Chácara

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— Impossível! — disse Clarke, tentando manter o ritmo de sua concentração após três horas atrás do volante.

— Estou falando sério, só beijei um garoto em toda a minha vida e eu não estava totalmente sóbria.

— Então você é do tipo que bebe umas e já fica louca? — Clarke tinha um sorriso no canto da boca.

— Claro que não, mas após alguns copos de vodca eu seria incapaz de desabotoar a própria camisa.

Lexa fechou os olhos, sentindo o vento em seu rosto. Fazia tempo em que não se dava o luxo de uma viagem. Não tinha palavras para expressar a felicidade que estava sentindo. Divertia-se ao ver Clarke remexendo-se ao seu lado, tentando, incansavelmente, acompanhar o ritmo das músicas.

— Amo essa música — disse Clarke, cantarolando alguns trechos de uma de suas músicas favoritas.

— E eu amo você — Lexa levou uma de suas mãos até o ombro da loira, acaraciando-o, um sorriso bobo estampado. Clarke inclinou a cabeça, de forma que sua bochecha repousou sobre as costas da mão de Lexa.

— Eu amo você! — respondeu, com a voz mais doce possível.

Lexa levou um cheetos até a boca de Clarke.

— Obrigada — agradeceu, ainda com a boca cheia — Hm... aliás — Clarke reduzira a velocidade — chegamos!

Frondosas árvores favoreciam o ambiente, proporcionando sombra ao longo do caminho de cascalho que levava a uma formosa chácara.

Clarke descera do carro e caminhou até Lexa.

— Então... — a loira colocou uma mecha atrás da orelha — eu estava planejando te trazer aqui há um tempinho — Clarke fez uma pausa — mas como percebemos eu sou péssima em tentar esconder as coisas de você — sorriu, sem graça — Gostaria que a nossa primeira viagem juntas fosse especial e esse foi o primeiro lugar em que pensei. Costumávamos passar as férias aqui e eu lembro de chorar pra não ir embora.

Lexa sorriu ao imaginar uma Clarke criança fazendo cena de birra. A loira deu um passo em direção a Lexa.

— Será só eu e você — sussurrou, antes de selar os lábios de Lexa com um beijo suave.

As duas carregaram as malas até a entrada da chácara. O lugar transmitia o sossego de que Lexa tanto precisava. Ouvia-se ao longe o som de cachoeira e pássaros cantando, voando de árvore em árvore.

A casa central era de madeira e possuía uma longa varanda com um banco suspenso de jardim, uma espécie de lareira estava no centro, com algumas grandes almofadas ao redor, próximo havia uma pequena mesa com bancos que simulavam troncos de árvores. Uma área destinada a grelhados havia sido colocada em um dos cantos enquanto que do outro estava um grande armário com bebidas de todo tipo. O piso era revertido do que parecia ser assoalho de bambu. Um canteiro adornava toda a extensão da varanda, um show de cores de arbustos atraía borboletas, deixando o ambiente mais bonito.

O céu do início da noite era um prisma de cores. Após guardarem suas coisas e tomarem um demorado banho de banheira juntas, Clarke e Lexa preparavam o jantar.

— Obrigada — sussurrou Lexa, com a boca colada ao ouvido de Clarke, enquanto a loira estava atrás do balcão preparando a pizza caseira.

Clarke virou-se, seus olhos perdidos entre os lábios e os lindos olhos de sua namorada. A loira seria capaz de identificar a voz de Lexa em meio a multidão, havia algo na voz dela, algo que fazia Clarke querer ouvi-la durante todos os dias da sua vida.

Sentiu a mão de Lexa pousar sobre o seu quadril, apesar de as duas estarem juntas há um tempo, ainda assim Clarke sentia como se fosse o primeiro contato, como se tivesse atravessando uma grande barreira invisível com altas tensões de eletricidade.

­­­— Por que eu demorei tanto tempo pra perceber que era você? — Clarke usou seus dedos para acariciar o rosto de Lexa, que estava a milímetros do seu.

Lexa sorriu em resposta, em seguida escolheu uma música em seu celular e levou Clarke para o centro da sala.

— O quê? — perguntou Clarke, confusa — Eu, eu não... — sentiu suas bochechas enrubescerem.

— Não? — Lexa posicionou suas mãos nos quadris de Clarke, que rendeu-se, jogando seus braços por cima dos ombros da mulher a sua frente.

Lentamente Clarke pousou seu rosto sobre o peito de Lexa. Clarke fechou os olhos, enquanto Lexa sentia o cheiro doce das mechas loiras.

— O tempo que demorou não importa — sussurrou — eu só quero dormir e acordar todo o dia e ter a imagem mais linda a minha frente — Lexa apertou delicadamente o corpo frágil de Clarke em um abraço que seria capaz de levá-las pra qualquer lugar.

As duas permaneceram assim por um tempo. Lexa conduzia uma dança lenta, sentindo o seu calor misturando-se ao de Clarke. O momento mágico que as duas jamais ousariam interromper.



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Hey, pessoal! Tudo bem com vocês? Espero que tenham gostado desse capítulo. Em breve estarei concluindo. Dúvidas, sugestões, críticas é só chamar :)

Qualquer erro será arrumado em breve.

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