Negociações

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Já havia se passado uma hora desde que a casa de Lexa havia sido tomada por policiais.

A preocupação e a inquietação tomavam conta do coração de Lexa que andava de um lado para o outro temendo que o pior pudesse acontecer a sua namorada.

—  Lexa, você precisa ficar calma! — Luna tentava tranquilizá-la.

— Não me diga para ficar calma, Luna — disse Lexa, voltando a andar de um lado para o outro novamente. — Por que eles não estão fazendo nada?

_ Eles estão estudando o caso com cuidado, não querem que ninguém saia machucado — respondeu Monty.

— Oi pessoal! Alguma notícia? — perguntou Harper, se aproximando de Monty.

— Os policiais estão estudan... — Luna fora interrompida no mesmo instante.

— Pessoal... — uma voz masculina surgiu, fazendo com que todos prestassem atenção — Precisamos que façam silêncio!

Lexa aproximou-se de Abby imediatamente.

— O que está acontecendo? — perguntou.

— Estamos tentando fazer contato — respondeu.

— Peça pra que compartilhem a linha comigo.

— Lexa, não podemos fazer isso.

— Por favor... — implorou juntando as mãos, levando-as em direção ao peito.

— Vou ver o que posso fazer, mas você precisa prometer que irá se comportar.

— Prometo!

Os polícias instalaram os fones em Lexa para que ela também pudesse ouvir.

— Olá papai Kane e mamãe Abby! — cumprimentou Anya, fazendo o estômago de Lexa embrulhar no mesmo instante — Com saudades? — riu de forma maléfica.

— Saudades da nossa filha sim — respondeu Abby.

— Own, como vocês são patéticos!

— Onde está a nossa filha? — perguntou Kane.

— Olá papai Kane, como tá a sua vida de merda?

— Escuta, nós só queremos a nossa menina de volta — Abby interferiu rapidamente.

— E eu também quero, digo, — disse Anya, se corrigindo — entregar ela pra vocês. Não aguento mais olhar pra essa cara ensanguentada.

Lexa quis falar na mesma hora, mas sabia que se o fizesse colocaria a vida de Clarke em perigo.

— O que você fez com ela? — a voz de Abby estava alterada.

— Eu não teria feito nada se ela não fosse teimosa.

— Queremos falar como ela — disse Kane.

— Calma aí, papai Kane — Anya pensou por uns segundos antes de continuar — Tudo bem, tudo bem! McCreary! — chamou seu capanga — Traga a loira aqui.

McCreary obedeceu, soltou Clarke das algemas por um instante, empurrando-a para que andasse mais rápido.

— Se você aprontar alguma coisa teremos aquela mesma conversa de mais cedo, ouviu? — Anya dava ordens, antes de colocar a ligação no viva voz.

— Oi, filha! — Abby não conseguiu conter o choro — Mamãe vai te tirar daí, tá bom?!

— Oi, mãe — uma voz fraca e cansada surgiu do outro lado da chamada.

Lexa fechou os olhos demoradamente e mordeu os lábios, numa tentativa de prender as palavras em sua boca.

— Oi, meu amor — Kane cumprimentou-a.

— Eu amo vocês e... — Clarke fungou e Lexa teve a certeza de que estava chorando — mãe, pode dizer à Lexa que eu a am — Anya interrompeu!

— Já chega!

— Mas não falamos nem um minuto com ela — reclamou Kane.

— Vocês a querem de volta, não é mesmo? Então me dêem a quantia que pedi e poderão conversar com ela o tempo que quiserem.

Abby e Kane já sabiam todo o plano, só precisavam segui-lo.

— Certo! — disse Abby — Onde a encontramos?

— Que rápido, tô gostando de ver.

Anya deu o endereço enquanto Kane fingia anotá-lo.

— Pode ser daqui a uma hora? — quis saber Abby.

— Por que tanto tempo? Se vocês podem vir até de jatinho se preferirem...

— A quantia que pediu é muito grande, teremos que ir ao nosso cofre buscá-la — mentiu Kane.

— Certo. Mas se eu souber que estão tramando alguma coisa, pode ter certeza de que o velório da sua filha terá que ser de caixão fechado e não queiram saber o porquê.

Lexa sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo. Torcia pra que tudo desse certo, dessa forma hoje mesmo teria Clarke novamente. A ideia de pensar em Clarke machucada revirou o seu estômago a ponto de fazê-la ter ânsia de vômito.

— Querida, tudo bem? — Abby direcionou  Lexa para que ela sentasse no sofá.

— Sim, só um mal estar repentino — respondeu Lexa.

— Deixe-me ver. — Abby segurou o queixo de Lexa, tentando ver seus olhos — Você está pálida demais!

— Não é nada! — Lexa levantou-se rapidamente, o que provocou uma tontura. Abby a segurou.

— Está vendo? — Abby sentou-se pertinho de Lexa e respirou fundo antes de prosseguir — Preciso falar com você sobre algo. — Abby segurou uma das mãos de Lexa olhando profundamente em seus olhos — As equipes já estão se arrumando pra se dirigir ao local onde Clarke está.

— Preciso estar lá — Lexa tentou levantar-se, mas Abby apertou sua mão.

— Sobre isso... eu gostaria que ficasse nos aguardando.

— CLARO QUE NÃO — Lexa rapidamente arrependeu-se de ter aumentado o tom — Digo, ahn... eu quero muito estar lá.

— Meu medo é que algo dê errado.

— Eu não farei nada pra prejudicar o plano, mas por favor, me deixe ir.

— Não me refiro a isso, mas sim... — Abby abaixou o rosto.

— Não, isso não vai acontecer. Clarke é forte. Hoje mesmo ela estará conosco.

Pela primeira vez Lexa viu Abby vacilar em suas palavras.

A mãe de Clarke era tão sábia, sempre sabia exatamente o que dizer e tudo o que dizia vinha acompanhado de suavidade. Mas Lexa sabia que Abby estava a ponto de desmoronar, sua única filha nas mãos de criminosos dispostos a fazer qualquer coisa pra ter o que querem.

Lexa apenas abraçou Abby. Em alguns minutos Kane apareceu.

— Querida, precisamos ir. Os policiais pediram para que colocasse isso — estendeu um colete a prova de balas.

— Vamos precisar de mais um desses — disse, olhando para Lexa, um sorriso surgindo imediatamente.



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Hey, pessoal! Espero que tenham gostado! Obrigada pelos incentivos. Vocês são maravilhosos 💕

Beijinhos e se cuidem ^-^

Qualquer erro será arrumado em breve!





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