Mentiras

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   Após o que pareceu uma eternidade, Echo pediu para que os alunos voltassem para o acampamento, então, imediatamente Lexa afastou-se de Clarke, temendo que a situação ficasse complicada pro seu lado e, consequentemente, pro lado de Clarke.

   Ambas separaram-se. Lexa sentia-se como se uma parte sua estivesse faltando. Era uma sensação que estava experimentando novamente. Havia tanto tempo, até havia esquecido o quão prazerosa era.

   A chuva, que até então caía de forma suave, ameaçava piorar. Então essa era a preocupação de Echo, pensou. Quando puseram os pés sobre a terra encharcada, Jaha entregou os pertences a Lexa e pediu para que fosse ajudá-lo a entregar o prêmio à equipe vencedora.

   No momento, Lexa resmungou mentalmente, queria estar ao lado de Clarke. Sua mente estava confusa e com inúmeras perguntas. Viu Clarke dirigir-se à barraca, mal esperava o momento em que pudesse estar a sós com a garota que, em um curto período de tempo, foi capaz de reviver um sentimento há muito tempo esquecido.

   Após darem os prêmios, Lexa finalmente conseguiu se ver livre para encontrar-se com Clarke

   Caminhando em direção a barraca, Lexa deparou-se com Clarke saindo com  sua mochila. Correu para poder alcançá-la.

   — Hey, hey... o que está fazendo? — perguntou Lexa, sem entender.

   Clarke virou-se para Lexa e permaneceu em silêncio por uns minutos antes de responder.

   — Estou trocando de barraca.

   — É, eu percebi — disse, olhando para a mochila de Clarke. — Mas por que está fazendo isso?

   — Fiquei sabendo que Emori não tem se sentido bem, tem tido febre durante a noite, imaginei que fosse bom pra ela dividir o quarto com você, pra que ela se sentisse bem, já que você sabe exatamente o que fazer

   Lexa não precisava fazer parte do FBI pra saber quando alguém estava mentindo. A mentira de Clarke era tão ruim que logo dava pra perceber.

   — Então é só por isso que está trocando de quarto?

   — Sim — respondeu Clarke, engolindo em seco.

   As duas entreolharam-se por alguns segundos antes de Clarke virar-se para continuar o seu caminho em direção a barraca de Emori.

   — Clarke — disse Lexa, segurando o braço de Clarke.

   — Sim?

   — Por que está fazendo isso? — quis saber.

   — Isso o quê?

   — Mentindo pra mim.

   — Eu não estou mentindo — Clarke possuía a voz trêmula.

   — Ah, Clarke, por favor. Pare com isso. Fale a verdade, eu fiz alguma coisa?

   Clarke não deu ouvidos e virou-se para continuar andando. Lexa estava nervosa, queria uma resposta. Correu e posicionou-se em frente a Clarke, suas mãos em cada antebraço da loira, de forma a pará-la.

   — Por que está fazendo isso? — os lindos olhos de Lexa agora lhe imploravam uma resposta.

   Clarke abaixou a cabeça, com medo de que se encarasse Lexa por mais um tempo seus olhos viessem a vacilar.

   — Por que está trocando de barraca? Se eu fiz alguma coisa de errado por favor, me perdoa, não precisa ficar com medo, eu não farei nada com você, eu... — Lexa deixara seus braços relaxar, posicionando-os de volta ao lado da cintura.

   Clarke, com o coração apertado, a encarou por um instante. Por um momento, pensou em abraçar Lexa, vê-la daquela forma tão frágil, fez com que despertasse um sentimento protetor. Mas ao invés disso, decidiu desviar-se
e seguir seu caminho, deixando Lexa para trás, sem ao menos olhá-la.
  

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