A verdade

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— Nossa, me perdoe o atraso — disse Anya, colocando a bolsa sobre a mesa.

— Ah, não. Deixa disso — disse Lexa, olhando uns papéis em suas mãos — Imagino que tenha ido visitar a Alie.

— Com certeza. Sem ela a minha casa fica tão vazia.

— Imagino — Lexa meneava com a cabeça, se perguntando como Anya tinha a cara de pau de mentir, mais do que isso, Lexa se perguntava o motivo disso tudo.

Os pensamentos de Lexa foram interrompidos no instante em que seu aparelho celular começou a tocar.

— Dá licença — disse educadamente ao pegar o aparelho.

— Toda.

— Alô — Lexa havia posicionado o celular entre o ombro e o rosto enquanto folheava alguns papéis.

— Oi, Lexa. — Luna parecia estar mastigando alguma coisa — Fiz o que pediu.

— Nossa que legal, como foi?

— Ela chegou de carro e estacionou a alguns metros da universidade.

— Registrou o momento?

— Momento?

— Sim, o momento.

— Aaah, sim sim. Estou te enviando agora a foto.

— Ah, que lindinho. Fico feliz que tenha conseguido. Depois me mostre sim, tô muito ansiosa.— Lexa tentava disfarçar, Anya estava atenta à conversa do celular.

— Ela está aí perto?

— Sim, sim. — Lexa usou sua visão periférica para analisar Anya — Sim, nos reconciliamos, eu sou louca naquela garota — Lexa sorriu, se dando conta da saudade que estava sentindo de Clarke.

— Logo iremos encontrar ela.

— Eu espero. Podemos conversar mais tarde? — perguntou Lexa.

— Sim. Beijinhos — despediu-se Luna.

— Até logo! Beijos, ah, e obrigada.

— De nada.

Lexa colocou o celular no bolso do seu impecável jaleco branco.

— Uma amiga nossa está feliz porque o filho está dando os primeiros passinhos — Lexa sorriu boba, tentando enfatizar a felicidade.

— Ah, que lindo — Anya detestava crianças, até gostava delas, mas no colo de seus pais. — Você e Clarke pretendem ter filhos? — Anya engoliu em seco, se arrependendo da pergunta que havia feito.

Lexa levou um longo tempo pra responder e quando respondeu, o fez sorrindo.

— Sim, nós queremos muito!

— Aliás, onde está Clarke? Ela sempre vem aqui ver você.

— A mãe dela está doente, Clarke teve que ir ficar com ela.

— Espero que ela melhore — disse Anya, dando de ombros.

— É verdade.

Faltavam poucos minutos para o expediente das duas acabarem.

Seis vezes. Esse havia sido o número de vezes em que o celular falso de Anya havia tocado. Lexa disfarçava como se não soubesse de nada do que estava acontecendo.

No decorrer do tempo o coração de Lexa foi tomado por um desespero, estava tendo dificuldade até para se concentrar.

Por que ela está fazendo isso?”

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