1º Dia

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   Clarke estava animada com a jornada que se iniciaria em sua vida. A noite em que passara na universidade não fora a melhor, talvez pelo fato de estar em um novo lar. As meninas do seu alojamento ainda não haviam chegado, então dormira sozinha. Ao acordar, sentiu um cheiro maravilhoso de pão, tomou um banho rápido, se arrumou e caminhou entre os outros alunos que também se dirigiam ao restaurante. Enquanto tomava seu suco de laranja, checava seu horário, com os olhos fixos na lista que recebera.

   Lexa não tinha o hábito de tomar café na universidade, pois na maioria das vezes acordava atrasada, mas nesse dia teria que receber os calouros junto com o restante da sua turma, então sentou-se em uma mesa próxima à janela e seu olhar encontrou um par de olhos azuis e isso foi suficiente para que derramasse um pouco de café em sua roupa. Droga, xingou. Levantou-se e procurou um lenço na sua mochila, voltou-se a sentar quando finalmente o encontrou. Começou a tentar amenizar a situação da mancha de café da sua blusa, o que não ajudou muito. Quando resolvera olhar pra onde Clarke estava sentada a encontrou encarando-a com um sorriso de canto, quando percebera que Lexa a olhara, rapidamente voltou seu olhar para a folha onde continha suas disciplinas.

   Lexa forçou-se a conter uma faísca de felicidade que acendera dentro de si ao perceber que Clarke a havia notado. Depois de um tempo, a campa soara e então Lexa levantou-se e seguiu para seu armário, lembrou-se de que tinha uma blusa.

   Rapidamente a universidade encheu-se de estudantes admirados com a beleza do lugar. Clarke foi para a sua primeira aula, a turma tinha bastante alunos, sentou-se em uma cadeira próxima a porta e esperou a professora de Improvisação Teatral I chegar. Estava muito animada, ali, sentada em meio a tantos estudantes, sentia-se independente e isso fazia com que seu peito se enchesse de orgulho por, pelo menos uma vez na vida, seguir seu sonho. Sentia-se diferente, não sabia exatamente o que era, mas sentiu coceira, isso era estranho, pensou, mas tentou acalmar-se, mas a coceira a perturbava e depois uma horrível dor no estômago. Clarke desesperou-se, não sabia quem procurar, no mesmo instante a professora entrara, recebera os alunos com um bom dia contagiante e logo percebera o estado de Clarke.

   - Oi, tá tudo bem ? - perguntara, preocupada.

   - Não, acho que estou tendo uma crise alérgica - respondeu-lhe.

   - Ah, meu Deus. Só um instante.

   A professora foi até o corredor, procurar por ajuda, os alunos também preocuparam-se, mas não sabiam como ajudar. Lexa estava levando algumas pastas para a secretaria e deparou-se com uma professora com pânico no rosto.

   - Professora, aconteceu alguma coisa?

   - Estou com uma aluna que provavelmente está tendo uma reação alérgica.

   Lexa imediatamente entrara na sala e logo avistou Clarke, pálida e com algumas manchas no rosto e braços. Aproximou-se de Clarke e logo pegou seu estetoscópio, olhou para Clarke pedindo permissão para checar seus batimentos cardíacos. Clarke ajeitou-se na cadeira e então Lexa avaliou-a.

   - Preciso levá-la para a enfermaria - disse, olhando para a professora que esperava ansiosa por uma resposta.

   - Ah, claro, sim... - disse.

   - Consegue dar alguns passos até a enfermaria? - perguntara Lexa, olhando para Clarke.

   - Acho que sim - respondera Clarke, tentando levantar-se sozinha, mas a dor no seu estômago era tão forte que ela quase fora para o chão.

   - Opa - disse Lexa, segurando-a pelos braços.

   Lexa pôs o braço de Clarke sobre seu ombro e automaticamente sua mão foi parar na cintura de Clarke, que encolheu-se um pouco ao sentir os dedos de Lexa em sua cintura.

   - Ah...ahn... me perdoe - Desculpou-se ao perceber que Clarke acanhara-se.

   - Ah, tudo bem.

   As duas caminharam em silêncio até a enfermaria, Clarke fechava os olhos lentamente toda vez que a dor em seu estômago ameaçava vir mais forte.

   - Já estamos chegando, só um instante - Lexa a tranquilizava.

   Quando chegaram à enfermaria, Lexa pôs Clarke deitada na maca.

   - O que aconteceu? - perguntara o Dr. Jaha.

   - Ela está tendo uma reação alérgica.

   O Dr. Jaha aproximou-se de Clarke para lhe fazer umas perguntas.

   - Ok, sei que isso, pra quem esta com muita dor, é extremamente cansativo, mas preciso que me responda umas perguntas - disse, olhando para Clarke.

   Clarke deu-lhe um olhar, dizendo para que prosseguisse.

   - Tem alergia a algum alimento, bebida... ?

   - Suco de laranja.

   - Frutas cítricas?

   - Sim...

   - E qual foi a última vez em que tivera uma reação dessas?

   - Quando eu tinha uns 10 anos - respondera fechando os olhos, tentando lembrar-se.

   - Ok, toma algum remédio?

   - N-não - Clarke pôs a mão sobre a barriga, e então uma lágrima escorreu de seu olho.

   Seus olhos encontraram os de Clarke e vê-la assim deixou-a extremamente preocupada.

   - Dr... precisamos... - Lexa foi para o lado de Clarke e percebera que seu lábio estava obtendo uma outra cor.

   - Rápido! Segure o braço dela - ordenou o Dr. Jaha.

   Lexa segurou o braço de Clarke e fez todo o procedimento para aplicar uma medicação. Clarke olhou-a com os olhos fechando lentamente.

   - Vai ficar tudo bem, calma - sussurra Lexa, tranquilizando-a. Jaha aplicara o medicamento e no momento em que a agulha entrou, Clarke apertou o braço de Lexa, que retribui com um sorriso.

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