29- Marcos

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Quando me calei, Lily apenas fez uma cara de nojo para mim e saiu.

Eu: Ah, como eu odeio ela.
  Fechei minha mão e tentei manter a calma.
Emylle: Ei, calma aí. Tenta ter só um pouco de paciência, terão várias oportunidades para você se vingar dela.
Débora: Olha, ela falou algo de útil.
Emylle: Ha-ha. Vamos entrar logo e colocar nossas coisas no lugar, minha mochila pesa.
Eu: Claro, você só não trouxe sua cama porque não cabe.
Disse e entramos no quarto. Nele só colocaram uma beliche, uma cama de solteiro e 3 cômodas.
Débora: A cama de cima é minha, ninguém toca.
  Disse jogando sua mochila na cama desejada.
Emylle: Eu tenho medo de altura mesmo. Pode ficar. Eu fico com a de baixo.
Eu: Medo de altura, é?! Então você está no lugar errado, aqui tá escrito que uma das atividades é Rappel.
  Falei enquanto lia a lista de atividades.
Emylle: Nem que me paguem.
Débora: Veja bem, minha cara Emylle, você tem duas opções: ou você faz, ou você faz.
Emylle: Quero só ver vocês me obrigarem a isso.
  Quando Emylle se calou, um barulho ecoou por todo o lugar, pareciam cornetas.
Débora: Mas que caralho é isso?!
Chandler: É o aviso, querem a gente lá no refeitório.
  Disse o mesmo me fazendo medo já que eu estava de costas para a porta, no que resultou um grito.
Eu: Desgraçado miserável.
Emylle: Me diz se precisava gritar?! Me diz! Agora tem um zumbido no meu ouvido.
Chandler: Vamos logo, e esse zumbido daqui a pouco passa.
  Disse pegando na minha mão e me puxando para o refeitório, logo atrás vinham as meninas e os meninos, que no caso são Kaydan e Mingus. Nós estávamos parecendo o grupo dos Cullen do crepúsculo. Pior comparação, mas tudo bem.
Quando chegamos no refeitório, procuramos uma mesa e ficamos lá esperando alguém falar algo.
Já estava ficando entediada de ver todos falando de algo produtivo menos a Emylle e o Kaydan. Eles estavam falando de como as pessoas chegaram a conclusão de comer ovo.

Emylle: Mas pensa comigo, o cara chegou lá e disse: "Ah, vamos comer esse bagulho redondo que saiu do cu da galinha."
Débora: Não é redondo, sua retardada, é oval.
Emylle: Tá, mas e daí?!
Kaydan: Cara, eles deviam ser muito burros. Era mais fácil ter matado a galinha.
Emylle: Mas comer um negócio branco, devia ser uma coisa nova pra eles. Devia ser sensacional.
Eu: Calem a boca pelo amor de Deus.
  Disse encostando a cabeça no ombro de Chandler que olhava para eles tentando entender o assunto.
Eu: Vocês falando de ovo tá me dando dor de cabeça.
Emylle: A gente não tá falando do ovo propriamente dito, e sim de como alguém resolveu comer ele.
Eu: Pelo amor de Deus, tanto faz. É a mesma porcaria.
    Quando me calei, um homem apareceu com algumas folhas na mão.

Homem: Bom, gente. Eu sou um dos coordenadores. Me chamo Marcos, e sou o responsável pela hora que vocês acordam, hora de comer, e pelo toque de recolher. Qualquer dúvida que vocês tiverem em relação a qualquer coisa sobre os dormitórios, falem comigo. O refeitório é aberto todos os dias a partir das 7 horas da manhã, e vocês já podem vim tomar café da manhã, vocês tem uma hora e meia para isso, depois só na hora do almoço onde a comida começa a ser servida meio dia. Depois da hora do jantar, que é 7:30 da noite, aqui é fechado e só será aberto no outro dia. O mesmo barulho que vocês escutaram, da pra ouvir de longe, então ele só será escutado quando vocês estiverem em alguma atividade, ou de manhã quando eu estiver de mal humor. Espero que gostem daqui, e qualquer dúvida, já sabem.
  Disse e logo em seguida saiu. Faltava mais ou menos 1 hora para o almoço, já que nós chegamos já era um pouco tarde. A dor de cabeça de antes aumentou então decidi ir para o dormitório deitar um pouco. Quando fui me levantar, Chandler segurou minha mão me impedindo de levantar e me fazendo sentar novamente.

Chandler: Onde você vai?! O que houve?!
Eu: Não é nada, apenas vou me deitar um pouco.
Chandler: Tudo bem, daqui a pouco apareço lá.
  Não respondi, apenas dei um selinho nele e sai. Antes de me afastar demais, consegui escutar alguma das meninas perguntar o que houve.
Para minha sorte, quando cheguei no dormitório, não havia ninguém nos corredores fazendo qualquer tipo de barulho. Entrei no quarto já tirando o sapato sem tirar a meia, tirei o short e me deitei colocando o cobertor por cima de mim. Acabei pegando num sono.
Acordei com alguém me balançando, provavelmente Chandler. Para minha sorte, a dor de cabeça já havia passado.

Chandler: Não deveria dormir assim antes de pegar a chave do quarto com Marcos.
Eu: Assim como?
Chandler: Sem o short, ainda está de dia e os coordenadores estão ocupados, qualquer um pode entrar e sair de onde quiser.
Eu: Como você sabe que estou sem o short?!
Chandler: Ele tá jogado ali no chão, se você tivesse trocado de short em vez de só tirar, ele estaria guardado.
Eu: Você me conhece melhor do que eu imaginava...
Chandler: É um dom. Vamos comer?! Já estão servindo.
Eu: Não quero, estou sem fome. Vai lá comer antes que a Emylle coma tudo.
Chandler: Você não tá normal, nunca rejeitou comida, mas depois a gente conversa.
Falou me dando um selinho e saindo do quarto.

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