Capítulo: 52

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Um tempo depois com ambas já saciadas e ainda no mesmo local sentia as carícias da ruiva em meus cabelos. Ela estava com as pernas enlaçadas a minha cintura e com a cabeça sobre meu ombro. Derrepente alguém adentra a cozinha se dando conta de nossa presença.

- Credo Mirian! O que está fazendo escondida aí? Tá treinando para ser fantasma é?  - João me olhando com cara de espanto levando as mãos ao peito pelo susto.

- Não bixa o que está fazendo em casa essa hora, trabalha mais não é?  - pergunto tentando esconder a ruiva que terminava de se vestir.

- Claro meu amor! Diferente de você que está fazendo da COZINHA um quarto de motel! - fala rindo olhando para a ruiva.

- Oi João... - sorrindo e morta de vergonha escondo meu rosto atrás do corpo da morena.

- Menos bixa! Até porque já não flagrei você e o Mateus várias vezes se chupando aqui!  - olho para o homem mais alto que quase se engasga com a água que tomava calmamente.

- Af! Mirian você não sabe nem brincar! Não quero mais saber desse medroso! Cadê meu sobrinho lindo?

- Entendo. Ele está dormindo. - falo sentindo a ruiva descer da máquina.

- Hum, e cadê a tia?

- Deve está paquerando os novinhos da academia. - falo rindo, não duvido que a coroa esteja fazendo isso mesmo.

- Olha, vou me juntar a ela, beijos tchau. - ele sai correndo pela porta.

Subimos para o quarto, Beatriz foi tomar um banho e barrou a minha entrada no banheiro, então aproveitei para ver se o pequeno estava bem.

Chegando ao quarto, não o encontro no berço, meu coração acelerou. Já em alerta começo a procurar por todo o local, mas sem sucesso, parei no meio do quarto observando cada detalhe, mas não consegui escutar nada.

Desço correndo as escada procurando pela sala mas não obtive sucesso, nos outros cômodos foi a mesma coisa, nenhum sinal de Gabriel, voltei novamente ao quarto, parei no mesmo local... E para meu alívio, ouço gargalhadas vindo de debaixo da cama, me aproximo achando logo de imediato uma figurinha sorridente deitado abraçado à um ursinho.

- Açou mamãe... - fala rindo.

Meu alívio foi tão grande que segui para baixo da cama também rindo junto com o sapeguinha do Gabriel.

- Biel não desapareça assim! As suas mamães podem ficar bastante preocupadas, por isso se quiser brincar de esconde-esconder nos chame primeiro ta certo?  - falo olhando sério para o pequeno.

- Certo! Diculpa eu tava me estondendo pla xiola me acha.  - fala abrindo aquele sorriso lindo.

- Que bom que te achei, mas não faça mais isso vamos encontra mãe ai você fala dos irmãozinhos que você quer, vamos.  - saio de debaixo da cama sendo seguida pelo menor.

Chego ao quarto com o pequeno sentado em meu pescoço, Beatriz estava deitada lendo um livro, Gabriel já chegou gritando.

- MAMÃE EU QUELO UM IRMÃOZINHO!

- Que?! - eu não esperava por esse pedido, ainda mais de Gabriel. A morena me olhava sorrindo feliz.

- Não quer ter mais filhos Beatriz ? - pergunto colocando o sapeguinha encima da cama.

- Claro que quero! Mas nosso casamento está se aproximando, eu não iria ficar bonita com um barrigão Mirian.  - falo fransindo o cenho. Eu teria que provar o vestidos várias vezes.

- Você vai ficar linda de qualquer jeito meu amor. E se você quiser podemos ir amanhã mesmo em uma clínica vamos, vamos, vamos!! - eu e Gabriel pedimos ao mesmo tempo.

- Está bem, vou pensar ok?! Agora que tal darmos um passeio para comemorar?  - em resposta recebo um baita abraço de meus amores.

