Sophie Davis
Quando cheguei em casa, dei de cara com a Beatrice no sofá da sala. Estranho ela aparecer sem avisar e já ter entrado, mas pelo que conheço, ela deveria ter brigado com Alfredo e veio "pedir" consolo.
— Oi Beatrice, aconteceu o que estou pensando?
— Sim. Você demorou.
— Estava com Scot — disse me sentando.
— E aí?
— Terminei com ele hoje.
Ela levantou aquela sobrancelha com uma cara de espanto, e disse:
— Sério? Achei que você planejava ter um futuro perfeito e chato ao lado daquele mané.
— HAHA.
— Agora você pode parar de fingir que não quer ficar pelada com o Justin e transar de todas as posições possíveis.
— Você é a segunda pessoa que me diz que eu deveria ir em frente e transar com ele.
— O Justin é sexy, te entendo perfeitamente. O que eu não consigo entender, é você tentar mantê-lo distante. Sério, você precisa ver o jeito você o olha quando ele está em cima do palco ou na sala da sua casa.
Não tinha percebido que estava deixando óbvio que o Justin mexe comigo.
— Todo mundo olha para ele do mesmo jeito quando ele está no palco, Beatrice.
— Isso é verdade, mas você é a única pessoa da plateia para quem ele olha.
— Beatrice, não começa.
— É sério. Você é a única que ele faz questão de procurar no meio do povo quando alguém fala que te viu no local.
— Isso não faz sentido. Justin é homem de várias mulheres.
Esse comentário me fez ficar sem ar, e meu coração começou a bater descontrolado. Já fico sem jeito perto do Justin, se ele fizer ideia do que eu realmente quero com ele, não saberei como vou conseguir segurar minhas mãos em vez de enfiá-las nas calças dele.
Peguei minhas coisas e fui para o meu quarto, não dava para ouvir outro trocadilho dela. Já não queria sair para jantar com o Scot, depois dessa conversa com a Beatrice, também não queria ir para o show.
NO DIA SEGUINTE
Já tinha ido a muitos shows do Justin para saber que salto alto não era a melhor opção. Mas, como seria uma ocasião "especial", coloquei um salto 15 preto e um vestido vermelho acima do joelho, um pouco justo e com decote. Estava sexy para um show, e um pouco vulgar para um jantar "romântico".
Quando olhei no espelho, tive que admitir que estava bonita, mas não estava combinando com a pessoa que sairia para jantar. Afinal, eu tinha me arrumado para uma pessoa completamente diferente. E isso não era nada esperto da minha parte.
Scot Damon tinha vinte e seis anos, era um homem experiente e muito bonito. Ele cursava química na Emory University, que ficava cerca de dez minutos da cidade em que moramos. Estávamos saindo há alguns meses e por mais romântico e atencioso, eu não sentia atração nenhuma por ele. Scot sempre mandava torpedos, me ligava para saber como tinha sido meu dia e quando precisava passar uns dias fora, me mandava flores. Mas, o meu grande problema, era o gato que estava temporariamente na minha casa.
O Scot chegou pontualmente e a gente foi jantar. Quando chegamos no restaurante, me esforcei para não olhar para o celular a cada cinco minutos. Eu estava inquieta. Esse deve ser o pior encontro do dia dos namorados de todos os tempos. Deixei ele me servir uma taça de vinho e dei um sorriso forçado.
— Obrigada.
— Estou feliz que tenha vinho, queria muito que você mudasse de ideia. Gosto muito de você, Sophie.
— Scot, você não me conhece direito. Odeio vinho, por exemplo. Prefiro tequila. Não temos muito mais em comum. Eu não gosto de ópera, me dá sono. Gosto de dançar e me divertir com meus amigos. Achei que fosse me fazer bem namorar alguém como você, mas eu não consigo sentir o mesmo, entende? Não temos química nenhuma, Scot.
— Você podia ter me dito isso meses atrás, Sophie.
— Iria adiantar? Você só fala sobre o que gosta, não deixa um tempo livre para eu conversar.
Passei o resto do jantar emburrada.
Ele me levou até o local do show dos meninos e minha vontade era pular para fora do carro e correr lá para dentro. Mas, quando ele viu aquele pessoal "estranho", resolveu que tinha que entrar comigo. Minha vontade era de dizer para ele que não precisava, mas eu já tinha estragado o dia dos namorados dele, preferi não dizer nada.
Caminhamos ao encontro do pessoal e Beatrice estava agarrada no Fredo, toda linda e sexy preto. Ryan estava falando alguma coisa para o Justin, mas quando ele me viu com o Scot, seus olhos começaram a brilhar como brasa. Tive que engolir seco, porque não conseguia entender a razão dele estar tão bravo por uma coisa tão banal. Antes de eu conseguir falar alguma coisa, ele se afastou e saiu andando sem dizer nada.
— Qual é o problema do JB? – perguntei
— Por que você não pergunta para ele? — Ryan respondeu com outra pergunta.
— Estou perguntando para você. Ele está assim a semana inteira. Está acontecendo alguma coisa?
O Ryan é uma verdadeira dádiva de Deus: cabelo loiro, olhos azuis e rosto perfeito.
— É dia dos namorados, Sophie. E você me aparece toda gostosa, de braço dado com esse cara que ele não suporta, quer o que? Acho que você devia ir lá perguntar para o Justin qual é o problema dele.
— Já passou da hora de vocês terem uma conversa séria, antes que acabem causando um estrago irreparável. — concluiu Alfredo, me surpreendendo.
Prendi a respiração e meu coração acelerou. Justin devia estar no backstage aguardando a hora de subir no palco. Olhei para trás e percebi que Scot estava confuso. Assim como eu. Porque JB estava com tanta raiva? Sendo que nem estávamos nos encontrando mesmo dormindo frente ao outro?
— Será que eles vão me deixar entrar no backstage? — perguntei.
— Vestida desse jeito, quem seria louco de dizer "não" para você? — respondeu Ryan.
— Você fica de olho no Scot?
— Deixa comigo, Sophie.
Dei meia volta e atravessei a grande área da pista até as escadas, que ficam ao lado do palco. No alto da escada, um segurança tentou me impedir de passar, mas disse que estava com o Justin e, como o Ryan disse, o cara me olhou de cima abaixo e liberou a passagem.
Um dos seguranças apontou o dedo indicando onde ele estava. Olhei para porta e respirei fundo. Fui pisando com cuidado em volta do monte de cabos esparramados no chão. Sem pensar muito, bati na porta já abrindo-a. Entrei e rezei para ele não fazer nada que pudesse deixar nós dois envergonhados.
— Justin?
Ele estava de costas para mim, inclinado sobre a pia. Quando nossos olhos se cruzaram pelo espelho, não tive como não notar a expressão selvagem naqueles olhos cor de mel. Seu bíceps estava tenso e flexionado, parecia que ele ia arrancar a pia da parede e atirar bem na minha cara.
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All of Me
FanfictionQuando Justin Bieber sobe no palco com aquela voz meio rouca, dedilhando os acordes de sua guitarra, todas as garotas vão à loucura. O corpo tatuado, o cabelo rebelde e o olhar sedutor fazem desse roqueiro levar a mulher que quiser para a cama. O ar...