Trinta e um.

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New York
10:45 am

- Até que fim. - Alex para no meio do corredor, abre os braços e diz. - Acabou esse inferno.

Suspiramos aliviadas

Estávamos na escola recolhendo nossas coisas e retirando todas as nossas coisas dos armários. Alguns alunos estavam se despedindo dos professores e outros assim como eu, não estava fazendo nada a não ser ficar encarando o armários repleto de nada e pensando no que faria da vida agora.

Esse momento novo da minha vida poderia estar sendo passado ao lado do Dylan, os dois felizes e trocando carinhos na cama, enrolados no lençol depois um sexo incrível. Poderíamos estar conversando sobre nosso futuro, sobre coisas novas que poderíamos estar fazendo, sair por aí sem se preocupar e pode apresenta-lo aos meus pais como meu namorado e futuro marido.

Sem Foster.
Sem Lucy.
Sem qualquer pessoa que pudesse estragar nosso momento juntos.

- Você sente falta dele, não é? - Alex estava encostada no armários aí meu lado, me encarava com os olhos cheios de compaixão.

- Não posso senti saudade por dois. - Dou de ombros. - Ele tomou a decisão dele, lembra que disse que ele estava na cafeteira com ela? Isso mostra que a decisão dele foi bem clara.

Boa parte do tempo tentava ser forte na frente delas, evitava chorar e pensar demais nele. Cada traço dele doia a minha alma e vê-los juntos comprando algo, mesmo que fosse um bolinho insignificante, massacrava a minha alma e a torturava.

Com todo esse transtorno, contei as meninas que namorei com o Dylan, contei sobre meu problema com o Foster, - cortando totalmente as partes mais... indelicadas.

Lucy não tinha mais entrado em contato com nenhuma delas, provavelmente estava feliz com o novo acontecimento, ter um filho de dois pais. Sinto pena de quem seja o pai, apesar de tudo Thomas não merecia ter um filho com uma cobra daquelas e o Dylan... talvez merecesse, não sei, não poderia desejar algo tão ruim a uma pessoa que me fez tão feliz.

- Você deveria ir na casa dele e conversar. - Alex continuava ao meu lado, de vez ou outra tirava alguns adesivos de corações e jogava dentro da caixa que estava aos meus pés.

- Da última vez que eu fui, ele disse que estava com a Lucy algum tempo. - Sussuro. - Ela pode te entrado quando eu saia, ou eu entrava quando ela saia. Existem tantas possibilidades e eu não quero pensar em mais nenhuma.

- Então você deveria partir para outra e tenta esquece-lo. - Ela arranca um coração grande da porta do meu armário e joga na caixinha. - Tenta o Henry, esse cara está atrás de você desse o começo do colegial.

- Henry? - Dou uma risada. - Ele é apenas meu amigo.

- Ele gosta de você. - Insiste.

- Não gosta não. - Rebato.

- Você disse que vão sair essa noite juntos, então faz o teste.

- Que teste? - Pergunto sem entender nada.

- Você sabe muito bem que tipo de teste é esse. - Suspira irritada. - Você já foi em encontros com Taylor...

- Eu já entendi... Já entendi... - Interrompo. Não precisava daquela tipos de detalhes nos quais queria tanto esquecer.

Taylor foi o meu maior desperdício de tempo.

(...)

- Só vamos esperar a reserva sair. - Henry sorri animadamente. Estava vestido como o habitual, calça jeans e uma camiseta t-shirt cinza que deixava marcado um pouco de sua masculinidade, seus braços forte e peitoral.

Eu no caso vestia um vestido escuro floral, com uma bolsa branca simples de lado. Não queria me arrumar muito e parecer que estava na espectiva de algo, porque, não estava.

Aceitei sair com ele por pura amizade, porque ele estava insistindo diversas vezes durante essa semana, não seria um encontro, mas um evento de amigos. Alex dizia que ele queria algo comigo, porém, Henry tinha ido me buscar em casa e agora estávamos a espera de uma mesa e ele não fez nada, conversava comigo normalmente, estava animado do seu jeito normal e não estava dando em cima de mim ou tentando me beijar.

- A mesa está pronta. - O gerente bem vestido, indicou qual mesa irmos e nos entregou o cardápio. Logo se distanciou.

Mantemos um jantar calmo, cheio de risadas e falando sobre nossa infância.

Lembramos das nossas brincadeiras, das vezes que ficávamos na biblioteca da escola depois do nosso horário de aula e quase ficamos trancados na escola.

Das vezes que invadiamos o quintal da vizinha esquisita porque acreditamos que ela era uma bruxa esquecida. Várias vezes a noite íamos no quintal dela com o intuito de entrar escondidos na casa dela e desvendar esse mistério que tanto atormentava a gente.

Riamos das vezes que saímos juntos no começo do colegial e ele levava vários foras. Uma vez, ele deu em cima da garota mais popular naquele tempo, ela parecia estar tão entediada, se enchia de bebida para aguenta cada palavra dele e no final, ela ficou extremamente irritada e jogou um copo de cerveja em seu rosto.

Pedimos a nossa sobremesa favorita: torta de framboesa.

Algumas vezes ele me dava algumas colheradas e aquilo parecia tão íntimo. Era um pouco desconfortante, ainda mais quando era ele que fazia tal ação.

- Obrigada por vim. - Ele tinha um sorriso carinhoso no rosto. Seu corpo aparentava estar relaxado.

- Somos amigo e temos que passa um tempo juntos. - Digo. Vejo seu sorriso sumir até chegar ao ponto dele ter que comer um pedaço da torta para esconder seu desconforto.

- Eu adoro você.

- Eu também, mas não é desse jeito. - Henry está mais atento às minhas ações. Ele parece preocupado, sem jeito para dizer o que de fato quer falar. - Eu amo você, desde pequenos quando você tinha medo dos insetos, quando você teve sua primeira desilusão amorosa e veio até mim e principalmente agora com você tão linda sentada na minha frente, comendo a nossa sobremesa favorita e lembrando de tudo que já passamos juntos.

- Henry...

- Eu não sei explicar, mas eu faria qualquer coisa por você e para chamar e sua atenção. - Ele suspira. Passa os dedos pelos seus cabelos.

- Até me mandar mensagens? - Pergunto. Quando vejo a sua surpresa, logo se transformando em uma cara de irritado, tomei noção do que tinha feito.

Estava jogando lenha na fogueira, mas não sabia se tinha feito certo de jogar isso em questão ou não.

Henry não era o tipo de cara que fazia isso.

- Sim. - Seus olhos estavam me encarando com fúria. - Mandaria se fosse preciso. Porém, não sou esse tipo de pessoa, não chegaria a esse extremo.

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