— Então me diz o que é, Clarke — Lexa, andava pela casa.
— Amor, eu já falei que não é nada.
Lexa respirou fundo, há semanas Clarke estava completamente estranha, como se estivesse escondendo algo. Lexa percebera isso quando pegou o celular de Clarke pra ver algumas fotos e Clarke avançou em cima dela como um leão.
Clarke aproximou-se de Lexa e segurou seu queixo, obrigando-a a olhar em seus olhos azuis.
A loira se inclinou para beijar os lábios de Lexa, que virou o rosto, fazendo Clarke beijar sua bochecha.
Lexa caminhou até a porta e pegou seu casaco.
— Vou dar uma volta — disse, antes de sair.
A noite fria não era suficiente para fazer as pessoas permanecerem em suas casas. A praça estava bem movimentada, Lexa encontrou um banco e sentou-se, sentindo o peso das dúvidas pesarem em sua cabeça.
Gostaria de não pensar que Clarke talvez pudesse estar envolvida com outra pessoa, balançou a cabeça na tentativa de fazer esse pensamento fugir de sua cabeça, mas vez ou outra ele retornava.
Em alguns dias as férias chegariam. Lexa sugeriu uma viagem só delas e pôde perceber a falta de interesse de Clarke, o que a deixou muito frustrada.
As duas nunca haviam guardado segredos e nos últimos dias Clarke colocara senha no celular e recentemente Lexa ouvira Clarke conversar baixinho no celular com alguém.
Nunca passou por algo parecido, gostaria que Clarke contasse o que estava acontecendo. Odiava ter que pensar nisso.
Lexa ficou cerca de trinta minutos sentada, refletindo quando finalmente resolveu voltar para casa.
Ao chegar, encontrara as luzes apagadas. Foi para o quarto e encontrou Clarke dormindo.
Lexa trocara de roupa e arrastou-se para debaixo das cobertas.
Os pés gelados de Clarke logo encontraram os seus. Lexa depositou um beijo nos lábios de Clarke e em seguida dormiu.
Na manhã seguinte as duas tomaram café em silêncio e caminharam até a universidade em silêncio.
Um silêncio que pela primeira vez tornou-se um incômodo.
— Te vejo no almoço? — quis saber Lexa.
— Ahn, na verdade eu terei que ir em casa visitar minha mãe, combinei com ela — respondeu Clarke, um pouco desconfortada.
— Tudo bem então — Lexa quis ter algo onde pôr as mãos, em vez disso, fingiu colocar uma mecha atrás da orelha — Então — Lexa engoliu em seco — eu já vou, se eu atrasar mais um minuto Jaha me mata — sorriu sem graça.
— Tudo bem, amor — Clarke aproximou-se e deu um beijo em Lexa antes de dirigir-se até sua aula.
O dia de Lexa estava completamente desastroso. Arrumou sua mesa e enquanto organizava alguns papéis se atrapalhou e deixou algumas pastas caírem.
— DROGA! — gritou, jogando as mãos para o alto e fechando-as firmemente em seguida.
— Ei, iih o que foi? — Luna apareceu.
— Nada.
— Dia ruim?
— Tá mais pra semanas ruins — vociferou Lexa.
— O que aconteceu?
— As coisas com Clarke estão estranhas — desabafou, sentando-se em sua cadeira e tirando os óculos.
— Estranhas como?
— Eu não queria nunca ter que chegar a essa conclusão mas todos os sinais apontam pra isso.
Luna olhou confusa.
— Acho que Clarke está se envolvendo com outra pessoa.
— Amiga, — Luna fez uma pausa antes de continuar — Deus e o mundo são provas do quanto vocês são as pessoas mais apaixonadas e loucas uma pela outra que existe.
— Ela tá agindo estranha.
— As pessoas são assim.
— Cochichando no celular, agindo como se estivesse tudo normal.
— Será que não é você que tá imaginando coisa?
— Ela colocou senha no celular e não me disse até hoje qual é a senha.
— Ah então a coisa tá séria mesmo.
— Eu não sei o que fazer.
— Tenta não pensar nessas coisas, eu sei que Clarke não faria isso.
— Fica difícil, o clima tá estranho. Não quero pressioná-la e colocá-la na parede — Lexa levou as mãos até a testa — não quero que ela ache que eu não confio na nossa relação, mas tá me incomodando.
Após um instante o celular de Lexa tocara.
— Alô, oi Abby! — cumprimentou — Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
— Oi, querida, me perdoe incomodar.
— Não, imagina. Sem problemas!
— É que já tem um tempinho que tô tentando falar com Clarke e tá impossível. Gostaria de pedir por obséquio, que você falasse a ela que a encomenda que ela pediu chegou aqui. Há possibilidade?
Lexa olhou imediatamente para o relógio.
— Ela não está aí?
— Não, não. Hoje é dia de reunião, Clarke jamais viria hoje, odeia as ações da empresa, aliás, tudo que envolve a empresa — Abby deu uma risada sem graça.
— Ah, sim — Lexa respirou fundo — Pode deixar que direi a ela o seu recado.
Ao desligar, tinha sobre si os olhos atentos de Luna.
— O que houve?
— Viu? Agora deu pra mentir pra mim. Ela não está com Abby. — Lexa pegou sua bolsa e seu jaleco.
— O que fará?
— Irei pra casa. Me darei o resto do dia de folga.
— Tá louca? E Jaha? E a enfermaria?
— Falarei com Harper pra cobrir meu horário e ligarei pra Jaha explicando que não estou bem.
— Tudo bem, mas o que pretende fazer durante a tarde toda?
— Relaxar, minha cabeça tá a mil. Pensar sobre como conversar com Clarke sobre isso tudo.
— Então tudo bem — Luna abriu os braços, de forma convidativa — Vai ficar tudo bem, amiga. Chegue em casa, tome um banho, tente relaxar — disse, acolhendo Lexa em seu abraço.
— Tudo bem, obrigada — suspirou, antes de sair, de braços dados com Luna.
Dentro do táxi, a caminho de casa, Lexa não deixara sua mente descansar em nenhum momento.
Sua cabeça parecia ter vários “E se...” flutuando.
“E se Clarke estiver com outra pessoa?”
“E se ela não me ama mais?”
“E se eu estiver imaginando coisas?”
“E se terminarmos?”
“E se...e se?”
Lexa queria todas as respostas possíveis, mas sabia que deveria desistir de algumas perguntas se não quisesse se magoar.
Para algumas respostas ela nunca estaria preparada.
~•~
Hey, pessoal! Espero que estejam bem!
Beijinhos e se cuidem *-*
P.s.: Qualquer erro será arrumado em breve!
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I Need You CONCLUÍDA
FanfictionA jovem Clarke Griffin, de 25 anos, sempre teve tudo que quis a custa dos pais, grandes empresários. Quando vê seu nome entre os primeiros colocados do curso de Teatro da University College London, decide que é hora de ser independente e resolve seg...