Dezessete.

4.1K 343 33
                                    

New York.
20:10 pm.

Aquele era o momento que eu mais temia, estava no corredor do apartamento do Dylan, mas não para vê-lo e sim para ver o Foster.

E aqui estava eu mais uma vez se metendo em problemas.

Caminhei devagar pelo corredor com medo de que a qualquer momento Dylan aparecesse e começasse a surta.

E aqui estou eu, batendo na porta do apartamento que é ao lado do meu namorado.

Entre uma ou outra respirações fundas, bato na porta. Mas para meu alívio ou pelo menos para parte dele, Foster abre a porta rápido e eu me jogo para dentro do meu apartamento sem que ele diga nada.

- Oi. - Sorri sem graça. Ele arqueia as sobrancelhas e tenta conter os risos.

Droga!

- A mocinha está com medo de ser vista na residência de outro? - Provoca. Seus olhos continha pura malícia e maldade.

- Não. - Minto. - Por que estaria com medo?

Tento parecer confiante, com total controle sobre minha vida e sobre meus atos. Porém, por dentro estava gritando horrores para que alguém me socorre-se.

- Então por que está tão nervosa? - Cruzou os braços e ficou me encarando com um sorriso no rosto.

Maldito sorriso!

- Não estou nervosa. - Minto mais uma vez. Ok, falhei miseravelmente.

Não me julguem, eu sou uma péssima atriz e não sei disfarça minha cara quando não estou gostando de algo ou quando quero correr para longe de alguma situação.

Dizem que uma boa solução para fugir dos problemas e fingindo de demente ou desmaiando. Mas, infelizmente nenhuma dessas opções estão ao meu favor.

- Para que me chamou aqui? - Pergunto. Precisava que aquilo fosse rápido.

- Eu sei sobre você e o Dylan. - Indagou.

Meu ar sumiu naquele instante, o pavor começou a me rodear e o meu estômago começou a doer.

Minhas pernas começaram a fica moles e eu tive que me segurar para não cair. Aquele seria o momento ideal para que eu desmaiasse.

Sempre li em livro e vi em filmes que quando alguma personagem passava por algum momento constrangedor ou de extremo estresse, ela acabava desmaiando e quando acordava se deparava em uma cama de hospital, com um médico lindo e gostoso examinando-a.

Será que se eu desmaiasse teria pelo menos essa sorte?

- Como soube? - Minha voz saiu baixo, mas audível.

- Puff. Era óbvio. - Disse, enquanto caminhou pela sala. - Eu sempre via vocês entrando no prédio juntos, se beijando no portão de entrada do prédio. - Começou a conta nos dedos cada momento. - E qual é, vocês não foram nada cuidados. A última vez que vi juntos, estavam no maior amasso no corredor, quase fuderam la mesmo.

Abaixei a cabeça na tentativa de que ele não me visse corada. O meu sangue começou a esquenta e tudo que eu conseguia pensar era em como aquilo tinha me deixado louca.

Aquele momento no corredor superou todas as transas que tivemos. Era um momento de reconciliação, tínhamos saído para assisti um filme em um cinema distante daqui e eu estava dando tchau, quando Dylan segurou em meu braço e me beijou tão intensamente que acendeu uma lareira dentro de mim.

Nos pegamos no corredor mesmo, o desejo e a vontade falaram mais rápido e eu nunca tinha visto Dylan tão desejoso.

- Será que da para você parar de fica suspirando e voando em suas imaginações perversas. - Retruca. Sai dos meus devaneios e corei novamente.

Então, eu instantaneamente sou arremessada por momento atuais e me dou conta que já que ele sabia de tudo, poderia ser o mesmo que estava me mandando aquelas mensagens.

Dou alguns passos para trás.

- É você que está me mandando aquelas mensagens?

- Que mensagens? Do que você está falando? - Ele me olha de cima a baixo como se eu fosse um maluca. Foster parecia não está entendendo nada e mais perdido que eu com esse assunto.

- Estou recebendo mensagens de alguém me chantageando por causa do meu relacionamento com o Dylan. - Suspiro em tristeza. As lágrimas começaram a se forma em meus olhos e eu tentei a todo custo não permite que eu chorasse em sua frente.

Seria humilhante.

- Em todo caso, para que me chamou aqui se era para fala apenas isso? - Questionei.

- Temos algumas questões pendentes. - Ele deu espaço e passagem para que eu me sentasse no sofá. Evitei seguir essa gentileza e apenas fiquei em pé mesmo.

- Sobre aquela noite naquela festa... - O cortei.

- Aqui foi um erro, não deveria te acontecido, muito menos daquele jeito tão...

- Tão...? - Deu dois passos em minha direção. Seu olhar era tão intenso. - Tão provocante? Tão intenso? Tão cheio de maldade? - Sugeriu.

- Tão inapropriado e totalmente sem lógica. - Corrijo. - Aquilo não era para te provocar, em nenhum momento foi, era apenas para que nos dois pudéssemos dançar.

Seu olhar não mudou, ele parecia mais confiante depois de tudo que disse. Caminhou em passos largos até mim e eu tentei evitar, mas acabei presa entre seu corpo e uma parede.

- Olha em meus olhos e diga que não tem vontade nenhuma que eu te toque. - Sua boca estava tão próxima da minha. - Diga que não tem vontade nenhuma de me beijar agora.

Eu recuei, me mantive me encolhendo contra a parede e tentando evitar todo aquele alvoroço que estava acontecendo em minha cabeça.

Dylan poderia ouvir minha voz e a do Foster se tivesse passando pelo corredor. Não quero correr esse risco.

- Ele não vai ouvir, a menos que tenha um ouvido biônico. - Seu corpo estava totalmente próximo ao meu, me deixando sem saída e totalmente presa ao seu cheiro.

- Se não é você que tem me mandando aquelas mensagens, por que está fazendo isso? - Tento achar minha voz, mas tudo que consigo é um rastro dela.

- Porque eu sei que está sentindo o mesmo que eu agora. - Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Sei que está sentindo essa confusão dentro de si, uma confusão que não sabe controlar, é como se fosse um mar de sentimentos e ao mesmo tempo sensações que não sabe explicar.

- Como achar tudo isso? - Tento provocar.

Aquilo tudo estava sendo uma péssima ideia, era apenas para descobrir a verdade e não para conhecer a cama do Thomas Foster.

Então, ele simplesmente sorriu. Um sorriso que me derreteu inteira, que mexeu totalmente com meu ser.

Minha respiração se tornou desigual, o meu coração estava acelerado e parecia que sairia pela boca e eu comecei a tremer de ansiedade.

Por que dessa ansiedade? Estava esperando por mais?

Droga, Alissa!

- Porque é tudo isso que eu sinto quando olho para você e é isso que eu estou sentindo agora.

Clube Da Meia NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora