Sophie Davis
Decatur é uma cidade localizada no estado americano de Geórgia, no Condado de DeKalb nos Estados Unidos. Mudei para cá há mais ou menos seis anos, nunca sai daqui e foi aqui que consegui recomeçar do zero. A minha situação financeira era boa, não cheguei a conviver meu pai, mas todos os meses ele mandava o dinheiro suficiente para eu sobreviver.
Por mais que gostasse de ser "independente", odiava o fato de nunca mais ter visto ele desde os meus sete anos. Assim que ele e mamãe se divorciaram, ele mudou-se para a Europa e fez sua vida lá, ao lado de outra mulher, que lhe dera dois filhos.
Assim que completei a maioridade, peguei minhas coisas e decidi recomeçar do zero. A vida que vivia ao lado do meu irmão maluco e da minha mãe dramática, não estava sendo nada legal. Michael, meu irmão mais velho, nunca fizera algo bom na sua vida. Aos dezessete anos, ele começou a andar com pessoas mais velhas que ele, que acabaram levando ele para um caminho sem fim.
Ele se drogava diariamente e chegava em casa nessas condições sem ao menos se importar que estava machucando nossa mãe, Valentine. Quando corro, gosto de bloquear tudo ao meu redor, tentar não pensar nessas coisas. Mas observar famílias felizes no parque fazia meus pensamentos me torturarem.
Agora estava andando nos eixos. Ou tentando. Com Justin do meu lado, estava sendo impossível, porque conviver diariamente com ele, fez reacender aquele fogo que senti quando estava em seu carro, no ano passado. O fato dele trazer garotas diferentes todos os dias para dormir com ele, me incomodava, mas eu dou de dez a zero em qualquer uma dessas vadias que ele traz para casa.
Quando a Justin me perguntou o que eu achava de alugar um dos quartos da minha casa para ele, minha vontade era dizer que não. Depois do que acontecera no carro, ficou difícil estar perto dele sem ficar repassando todos os detalhes na minha cabeça. Ainda bem que não segui em frente. Duvido que conseguiria me olhar no espelho depois disso. Então aceitei.
Achei que conviver com ele iria ajudar a matar essa minha quedinha por ele. Só que aconteceu o contrário.
Diminuí o passo e tirei os fones de ouvido assim que cheguei perto de casa. Subi correndo as escadas e quando fiz menção de abrir a portar, Justin saiu. Quase caí de costas. Gritei e tentei me agarrar em algo, mas foi em vão. O Justin tentou me segurar, mas não deu tempo. Quando pegou minha mão, foi arrastado para frente. Nossos olhares se encontraram antes de a gente cair no chão.
Entre a minha calça fininha que usava para correr, e os jeans colados dele, não teve um centímetro do nosso corpo que não ficou colado. Esqueci que ficar com esse garoto era uma péssima ideia. Deu vontade de me esfregar nele. De beijar toda sua região toráxica. Justin se levantou com um impulso e me olhou assustado.
— Você está bem? Mil desculpas, não sabia que estava tentando fazer o mesmo que eu.
— Estava distraída. Não foi culpa sua.
Minha pele ardeu quando ele me segurou. Precisava ficar longe desse garoto, e rápido.
— Preciso ir nessa. Tenho uma sessão de estúdio com uma banda daqui a pouco, depois vou ensaiar.
Dei um sorriso forçado e desci alguns degraus da escada.
— Só vou chegar em casa bem tarde hoje.
Ele estava me olhando, e eu olhava para ele. O que rola entre a gente um dia ainda vai explodir. Não vamos aguentar esse tipo de calor por muito tempo.
— Se acabarmos cedo, dou uma passada no bar para beber algo.
— Ok.
Tinha uma chamada perdida no meu celular, e como não tinha nenhuma mensagem na caixa postal, enfiei o telefone na bolsa e resolvi ligar no dia seguinte. Me arrumei e sai para o centro da cidade.
Colbeh Persian Kitchen & Bar, 21 horas.
Eu tinha acabado de chegar, quando Candice apareceu. Não consigo entender por que ela me enfrenta, se sempre perde. Essa garota, com certeza, está abaixo de mim.
— Será que você pode me fazer um favorzinho?
— Não gosto de fazer favores para pessoas como você. – respondi.
— Que seja! Queria saber se você pode falar com o Justin e ver se ele consegue ingressos para eu assistir o show dele com umas amigas.
— Por que você não pergunta para ele? Provavelmente após o ensaio, ele venha para cá com os garotos.
— Não posso falar com ele!
Essa me pegou de surpresa.
— Se eu pedir um favor para o ele, ele vai sacar que é interesse. Para um cara reparar em mim, preciso ignorá-lo. Caso contrário, vou acabar que nem você, namorando um cara que usa suéter. — disse fazendo aspas com os dedos.
Fiquei tão passada que só consegui ficar encarando ela. Não dava para acreditar que ela estava interessada no Justin. Eu estava prestes a despejar um caminhão de socos na cara dela. Minha vontade era atacar essa garota fisicamente.
Dei um sorriso falso e falei, virada para trás:
— Eles reconhecem uma mulher plastificada e falsa a quilômetros de distância, Candice. E é por isso que, eles nem perdem o tempo com você. — disse enquanto ela me olhava perplexa.
Eu não sabia o que estava acontecendo, mas estava com raiva dessa conversa que tive com ela. Também com raiva de Justin. Tudo bem que ele não tem culpa de ser gostoso e todas as garotas ficarem afim dele, mas o problema estava aí. Elas ficavam afim e ele aproveitava para transar com elas.
Só de imaginar ver Candice com aquela cara de puta saindo da minha casa, dava enjoo. Esperava nunca ter que passar por isso. Eu merecia respeito.
:0�
VOCÊ ESTÁ LENDO
All of Me
FanfictionQuando Justin Bieber sobe no palco com aquela voz meio rouca, dedilhando os acordes de sua guitarra, todas as garotas vão à loucura. O corpo tatuado, o cabelo rebelde e o olhar sedutor fazem desse roqueiro levar a mulher que quiser para a cama. O ar...