Naquela noite, Ana Lucia se sentia estranha e ao mesmo tempo, amada. Não estava acostumada a esses carinhos, todavia percebia o quão carinhoso Marcelo estava com ela e essa atenção a deixava feliz.
Estavam no banho rindo e Ana ainda envergonhada, ficava de costas para Marcelo que sorria enquanto se aproximava para passar xampu em seu cabelo, se limitou a dizer ainda bobo: a visão é tão boa quanto à da frente, Lucia. Pronto, bastou isso pra ela corar de vez. Após o banho, ambos comeram um pedaço de bolo de chocolate e acabaram adormecendo rapidamente, ela acabou caindo no sono no peitoral de Marcelo, que a abraçara carinhosamente.
– Aonde você vai? – Marcelo disse abrindo os olhos lentamente enquanto notou Ana Lucia saindo da cama de fininho. –
– Oi, não quis te acordar. – Ela selou seus lábios e sentou-se na beira da cama, fitando o rosto de Marcelo, fazia um leve carinho no rosto dele, que recebeu o afago com um sorriso. – Eu ia preparar um café pra gente, volta a dormir.
– Não. – Ele falou sentando-se na cama. – Quero acordar contigo.
Ana não pensou duas vezes, se jogou no colo de Marcelo com tamanho gosto, tinha achado de extrema doçura aquela fala dele. Ele recebeu bem o abraço, mas notou que sua ereção matinal já estava a postos ao ver Ana somente com uma camisa sua. Ana nem percebeu e se percebeu, não ligou. Aninhou-se ao colo dele e ficou ali por alguns minutos, enquanto ele fazia um afago em no cabelo ondulado da feiticeira.
– Eu não quero sair daqui. – Ela disse choramingando, o que Marcelo achara graça, mas estava com um probleminha técnico. –
– Ana, eu preciso levantar.
– Não, não quero sair.
– Ana?
– Oi Celo
– É que você tá fazendo peso em cima do meu pau, e tá doendo pra caramba.
– Ah, desculpa! – Ela saiu do colo de Marcelo, assustada. –
– Não tem problema. – Ele sorriu meio sem jeito. – Acontece.
Marcelo achava graça o constrangimento por coisas que para ele eram comuns. Ainda não tinha se acostumado que Ana era um tanto – muito – inexperiente no quesito sexo. Se fosse há uns dias atrás, jamais imaginaria que ela nunca tivesse estado com um homem. Ficou feliz por ela ter contado isso pra ele, porque poderia ter sido um desastre ainda maior se não tivesse lhe falado. A manha foi tranqüila, acabaram esquecendo-se de ir comprar as cortinas. Na terceira xícara de café com biscoitos, eles estavam rindo vendo televisão. Ana já estava mais desinibida, conseguia andar com o camisetão de Marcelo pela casa e ele sorriu ao perceber o avanço dela. Apesar de estarem rindo e conversando, todavia Ana se preocupara com Luiz, que não tinha saído da cabeça dela ainda, estava inquietada.
– O que você tem lindeza? – Marcelo a fitava preocupadamente. –
– Ah, não é nada não. Deixe disso. – Ela sorriu e beijou carinhosamente as maçãs do rosto de seu companheiro, que continuava com a pulga atrás da orelha. –
– Mesmo? – Ela suspirou, sabia que ele não gostava que escondesse as coisas e isso a deixava incomodada, ao mesmo tempo em que queria contar, também não queria.
– Fico nervosa em pensar no Luiz. Não entendo porque ele está insistindo tanto, nem ficamos por muito tempo pra rolar qualquer tipo de sentimento.
– Ai guria, também não entendo. – Marcelo a abraçou. – Eu to contigo, tu sabe né? – Ele se afastou um pouco para olhar para Ana. – Estamos juntos.
– Obrigada celo...
Ana não pensou duas vezes, o encheu de beijos e carinhos. Era difícil para Marcelo receber esses cuidados, nunca foi uma pessoa romântica e muito menos gostava de romance. Será que com a feiticeira ele se acostumaria? Bem, naqueles momentos com ela, não era de total mal aqueles mimos, o deixavam afortunado de ter uma pessoa como ela por perto.
Em algum lugar do Brasil. Miguel estava num banco de praça tomando seu café expresso enquanto fitava as crianças brincando no parque. Acabou, sem querer, encantando todas as mães daquele parque que o olhavam com desejo. Ele achou graça. Minutos depois um rapaz, talvez da idade de Miguel, se aproximava dele e sentou-se ao seu lado.
– Tudo conforme os planos? – Miguel sorriu para o rapaz que assentiu. – Ótimo!
– Ela tá com uma pessoa. Um professor de história.
– E como ele é?
– Tem uma filha de cinco, seis anos. Divorciado. Eles também trabalham juntos e são vizinhos. – Miguel suspirou, talvez fosse mais difícil do que ele esperava. –
– Algo mais?
– Sim, ela está fraca.
– Ela não desiste fácil. Não é do forte dela.
– Tem mais uma coisa... – O rapaz disse, receoso. – Ainda continuo com Luiz? Ele já tinha certa obsessão por ela, eu apenas aticei. Pode ficar fora do meu controle.
– Não ousarias deixar algo acontecer a ela, eu mesmo acabaria com você. – Miguel suspirou, apático. – Cuide dela por mim, não irei vê-la agora e preciso de alguém para isso.
– Tudo bem. – O homem agora se levantará. – Quer mais alguma coisa?
– Sim.
– O que o senhor deseja?
– Você.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Feiticeira
RomanceAna Lucia Franco é uma feiticeira de 22 anos que vive mudando de lugar cada vez que espalha sua magia demasiadamente. Aventureira por si só, fala mais de 15 idiomas e sabe mais sobre cultura do que si mesma. Aos quatorze anos, como é de costume na b...