Seguimos para o Shopping, o passeio foi gostoso, calmo e por último levamos o pequeno ao cinema. Ele não conseguia conter a alegria, ficava absmado com o tamanho da tela, pois nunca foi ao cinema antes. Mesmo com término do filme o pequeno não parava de falar, eu e a ruiva não continhamos o sorriso vendo a alegria do pequeno.

Chegando ao estacionamento, Gabriel aponta para uma sombra logo atrás do carro ao lado.

- Biço papão mamãe.  - fala o pegueno ainda apontando e se econdendo atrás da minha perna.

Olho para onde o pequeno apontava o deixando no colo de Beatriz que me pedia para voltarmos, mas logo sigo para verificar. Chegando, vejo uma figura acolhida no canto do carro, chorando segurando suas pernas junto ao joelho e ao me ver acaba se assustando.

- Oi, calma como você se chama? - pergunto me apresentando para a linda menininha que aparentava ter em torno de seis anos.

- Maria... - fala secando as lágrimas.

- Oi Maria eu me chamo Mirian, você está perdida? Cadê seus pais?  - me agaixo próximo a menina de olhos negros.

- Minha mãe morreu. Eu tou morando na rua a uns dias... - me responde baixo aparentemente ainda com medo.

- Não tem mais ninguém ? -  sinto um aperto no peito.

- Não. Minha vó também já morreu, não sei quem é meu pai e não tenho tia minha mãe era filha única.

Achei triste uma menina daquela idade está sozinha sem ninguém para lhe ajudar.

- Você está com fome? - pergunto observando as profundas olheiras da menina.

- Sim... - fala ainda timida.

- Vem, te levo para minha casa, lá você pode tomar um banho e comer.  - estendo minha mão que é logo agarrada pela menina.

Segui em direção a meu carro com Maria grudada a minha mão, Beatriz me olha com espanto, faço um sinal como se dicesse que depois explicaria.

Seguimos para casa com Gabriel que tentava conversar com a menina ao seu lado, mas a mesma ainda se encontrava meio reclusa.

Chegando, Beatriz pôs Gabriel para dormir enquanto eu dava banho em Maria. Depois do banho fiz um lanche recheado de guloseimas que não ficaram por muito tempo no prato, já que a menina estava com muita fome, terminando fui colocá-la para dormir, o que não demorou muito tempo pois a pequena parecia não dormir a dias!

Voltando ao quarto encontro a ruiva parada me olhando seriamente com os braços cruzados junto ao peito.

- Agora pode me dizer o que está acontecendo?  - pergunto olhando para a morena.

Tomei um susto ao ver Mirian sair do local com uma menininha que apesar de estar um pouco suja era linda.

- Ela não tinha para onde ir ruiva, e estava chorando reclusa num canto, perguntei por sua família, mas ela falou que não tinha mais ninguém, que estava na rua a dias... Ela é tão linda como podem deixá-la assim na rua?  - falo já com os olhos marejados.

- Meu amor, eu sei que é triste, mas o que podemos fazer? No país onde vivemos infelizmente encontrar crianças abandonadas nas ruas está se tornando uma cena natural... - consolo a morena que tinha um semblante triste em seu rosto.

- Podemos adotar ela? Sei que não posso a adotar todos, mas... Não quero deixá-la na rua... - olho diretamente naquele mar verde que sempre me encantava.

- Sim, podemos sim meu amor.... Agora vamos dormir o dia foi muito conturbado hoje...

A morena ainda estava um pouco cabisbaixa, mas o que poderíamos fazer? Maria era uma dos vários que vagam pela noite, sentindo frio fome, ficando expostos aos perigos da rua, vulneráveis as mentes ruins que se oferecem para cuidar, com más intenções... Mas o que os vulneráveis poderiam fazer? Eles não tem a quem recorrer, seu Porto Seguro lhe abandonou, não a mais a quem pedir, os poderosos não dão atenção! A única opção é agarrar a quem lhe estendeu a mão...

A Segurança (Romance Lesbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora