Capítulo XLIV

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Miguel estava com um rapaz investigando sobre esse tal de Israel e não achou nada a respeito dele. Assustou-se ao pensar de onde ele viria e como sabia seu nome. Não encontrou absolutamente nada sobre ele, nem mesmo local de nascimento. Tudo isso era muito suspeito e pensava em Ana nesse meio tempo. O que ela estaria pensando?

Já Ana Lucia, estava na quinta xícara de café em menos de quatro horas e refletindo sobre tudo que tinha acontecido nas ultimas 24 horas. Ela estava sentada nos bancos ao lado de fora da sala esperando a professora sair para dar sua aula, quando notou Marcelo a olhando do outro lado do correr com um meio sorriso. Ela sorriu também involuntariamente, quando deram por si eles já estavam próximos.

– Bom dia – Marcelo disse enquanto passava a mão em seu cabelo louro escuro e suspirava ao ver a carinha de sua ex-namorada abatida. – Tais bem?

– Oi Celo – Mais ou menos, to com uns problemas particulares aí que estão me complicando... E você? – Ana disse sem jeito e Marcelo a fitou preocupado. –

– Que problemas? Algo que eu possa ajudar?

– Acredito que não, só eu posso me ajudar. Mas agradeço – Ela sorriu. –

– Hum, queres conversar?

– Sinceramente? – Ana olhou nos olhos de Marcelo. – Não.

Ana prontamente saiu de perto dele e dirigiu-se a sua sala, já havia batido o sinal há alguns minutos e não queria atrasar matéria. No período da tarde Marcelo sentava ao lado de Jaqueline no intervalo de quinze minutos e suspirava constantemente.

– Quer falar algo? Não aguento mais seus suspiros. – Jaqueline bufou. –

– Você nunca gostou de mim. Não faz sentido falar algo para ti.

– Não é que não goste de ti, apenas sempre soube que tu e Ana não davam certo.

– Por quê?

– Ana é uma menina cheia de vida, cheia de amor pra dar e aventuras pra viver. Ou você embarca com ela ou ancora em algum lugar no caminho. E você ancorou.

– Queria reconquistá-la. Mostrar que posso fazer diferente.

– Se fores fazer isso... Toma cuidado, ela já têm concorrentes.

– Impossível não notar. Oh menina disputada!

– É. – Jaqueline se levantou e deu de ombros. – Você que não valorizou a mina que tava do teu lado. Agora aguenta porque vai ter gente pra querer.

– Não ajudas falando isso.

– Nunca quis ajudar. – Jaque sorriu e foi embora. – Te cuida!

Na casa de Franco, agora estava somente Israel mexendo com poções e abrindo espaço para esconder velas perfumadas cheias de veneno. Ainda achará graça da menina que acreditou na história dele, bastou dizer o nome da mãe que ela acreditou, que ingênua. Depois de infestar a casa com ar tóxico que apenas feiticeiros sentiam, ele pensava que horas a menina chegaria. Tinha deixado tudo preparado até o fim de tarde, planejava drenar seus poderes e para isso precisava de todo um ritual cheio de carnificina. Desde que entrou nos âmbitos do mercado negro descobriu que muitos humanos sem poderes pagavam muito e chegavam a prometer-lhes a própria alma em troca de um pouco de feitiçaria. Não que realmente precisasse do dinheiro, mas gostava de cometer essas injurias por deleite. Era prazeroso para ele cortar pedaços e pedaços de corpos e vê-los sangrar até a morte. Era uma chacina ao qual ele admirava.

Miguel do outro lado da cidade buscava nos piores lugares de onde via esse nome Israel e quando descobriu o verdadeiro intuito, torceu pra não ser tarde demais.

Ana chegou a casa por carona de Marcelo, naquele dia eles não brigaram e pela primeira vez em semanas voltou pra casa de carona com ele. Antes dela entrar, Marcelo a chamou para conversar dentro da casa dele e ela aceitou um tanto relutante.

– Como está a Mari? – Ela disse enquanto entrava na casa que antes era tão acolhedora para ela – Sinto falta dela.

– Ela está bem, também sente muito tua falta. Escuta Ana...

– Olha Marcelo, se me chamasse pra me confundir eu não quero ouvir, estou tentando ao máximo seguir em frente e não vou conseguir contigo me puxando de volta a cada passo que eu dou. – Ela suspirou, aquelas palavras cortavam seu coração. –

– Ana, cala a boca!

Marcelo se aproximou de Ana até o calor de seus corpos se mesclarem, com uma das mãos, pegou em sua cintura e com a outra tocou seu rosto corado. Não tardou para ele aproximar seu rosto do dela e num calor momentâneo, beijou-a. Seus lábios se tocaram com uma saudade desmesurada e no instante seguinte Marcelo a pegava no colo, entrelaçando as pernas da feiticeira em seu quadril.

– Ei, calma. –Ana sussurrou enquanto sentia os beijos molhados de Marcelo em seu pescoço, o arrepio era constante. – Marcelo... Calma.

– Desculpa. – Ele a pôs no chão. – Era saudade.

– Você me confunde demais. Preciso ir pra casa.

– Fica aqui. Fica comigo.

– A gente precisa conversar, disso não há duvidas.

– Então fica.

– Não posso, tem um amigo de minha mãe hospedado lá em casa e preciso ir vê-lo. – Marcelo a olhou cabreiro e Ana sorriu vendo o ciúme aparente no rapaz. –

– Tudo bem... Chama-me depois então?

– Claro. – Ela sorriu e se despediu. – Até mais.

– Até Ana.

E lá se foi a feiticeira em direção a sua casa.

A FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora