Dois.

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New York.
12:30

As meninas guardavam seus materiais em seus armários, Lucy era a única que estava ao meu lado esperando elas.

Ela olhou para mim e deu aquele sorriso de que iria fazer ou fala algo.

- Somos tão unidas. - Ela disse olhando para mim e depois para as meninas.

- Uhum. - Digo entediada. Arrumei minha mochila sobre o ombro e me endireitei.

- Podíamos ir numa festa esse final de semana. - Dizendo assim, ela sorriu enquanto segurava meu braço para me impedi de me afasta. - Precisamos distrai um pouco, tira esse clima tenso de cima da gente.

- É, talvez. - Dou-lhe um sorriso curto.

- Ta me evitando? - Lucy perguntou se pondo a minha frente.

- Não. - Menti. - Por que diabos iria te evita?

- É isso mesmo que eu quero saber. - Seu olhar desconfiado me trazia arrepios. - Lembre-se que sei muita coisa de você. Muita coisa que você fez.

- Eu sei muito bem o que sabe, não precisa fica me lembrando, muito menos falando assim pra alguém escuta, isso tem que fica entre a gente. - Sussurrei apavorada.

- Somos amiga, não somos? - Balancei a cabeça concordando. - Então, amigas guardam segredos.

Balancei a cabeça novamente concordando e arrumei a alça da minha mochila que teimava a escorrega pelo meu braço.

Fechando todas seus armários, saímos juntas. Lucy sempre alguns passos a nossa frente e obedientemente seguiamos atrás dela, apenas observavamos os olhos em cima dela, em como os garotos babavam por ela e como o andar firme e encantados que ela tinha fazia com que todo mundo parasse o que estavam fazendo para olhar para ela.

- Idiota! - Lucy gritou chamando nossa atenção e a atenção de todos que estavam ali no corredor. - Você é cego garoto?

- Desculpa. - O garoto olhava assustado para ela enquanto tentava limpa suas botas. - Eu estava distraído lendo e não percebi que você estava vindo.

- Faça o que quiser, apenas tire suas patas de mim. - Disse irritadiça.

No mesmo instante ele tirou as mãos de suas botas e se pões de pé, olhou ainda com medo para ela e se encolheu em meio a sua mochila com desenhos de personagens de quadrinhos.

- Bryan, você ainda tem os dois?
- Que dois? - Perguntou confuso.

- Esquece. - Rolou os olhos e voltou a caminhar.

Continuamos a caminhar atrás dela e ainda observando os olhares que rondavam em torno de si.

Cumprimentava todos os professores que ela via no caminho até mesmo aqueles que a gente nunca teve aula.

O sorriso que ela tinha deixava qualquer garoto de queixo caido, deveria ser por isso que ela tinha metade dos garotos dali aos seus pés.

- O que foi aquilo de te dois? - Perguntei curiosa.

Ela olhou pra mim e sorriu achando aquilo engraçado.

- Digamos que ele não se decide. - Sorriu.

Rimos como se aquilo fosse completamente engraçado, mas sabíamos que aquilo era totalmente errado.

Eramos bonecas na mãos dela. Todos os nossos segredos estavam em sua cabeça e na ponta de sua língua pronto pra ser lançado caso errassemos.

Eramos puras marionetes.

(...)

A noite caiu como um pisca de olhos.

Num momento estava tudo claro, o sol iluminava boa parte do meu quarto enquanto eu estudava e quando me dei conta já estava tudo escuro, usava o meu abajur para encherga as letras pequenas do meu livro.

O relógio já marcava 21:24 pm, a minha barriga roncava sem parar e meus pais não voltaria está semana para casa.

Eu estava completamente sozinha.

Fechei meus cadernos e livros, coloquei as coisas que estavam espalhadas pelo quarto em seus lugares, desliguei a luz do meu quarto e encostei a porta atrás de mim.

Havia pouca iluminação na casa e aquilo me deixava apavorada, então, por onde eu passava acendia as luzes.

A televisão da sala estava ligada, porém, sem volume algum, olhei para todos os cantos e não tinha ninguém.

Fui até a cozinha em passos lentos, o meu salto ao ter contato com o chão fazia um som estridente para meus ouvidos.

Uma sombra humana passou pela pia e seguiu caminho pela casa, ao chega na sala pude ver apenas a blusa de couro preta e uma calça escura, com luvas pretas nas mãos ele desligou a teve e tudo ficou escuro.

Meu coração acelerou, eu não conseguia respirar normalmente e meu corpo inteiro tremia de apavoramento.

Eu só conseguia escutar passos forte e o som de algo pontiagudo raspando pelo caminho.

Uma lagrima desesperada caiu sobre minhas bochechas, corri para acender a luz e a pessoa permaneceu ali me olhando e eu apavorada sem conseguir ver seu rosto devido o capuz que usava.

Minha única reação naquele momento foi joga a primeira coisa que vi em minha frente e corri. Tentei abrir a porta, girava a maçaneta, puxava da maneira que dava, socava e gritava e não acontecia nada com a porta.

Ele estava alguns passos atrás de mim, gritei pedindo que ficava longe, mais quando ele deu um passo para se aproximar, eu corri.

Subi as escadas para o segundo andar as pressas, tropeçando nos degraus e chorando.

A porta do quarto dos meus pais estavam trancadas, a minha estava trancada e a única porta que restava era a do banheiro que também estava trancada.

Eu estava perdida.

Estava vendo a morte vindo para mim em passos lentos para me torturar mais um vez, ele raspava um canivete sobre a parede e assobiava como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

- Você é linda. - Disse passando o canivete sobre o meu rosto.

- Por favor. - Implorei chorando.

- Não vou machuca você. Ainda. - Sussurrou perto dos meus lábios. - Você é exatamente do jeito que eu achei.

- O que você quer? - Perguntei com a voz entrecortada.

- Eu quero você. - Disse enquanto beijava meu pescoço.

- Não faz isso. - Implorei.

- Não vou fazer nada, pelo contrario, você vai fazer. - Passou aponta dos seus dedos cobertos pela luva sobre meus lábios. - Você vai rebolar em cima de mim e pedi por mais, vai gemer alto e pedi cada vez mais para eu te fuder. Eu sei que vai.

Suspirei nervosamente.

A porta no andar de baixo bateu e o seu olhar foi direto para o corredor, ele retirou suas mãos de mim e correu para fugir.

Minhas pernas tremiam tanto que a qualquer momento eu poderia cair.

Me apoiei na parede e deixei as lagrimas caírem.

- Alissa, chegamos!

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