Cinco.

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New York.
09:47 am

Acordei com fortes dores de cabeça, alguns raios de sol entravam por uma pequena abertura da cortina com a janela e vinham em cheio ao meu rosto me deixando com dificuldade para enxergar.

O meu corpo doía como se eu tivesse sido atropelada por um caminhão, estava exausta e com um grande problema quando chegasse em casa.

Casa?

Como assim?

O MEU DEUS!!!

ONDE EU ESTOU?

Me levantei as pressas da cama e acabei me enrolando um pouco com as cobertas, fazendo com que eu caisse de cara no chão.

Foi então que eu percebi o toque do chão e da coberta mais próximo de meu corpo, eu estava nua.

Merda!

O que foi que eu fiz?

Eu não lembro de nada!

Porra!

Me enrolei desesperada com medo de que alguém chegasse e me visse nesse estado, olhei para cada canto daquele quarto aprocura das minhas roupas, mas não encontrava nada que fosse meu a não ser o meu celular, as minhas chaves e meu documento sobre o criado-mudo marrom de madeira polida.

No outro lado do quarto havia uma porta na cor marrom que estava entre aberta e aparentava ser o banheiro no qual estava vazio.

Caminhei até lá em passos lentos, não conseguia ficar tranquila, o meu coração estava totalmente acelerado, as minhas pernas pareciam Maria mole e o medo de que alguém estivesse ali me aterrorizava.

O banheiro era bastante espaçoso, havia uma porta grande de vidro para entrar no box, um grande espelho para duas pessoas que ia de uma ponta da parede e parava só na ponta da outra parede, havia duas pias na cor preta e de formato quadrado, embaixo das mesmas pias tinham um armário no tom preto e espaçoso que tinha dois compartimentos visíveis e de fácil acesso para pegarmos as toalhas de rosto e de banho, ao lado de cada parede dos cantos tinha um roupão preto e outro branco pendurado.

Mas o que mais me chamou atenção foi duas sacolas de marca famosa de roupa e lingerie entre as duas pias, juntamente com um pequeno bilhete digitado.

Mandei suas roupas para uma lavanderia, caso você não lembre estava tão bêbada que não conseguia ficar em pé e vomitou em mim e em suas próprias roupas. Mandei compra roupas novas para você pode voltar para casa.

Eu não conseguia lembrar de nada do que tinha acontecido depois que eu bebi, não tinha ideia de como cheguei aqui e nem tenho ideia de quem poderia ter me trago.

A minha cabeça martelava e eu precisava urgentemente de remédios e da minha cama.

Naquele momento eu precisava muito de um banho, então tranquei a porta do banheiro e deixei aquela coberta grande que se arrastava pelo chão cair. Abrir a porta de vidro do box e liguei o chuveiro.

Eu estava talvez em risco ou completamente em risco.

Talvez eu estivesse muito ferrada agora.

Mas eu sabia de uma coisa.

Eu precisava com urgência de um banho.

(...)

Já estava totalmente arrumada, porém, não totalmente relaxada. Eu consegui aproveitar um pouco do banho, mas com um pouco de dificuldade porque mesmo com a porta fechada ainda achava que alguém poderia entrar ali de alguma forma e me matar.

Sai de meus pensamentos com um pulo de susto devido ao barulho do elevador anunciando que tinha chegado ao hall e que as portas estavam se abrindo.

Caminhei normalmente pelo hall até ouvir uma voz feminina chamando  pelo meu nome, meu corpo se arrepio  em desespero de eu ter que pagar algo, afinal aquele hotel era de luxo e eu não tinha dinheiro nem pra comprar uma toalha decente para eles.

- Espero que a senhora tenha gostado das nossas instalações e tenha aproveitado. - A moça atrás de um balcão de mármore sorria abertamente para mim.

- Sim, aproveitei bastante. - Menti. Eu gostei do quarto, mas o meu medo e todo acontecimento não tinha deixado eu aproveitar nada.

- Otimo. - Sorriu. - A senhora poderia assinar esse papel? - Olhei para ela sem entender nada. - Desculpa pela minha informalidade, é apenas para confirma o pagamento da sua estadia.

- Em fala nisso, o quarto estava registrado no nome de quem? - Perguntei enquanto assinava.

- Espera só um momento que eu vou confirma. - Disse, enquanto digitada algo no computador e um monte de nomes apareceram. - Alissa Scott.

- Como? - Perguntei desnoteada. - Eu não vim acompanhada de ninguém ou alguém me deixou aqui?

- Não senhora. - Balançou a cabeça negativamente. - A senhora veio sozinha.

- Eu estava como? - A jovem moça do balcão pareceu não ter entendido a pergunta. Bufei. - Bebada? Alegrinha? Mal?

- A senhora estava digamos bem alta. - Deu de ombros.

Era inútil tirar algo daquela mulher, ela não dizia nada que me favorecia, não me dizia nada concreto.

Não me lembrava como tinha parado naquele hotel, eu não tenho dinheiro para ficar em hospedagens assim, ainda mais por uma simples noite.

- O táxi da senhorita está ao lado de fora a sua espera. - Informou.

- Taxi? - Eu estava confusa. - Eu não pedi táxi nenhum.

- Foi solicitado um táxi hoje de manhã em seu nome, senhorita. - Disse enquanto olhava um pequeno bilhetinho.

Balancei a cabeça e acenei para ela me despedindo.

Mais que droga estava acontecendo?

Um homem de meia idade, com rugas na testa e careca me olhou atentamente em frente ao seu carro, com toda a gentileza abriu a porta de trás para mim e logo a fechou.

Em momento algum dirigiu a palavra a mim, não me olhou e nem fez qualquer sinal que pudesse significar que minha presença ali era visível.

Meu coração estava quase saindo pela boca, minhas mãos tremiam e eu suava frio que até me arrepiava as vezes.

Encarava a rua por todo o percurso, observava cada pessoa que passava seja apressada ou tranquila, cada loja grande e cada minúscula lojinha.

Até que então eu estava perto da minha casa. Apenas quatro quarteirões.

Suspirei aliviada.

Havia pouco movimento em minha rua, poucos carros como sempre, mas o carro dos meus pais não estava lá. O que iriam fazer num sábado de manhã?

- Eu vou pega o dinheiro para te pagar pela corrida e já volto. - Digo, enquanto eu abro a porta.

- Não precisa.

- Como não? O senhor me trouxe aqui...

- A corrida já foi paga. - Disse, me cortando. Fiquei um pouco sem graça, então apenas agradeci e sai do carro as pressas.

Meu celular começou a vibrar entre meu sutiã e meus peitos me assustando. Quando o peguei era uma mensagem de um aparelho telefônico que não tinha registro de seu número.

Espero que tenha gostado da sua noite, você me deu bastante trabalho, porém, foi maravilhoso tê-la tão perto.
Entregarei suas roupas quando tiver outra oportunidade.

Sim, claro que vai ter OUTRAS oportunidades .





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