Eu te amo

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Clarke estava deitada em uma cama de hospital, essa era a certeza que tinha. Sentia dores por todo o corpo e o cone cervical posto em seu pescoço a impedia de olhar ao redor da sala.

Tentou mexer-se e arrependeu-se profundamente.

— Não mexa-se, querida — sua mãe respondeu, caminhando até Clarke.

Clarke tentara comunicar-se, mas as palavras não vieram. Não conseguira formular nenhuma frase.

— Você passou por procedimentos médicos e necessita de total repouso — disse Abby, acariciando as mechas loiras de Clarke, feliz por tudo ter acabado.

Clarke estava calada, tentando lembrar-se do ocorrido, mas recordava-se apenas de algumas cenas.

Clarke respirou fundo.

— Lexa... — sussurrou, quase inaudível. Abby tivera que aproximar-se para que pudesse entender.

Abby sorriu, antes de responder.

— Ela está em outra sala se recuperando.

Clarke fez uma cara de confusa e preocupada, inquietando-se.

— Calma, querida. Ela precisou ser sedada e ainda está sob o efeito sedativo, por esse motivo ela está em outra sala se recuperando.

— Deixe-me ir até ela — pediu Clarke.

— Você não pode, Clarke. Precisa ficar em repouso.

No mesmo instante o celular de Abby tocou.

— Alô! — cumprimentou Lexa.

— Ah, oi, Lexa — disse, olhando para Clarke, que implorava com os olhos para que pudesse falar com a sua namorada — Estávamos falando de você há pouco tempo.

— Estávamos? Clarke acordou? Ela está aí?

— Sim, ela está aqui implorando pra ver você.

— Acho que não poderei — o tom triste por trás da voz de Lexa fazia-se presente.

— Não?

— Eu tô aqui na recepção e já pedi, eles falaram que infelizmente eu não poderei vê-la por normas do hospital.

— Fique me aguardando aí um instante.

— Certo.

Em alguns minutos Abby apareceu e conversou com o diretor do hospital, permitindo assim, a entrada de Lexa no quarto de Clarke. Lexa não conseguia conter a alegria que estava sentindo.

— Muito obrigada, Sra. Griffin — agradeceu, abraçando Abby desajeitadamente.

— Já conversamos sobre isso, não precisa me chamar dessa forma — sorriu antes de prosseguir. — Você acha que consegue ficar com Clarke enquanto vou em casa pegar algumas coisas?

— Claro que consigo! Será um prazer!

— Clarke é teimosa e eu a conheço bem — disse Abby, antes de afastar-se de Lexa.

O nervosismo que Lexa estava sentindo assemelhava-se ao nervosismo que sentiu quando viu Clarke pela primeira vez.

O caminho até o quarto de sua namorada parecia absurdamente longo. Quando finalmente chegou na porta do quarto de Clarke, ficara parada na entrada, a observando de longe. Clarke estava deitada. Próximo a sua cama havia uma janela, a luz que entrava parecia refrescar a pele de Clarke ao ponto de fazê-la fechar os olhos. Lexa aproximou-se lentamente.

Ainda de olhos fechados Clarke deixara escapar um sorriso de canto.

— Como descobriu que eu estava aqui? — perguntou Lexa, segurando uma das mãos de Clarke.

— Senti o cheiro do seu perfume — respondeu, abrindo os olhos — Pensei que nunca maia fosse senti-lo novamente.

Lexa depositou um beijo singelo nas costas da mão de Clarke.

— Senti tanto a sua falta — Lexa engoliu em seco — Fiquei com medo...

— Foi horrível! — Clarke voltou a olhar pra janela — Eu... — parou rapidamente antes de prosseguir — eu pensei que fosse morrer e a única coisa que desejei a cada instante foi ver você novamente uma última vez — uma lágrima escorregou pelo rosto de Clarke.

Lexa acariciou a mão de Clarke, tomando coragem para dizer o que há muito tempo já devia ter lhe dito.

— Eu tive medo de nunca poder dizer sobre o que eu sinto com relação a você. Me perdoe dizer isso aqui e agora — Lexa sentiu Clarke apertar sua mão — Me perdoe por ter adiado isso por tanto tempo. Eu nunca iria me perdoar se não conseguisse dizer isso... — um frio na barriga surgiu repentinamente — Eu te amo tanto, Clarke Griffin.

Clarke deu um sorriso frouxo, sentia algo como ter seu coração enlaçado ao coração de Lexa, como se pela primeira vez tivesse encontrado lar em outro peito.

— Eu fui feita pra te amar, Lexa Woods! — Clarke brincava com os dedos de Lexa, enlaçando-os aos seus.

As duas trocaram sorrisos bobos por um tempo.

— Você sabe que eu a beijaria se pudesse, não é? — perguntou Clarke, sugerindo algo.

— Felizmente eu posso, então... — Lexa mordeu seu lábio inferior — se você quiser...

As bochechas de Clarke coraram com a ousadia de Lexa, fazendo-a rir, o que fez Lexa entender como sim.

Cuidadosamente Lexa inclinou-se para Clarke, deixando um espaço mínimo entre seus lábios e os lábios de Clarke. A loira contornou os lábios de Lexa com as pontinhas de seus dedos suavemente.

— Meu Deus, eu te amo tanto, sabia? — sussurrou.

Lexa sorriu sem graça, seus olhos se perdiam no azul dos olhos de Clarke. Olhou para os lábios da loira e o que aconteceu em seguida fora mágico. Parecia um primeiro beijo: sem pressa.

Clarke deixara Lexa controlar a situação. Às vezes Lexa parava o beijo rapidamente, o que provocava em Clarke uma inquietação.

— Fiquei com saudades disso — Lexa sussurrou, beijando Clarke em seguida novamente.

— Então não me torture — Clarke sussurrou, sentindo a respiração de Lexa em seu rosto.

— Eu não estou te torturando, só quero checar se está bem, se não estou encostando em algum de seus machucados.

Clarke sorriu, Lexa era extremamente atenciosa.

— Bem eu não vou ficar se você me privar dos seus beijos — sussurrou, segurando o queixo de Lexa, que não pôde deixar de escapar um sorriso sem graça com essa afirmação.

Clarke selou seus lábios mais uma vez. Seu coração tinha batimentos descompassados. Parou o beijo e riu com a ideia de o monitor cardíaco começar a apitar descontroladamente.










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Hey, pessoal! Espero que tenham gostado! Obrigada pelos incentivos. Estava olhando e já estamos com 1.93K de visualizações. Muito, muito, muito obrigada ❤️ vocês são incríveis! 

Beijinhos e se cuidem *-*

Qualquer erro será arrumado em breve!

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