61. Lorenzo

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Sophie Davis

"Justin, precisamos ir agora" disse num tom baixo com as mãos na barriga. Fazia uma semana que havíamos voltado da Califórnia e nosso Lorenzo estava pronto para vir ao mundo. As contrações iniciaram durante a madrugada, me acordando algumas horas após eu cair no sono. Justin não se mexia e eu comecei a sacudi-lo com certa dificuldade. Não doía como quando estava grávida de Melanie, mas estava me incomodando bastante e eu comecei a ficar irritada com a demora de Justin para acordar.

— Qual é Sophie? — resmungou com os olhos fechados.

— Levanta dessa porra e ajude-me, Lorenzo está anunciando que está a caminho. — anunciei e Justin levantou-se assustado.

— Eu estava tão cansado que não ouvi meu amor, desculpe-me.

— Sem pedidos de desculpas, eu estou precisando ir ao médico com urgência porque as contrações estão aumentando. — fechei os olhos e acariciei minha barriga — Rápido.

Justin se vestiu rapidamente, pegou a minha bolsa e a bolsa onde estavam às coisas do bebê e colocou uma de cada lado do braço antes de ajudar-me a sair da cama e caminhar até a maldita garagem. Melanie estava na casa de Beatrice, que curtia a sua filha de pouco mais de dois meses. Ela adorava a ideia de ter um bebê no nosso ciclo de amigos e insistiu bastante para passar essa noite na casa da minha melhor amiga e eu acabei aceitando, o que foi bom. Não sei como, mas Justin conseguiu descer as escadas me segurando em seus braços e depositou um beijo em meus lábios assim que travou o cinto de segurança ao redor do meu corpo. Ele corria feito louco pela estrada até chegar ao hospital. No caminho telefonei para meus pais, Pattie e nossos amigos. Dentro do carro, as contrações passaram a ser de cinco em cinco minutos e muito dolorosas. Doutor Adam já estava nos esperando na entrada do hospital com uma cadeira de rodas. Justin me entregou a bolsa maternidade e foi até a recepção para preencher uma ficha antes de acompanhar-me para a sala onde aconteceria o parto. De repente comecei a chorar e Justin se desesperou assim que entrou no quarto.

— Meu Deus! Sophie, o que aconteceu?

— Eu não sei.

— Como não sabe? Ninguém chora sem motivos.

— Justin, isso é um acontecimento normal em momentos como este. Gestantes em si são emotivas, no momento em que o nascimento se aproxima elas tendem a ficarem ainda mais. Provavelmente ela recordou-se de algo e acabou se emocionando. Vou deixá-los a sós.

— Mas e o bebê?

— Sophie está com seis centímetros de dilatação. As contrações vão ficando mais fortes e mais frequentes, talvez mais longas, então você terá que ajudá-la com a respiração para diminuir um pouco a dor. Daqui a pouco volto para verificá-los.

— Por favor, fique por perto.

— Eu não vou sair do seu lado, então, não se preocupe.

— Essa é a pior parte de estar grávida.

— Dói muito?

— Muito é pouco.

— Estranho.

— Mas essa é a resposta que mais se encaixou — respondi sorrindo.

— A dor vai e vem?

— Sim. É rápido, mas doloroso. — fechei os olhos e senti as mãos de Justin massageando os meus pés enquanto a contração voltou. — Eu ainda não acredito que você estará lá para segurar a minha mão. — sorri e enchi os olhos de lágrimas.

— Se você não acredita, imagina só como eu estou me sentindo. — disse ele muito animado e emocionado.

— Por mais doloroso que seja, é um momento muito bonito e especial. Você nunca irá se esquecer. AH! — gritei e minha respiração começou a acelerar.

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