Capítulo XXVI

22 0 0
                                    

– Ana, podes me passar o wasabi?

– Claro. – Eles estavam comendo sushi e vendo um filme de comédia romântica que Ana Lucia tanto ama, em algum momento do filme, começa a rolar uma cena de nudez, consequentemente de sexo em seguida. – É assim que funciona? – Ela apontou para a cena e Marcelo riu. –

– Não, nem parecido. Sexo é algo simples, natural, é pra ser gostoso. Essa cena tá super descontextualizada. O problema dos jovens é que estão baseando sua vida sexual pelo que vêem nos pornôs e em filmes assim, é muito errado.

– E o que você aprendeu conforme os anos? – Ela indagou curiosa, com o hashi em seus lábios, mal sabe ela que Marcelo fantasiava inúmeras coisas com ela daquele jeito. –

– A não gozar de primeira. – Ana corou. – É engraçado como esses assuntos te constrangem, eu posso parar de falar se quiser.

– Eu to curiosa. Continua.

– Hum, deixa eu ver. – Ele fitou a cena novamente. – Que posição britadeira nenhuma mulher curte, isso é balela.

– Posição britadeira?

– É quando o cara fica na mesma posição durante o sexo. Pode ser prazeroso pra ele, mas pra guria nunca é. A não ser que seja uma rapidinha, mas daí é outra coisa.

– E tem caras que fazem isso? – Ela disse indignada. – Que egoísmo!

– Já fui assim, Marisa que me ensinou tudo que eu sei hoje. – Ele sorriu. –

– Ah, entendi.

– Ana. – Marcelo disse enquanto comia um sushi. – O quão longe você já foi?

– No quesito sexo?

– Isso.

– Hum, acho que foi com o Miguel, há cinco anos.

– E o que você fez?

– Eu não quero falar sobre Miguel, não gosto de lembrar.

– Ele insistiu?

– Uhum. – Ela disse comendo mais uma peça de sushi e suspirando. – Tem gente que não sabe receber um não, não é mesmo? – Ela deu de ombros. –

– Pois é verdade, falando nisso, o que você irá fazer em relação a Luiz? Irá fazer o b.o que te falei? – Marcelo a fitou preocupado. –

– Eu não acho que ele vá voltar a me procurar.

– Como não, Ana? Ele te seguiu até a floricultura, a padaria perto do trabalho. Não conte com a boa vontade dele. – Marcelo disse irritado. –

– Confia em mim, celo.

– Confiar em você eu confio, não confio é nele. Ele é perigoso Ana.

– Segunda eu vejo isso, ok? Vamos curtir nossa sexta.

– Tá bom, mas eu gostaria que não saísses sozinha. – Ele suspirou. –

– Ora, deixe disso! Não vou me privar por causa de homem! Jamais!

– Tenta entender, – Ele fez carinho no rosto de Ana. – eu não estou pedindo isso por nada. Eu tenho receio por você. Tu também deverias.

– Isso é tão injusto! Eu ter que me privar de algo por esse babaca. Nem acredito que já troquei fluidos com ele. Argh. – Ana fez cara de nojo, fazendo Marcelo rir. –

– Trocar fluidos?

– Ué, sim!

– Tu és engraçada Ana.

A FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora