Vinte e sete.

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New York
16:45 pm

Um mês depois...

- Você ligou para Dylan Sanders, infelizmente não pude atender, mas deixe seu recado. - A voz dele preencheu meus ouvidos e a dor se instalou em meu peito.

- Oi. - Digo, totalmente sem jeito. - Eu tenho te ligado algumas vezes, mas você nunca atende e sempre cai na caixa postal. Eu queria conversa com você, a gente precisa resolver isso, essa situação está me matando. - Suspiro profundamente. - Por favor, me liga.

Desde o dia que ele me mandou embora de seu apartamento, tenho ligado inúmeras vezes e deixado diversos recados, porém, ele nunca responde a nenhum deles e nem se quer me retorna as ligações.

Depois desse acontecimento só tive três aula com ele e depois não o vi mais.

Não tive mais notícias e também não tive coragem de aparecer em seu apartamento com medo da rejeição.

Tentei a todo custo em várias vezes não pensa nele, ocupava a minha mente com estudos e qualquer coisa que pudesse me distrair, mas a noite quando deitava a minha cabeça em meu travesseiro, cada lembrança e cada momento vinham a mente e eu desmoronava.

Já estávamos na reta final, o baile do último ano, todos os alunos se ajudando para decorar a escola e planejando coisas.

Kristen e eu estávamos pendurando cartazes de informações para aqueles que viriam ao baile. Ora ou outra íamos pendurando faixas de 'seja bem vindos', até mesmo aquelas frases de 'seja bem vindo ao baile da Staten Island High School'.

- Assim ficou torto? - Kristen perguntou quando termina de prende um grande cartaz em cima da porta principal do refeitório.

Vou um pouco para trás para ter uma visão melhor e vejo que o lado direito do cartaz está mais para baixo.

- Levanta um pouco mais aquele lado. - Aponto para o lado que falei. Ela bufa irritada.

- Assim? - Perguntou irritada.

- Um pouco mais. - Digo. Ela puxa o cartaz mais para cima, ficando no lugar certo. - Isso, ai está bom.

Cada uma de nos estava ocupada com algo.

Lucy estava pintando alguns objetos. Kristen pendurada as faixas. Alex fingia que estava decorando algo, mas na verdade estava dando em cima de um atleta. Samanta estava cuidando na organização, sentada em uma mesa mais distante separando as funções no qual cada um tinha que fazer e anotando o que já estava feito.

Parte de mim queria evitar completamente qualquer coisa que tivesse que fazer, mas a outra parte de mim precisava se ocupar se não quisesse ficar sofrendo pelos cantos.

Dylan definitivamente tinha me tirado de sua vida, tinha superado tudo que tínhamos juntos e passado. Não restava mais amor por mim e aquilo rasgava meu coração e me atormentava de uma forma tão cruel.

Para ele era totalmente fácil me esquecer pelo jeito, enquanto eu, estava totalmente perdida, num mar de dor e sofrimento.

Ultimamente essa dor tem me corroído, tem me destruído e me levado a sentimentos nos quais eu nunca pensei que um dia pensaria em ter. Mal conseguia dormir, meus olhos estavam cheios de olheira escuras, não tinha ânimo para me arrumar e muito menos para arruma meu cabelo.

Alguns dias atrás estava indo para a escola com as calças dos meus pijamas e uma blusa moletom. Ficava na biblioteca ou em algum canto vários da escola chorando, me peguei várias vezes no quartinho de limpeza encarando o cantinho onde me pegava com o Dylan e a saudade só aumentava e a dor crescia.

Toda aquela movimentação, converseiro e pessoaa andando de uma lado para o outro, só me deixava mais agoniada, perdida, parecia que tinha pessoas em volta de mim rindo da minha cara e a cada instante eles chegavam mais perto e mais perto me deixando encurralada.

A pressão em cima de mim, a aproximação inesperada e toda aquela risadeira me deixaram sem forças. Minhas pernas fraquejaram e eu cai no chão de joelhos, coloquei minhas mãos em meus ouvidos para tenta evita todo aquele barulho.

De repente um coral de vozes em minha volta gritando o meu nome começou a surgir.

Havia risadas e o meu nome sendo gritado.

Aperto mais ainda as mãos em meus ouvidos e abaixo a cabeça para evitar ouvir e ver tudo aquilo. Eu não tinha forças para me mover ou para correr, apenas tinha forças para chorar e gritar com aquela dor que se formava dentro do meu ser.

- Alissa. - Uma voz surgiu ao meu lado me puxando para fora de toda aquela confusão. - O que houve? Você está bem?

Alex me encarava preocupada, todos me olhavam sem entender o que estava acontecendo e só assim que eu tive noção que a minha cabeça estava me pregando peças e me deixando ter paranoias.

Me levantei as pressas e corri dali, deixando todos aqueles olhares e perguntas feitas. Eu corri sem vontade alguma de parar, corri pelos corredores em voltas e voltas porque eu sabia que precisava cansar para a dor diminuir.

Mas no meio dessa correria, meu corpo se chocou com o do Henry e eu cai no chão, não deu tempo dele me segurar nesse meio tempo, então acabou caindo de bunda no chão também.

Eu ri.

Não sei porque eu ri, mas a risada parecia não ter fim. Era alta e parecia que tinha acontecido algo tão engraçado, minha barriga até doia de tanto ri.

Por um momento achei que estaria curada, só que mais uma vez me enganei, o choro se formou em meio as risadas, as lágrimas caiam sem parar e eu me encolhi com as pernas coladas ao meu corpo e a cabeça baixa.

Deixei o choro lava a minha alma.

- Vai fica tudo bem. - Henry beijou o topo da minha cabeça e me abraçou, deixando com que eu chorasse em seus ombros.

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