Capítulo XI

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08h00min em ponto Ana Lucia estava na sala da diretora conversando sobre suas aulas. Iria dar aula para alunos dos segundos e terceiros anos e se ela quisesse como renda extra, dar aula sobre História para o magistério, o que ela amou. Seria corrido, mas o que é tempo para uma bruxa louca por aulas e ensinar?! Para seu primeiro dia, ficou perdidinha entre salas e corredores. Por volta das três da tarde, ela entrou na sala e se apresentou aos alunos do terceiro ano, turminha inclusive difícil aquela.

– Oi! Meu nome é Ana Lucia, mas podem me chamar de Ana, ou de Lucia, ou de Ana Lucia, ou de professora. – Os alunos deram risada. – Vou ser a professora de sociologia de vocês, afinal, ninguém quer ter aula no sábado, muito menos eu. – Ela fez careta. – Alguma pergunta?

– Sim! – Um aluno levantou a mão. – Cê ta solteira? – Os garotos da sala deram risada. –

– Estou comprometida em dar aulas pra vocês. Se for isso que você quis perguntar.

– Liga não professora, esse aí é abestado mesmo! – Disse uma garota. –

– Quantos anos a senhora têm? – Disse outra garota. –

– Tenho vinte e dois e você?

– Tenho dezesseis.

– É uma idade massa.

– Não acho, não dá pra ir pra balada nem beber legalmente.

– Mas dá pra fazer merda e culpar a idade, inclusive isso que você falou agora.

– Boa!

Mal sabia que na porta da frente, Marcelo dava sua aula enquanto fitava Ana sorrindo o tempo inteiro, a menina era pequena, mas tinha um empoderamento danado! Quando deu cinco e meia eles foram para casa juntos. Carona boa aquela, já que Ana ainda não providenciou um carro.

– Como foi teu primeiro dia?

– Foi muito legal! Eu não sabia que dava pra ser tão empolgante! Já consegui memorizar alguns nomes! Luana; da turma 300, Caio; turma 300 também.

– Ana foca no segundo ano, o terceiro já está indo embora e está passando por fase de Enem, vestibular, sisu; o segundo sempre se sente invisibilizado.

– Anotado.

– Você estava linda hoje. – Ana corou na hora e Marcelo também ficou envergonhado, o elogio foi tão espontâneo que ele nem percebera o desconforto que tinha ficado no ar. Ana chegou em casa depois de uma despida com meio sorriso e se deparou com Jax, que tinha ficado no jardim observando ela entrar em casa e logo em seguida, entrando também.

– Oi Jax! Queres jantar? Trouxe enlatados e o prato de hoje é: sardinha!

A FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora