

-- Toma. – passo um dos capacetes a ela.

-- Onde vamos ?

-- Confia em mim ? - pergunto a deixando pensativa... juro que se ela falar não, mudo a rota e os planos e a levo apenas pra casa

Beatrice

Eu juro que um dia ainda vou me matar por falar sem pensar... Por que eu tinha que falar que ele poderia não ter voltado, sendo que eu sonhei com esse dia por três malditos anos...

Agora estamos aqui um de frente pro outro ele me entregando um capacete. ..E esperando que eu responda sua pergunta  ... Mas eu não sei o que dizer... Como dizer não, se eu confiei nele a vida toda... E mesmo assim ele me deu as costas....Mas como dizer que sim, se eu não sei se ainda o conheço?

-- Você confia em mim, Beatrice? Sua voz sai rouca e seria.

Posso me arrepender ou me odiar pelo que vou dizer, mas seguindo os conselhos do meu avô Arthur. PERMITA-SE. ..

-- Eu confio. - digo pegando o capacete da sua mão.

Destinados a Amar - Família Lorenzo Livro 1 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora