Capítulo: 45

8.1K 610 21
                                    


Levantei rápido do sofá me esquecendo totalmente da ruiva que estava em meus braços, mas para minha surpresa ela não chegou a cair, pois praticamente se agarrou a meu corpo. Não contive o riso.

- Eita ruiva, grudou legal em! - olho para a mulher que fica de pé a minha frente.

- Mirian? Você está me ouvindo? - diz Adalberto, totalmente alheio a situação.

- Oi! Desculpa, pode continuar. - volto minha atenção ao homem do outro lado da linha que se preocupou com o meu silêncio.

Então. Encontramos o garoto em um orfanato distante da cidade, a coordenadora me informou que a própria avó deixou a criança, alegando não ter condições para cria-lo.

- Entendo, e quando podemos vê-lo? - pergunto enquanto observo a ruiva se vestir.

Podem ir amanhã mesmo se quiserem. O garoto só está um pouco assustado, pois sofria maus tratos por isso não fala muito.

- Não acredito que tiveram coragem de fazer isso com uma criança! - meu sangue já fervia, não tolero violência, ainda mais contra uma criança.

O garoto estava com o corpo todo marcado, com um bracinho quebrado.

- Meu Deus! O que fizeram com essa criança...Quanto anos ele tem ? - pergunto ainda chocada com as informações. A ruiva agora já vestida, me olhava com olhar de interrogação.

Somente 3 anos. Até eu fiquei chocado com os relatos da coordenadora, tantos anos de profissão nunca enfrentei um caso desses...

- Para você vê o que um ser humano é capaz de fazer com outro, não perdoaram nem uma criança.  - passando a mão na cabeça respiro fundo tentando me acalmar.

Verdade. Avisa a Beatriz, porque não estou conseguindo falar com ela.

- Está certo. E muito obrigado, você fez um ótimo trabalho, mais tarde me manda o endereço iremos ao orfanato amanhã mesmo.

Desligo o celular. Sigo em direção a Beatriz segurando sua mão a trazendo novamente para o sofá. Eu ainda estava tentando digerir as informações. Como contaria sobre os maus tratos?

- O que houve Mirian? - olho para a mulher que ao tempo que ficou na ligação sua feição mudou com as informações recebidas, mas eu já estava nervosa sem saber e quando a morena pegou minha mão eu já imaginava que não seria notícia boa que viria.

- Era o Detetive, ele conseguiu encontrar o garoto.  - os olhos da ruiva brilharam depois da informação e suspirando aperto sua mão para contar a pior parte.

- SÉRIO! Aí Mirian, onde ele está? Levanta vamos!  - não conseguia conter minha felicidade.

- Calma ruiva! Ele está em um orfanato um pouco longe daqui e... - não sabia como conta a ela sobre os maus tratos.

- E o que Mirian?! Eles fizeram alguma coisa com ele ?  - pergunto já em alerta.

- Bom... Ele vinha sofrendo maus tratos da avó. Foi entregue pela mesma com o corpinho todo marcado e um braço fraturado. - falo ainda tentando conter minha raiva.

- NÃO ACREDITO! Como ela foi capaz de fazer isso com uma criança indefesa?! - algumas lágrimas caíram sobre meu rosto.

Infelizmente essa era a dura realidade de muitas crianças no Brasil e o mundo.

- Não fica assim ruiva. Nós iremos cuidar muito bem dele! - acarício seu rosto enxugando também suas lágrimas.

- Vamos? Você não está chateada? Por eu cuidar do filho de Ricardo? - achei tão fofo quando ela falou que me ajudaria cuidar do pequeno.

- Claro que não ruiva! Afinal a criança não tem nada haver com isso! Ele não tem culpa de ser filho de quem é! - eu sinceramente não estava nem me lembrando do pai da criança.

- Muito obrigada Mirian! Você está sendo maravilhosa me ajudando com isso... - falo abraçando a morena.

- Não tem o que agradecer afinal... Não posso deixar de ajudar minha namorada, estou errada? - já estava mais que na hora de deixar as coisas mais serias.

- Está me pedindo em namoro senhorita Mirian?  - meu sorriso não cabia em meu rosto.

- Senhorita Beatriz Félix, aceita ser minha namorada? Nas chatices, doenças, reclamações de mainha, brigas com João, entre outras coisas! Até que um pote de sorvete nos separe. Aceita?  - em seu rosto um sorriso lindo estava estampado, se eu soubesse que iria ganha um presente desses com um simples pedido, já o teria feito antes!

- Claro que aceito!  - saltitante pulo no colo da morena enchendo seu rosto de beijos.

- Calma ruiva! Tava desesperada foi! - olho com ar de riso a mulher que agora me enchia de tapas.

- Nem começou o namoro e já quer terminar é ? Me falando uma coisa dessas! Sua entragraçadinha! Linda, cheirosa... E agora completamente minha! - celo nossos lábios com um beijo calmo.

Ao sentir aquele cheiro novamente meu corpo se acendeu. Dou uma leve mordida no lábio inferior da morena prendendo minha mão em seus cabelos e segurando com força. Passo beijado toda extensão do seu pescoço a escutando suspirar. Aperto um de seus seios por cima do palitó enquanto me consentro no lóbulo de sua orelha. A mão livre logo vai ao sexo de Mirian onde faço uma leve pressão, mas ela segura minha mão tentando encerrar o contato.

- Para ruiva... Não faz isso.  - minha voz estava embargada de desejo, mas ela continua com a pressão em meu sexo.

- Psiu! Vamos terminar o que foi iniciado, vamos... - uma mordida é deixada no pescoço da mulher mais alta que solta um suspiro de rendição.

- Na-não... Tenha que voltar! - me levantando rápido e tonta de desejo indo em direção a porta. Acho que ruiva não acreditou que eu iria sair.

- Onde você vai Mirian! Volta aqui! Vai me deixar assim ? Ardendo por você?  - sigo em direção a Mirian com o olhar ardente, porem foi em vão, pois a ela saiu praticamente correndo e eu não consegui conter meu riso.

~*~

Apesar da dor entre minhas pernas pelo tesão reprimido, o resto do dia foi tranquilo.

Marquei com a ruiva para irmos ao encontro do garoto no orfanato pela manhã, já com a intenção de adotar a criança. Só precisávamos contar para o resto da turma que iria adorar a idéia de serem tios.

A Segurança (Romance Lesbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora