Vinte e oito.

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New York
13:45 pm

- Você não pode fica aqui trancada. - Henry estava apoiado no batente da porta do meu quarto. Ele me encarava em reprovação, tinha seus braços cruzados e uma mochila em seus costas.

Não respondi, apenas joguei minha coberta em cima da minha cabeça e virei de lado dando as costas a ele.

- Pode me ignorar o quanto for, vou continuar aqui, princesa. - Senti sua aproximação cada vez maior, até que ele se sentou em minha cama ao meu lado. - Você sabe que eu posso ficar aqui horas no seu quarto, porque seus pais confiam em mim e na nossa amizade de anos.

Suspirei.

Henry era a única pessoa no qual eu poderia confiar nesse momento, não permiti que as minhas próprias amigas que passam o dia comigo fossem me ver, mas ele é diferente, e realmente me entende.

Me levanto com lágrimas nos olhos e o encaro.

- Por que essa vida é tão cruel? - Choramingo. - Quando eu realmente gosto de um cara e tudo parece que vai bem, ele simplesmente me abandona.

- Talvez o problema seja com ele. - Diz. Delicadamente, Henry coloca uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha. - Você é uma garota incrível, não deveria estar sofrendo por um cara, ainda mais ficando no estado que estar.

- Eu não consigo. - Digo. Seco uma lágrima que cai voluntariamente e volto a me deitar. - Eu não vou sair do meu quarto tão cedo.

- Ai que você se engana. - Henry se levanta e puxa minha coberta. - Você é uma garota linda e não vai fica aqui no quarto por causa de um babaca que não te deu valor. - Suas mãos seguram em meus pés e me arrasta para fora da cama, me fazendo cair de bunda no chão, soltando um grito. - Além do mais, como é a minha melhor amiga e minha acompanhante do baile de hoje a noite, tem que começa a se preparar.

- Henry, não quero ir nesse baile idiota.

- Você vai! - Ordenou.

Bufo irritada.

(...)

A escola estava bem decorada e iluminada, havia músicas tocando e pessoas já dançando no centro da pista.

Eu por outro lado estava caminhando sem muito rumo pela escola, nada ali alimentava um espírito de animação em meu corpo. Tudo que restava era uma grande saudade e uma dor terrível.

Henry achava que aquilo iria distrai a minha mente, tiraria o cara no qual tinha me deixado arrasada da cabeça,  e que me me faria bem dançar um pouco e beber escondido. O mesmo no qual me disse tudo isso, sumiu.

Não tinha dúvidas que ele estava pegando alguma garota pelos cantos da escola, me deixando totalmente sozinha, já que minhas amigas se divertiam com seus parceiros.

Está naquele baile era uma péssima ideia.

Samanta estava com um menino do time no qual ela estava gostando temporariamente.

Alex estava com o garoto que tinha arrumado de última hora, enquanto arrumava fingia que estava decorando algo.

Kristen estava com seu namorado, se divertindo na pista de dança e se amassando com ele nos cantos da escola algumas vezes.

Lucy ainda não tinha chegado, as vezes chegava um pouco acima da hora para pode se preparar e ter a sua entrada triunfal, com direito a música especial.

Acho que nem a família real tinha todo esse privilégio em alguns lugares.

Paro em frente a sala do Dylan, a porta estava fechado e estava razoavelmente escuro ali, mas não o suficiente para ver que na lousa tinha seu nome.

Mrs. Sanders.

A música ali não estava tão alta, então, foi possível ouvir alguém chorando bem baixinho.

Entro na sala para saber quem era e encontro Lucy, usando moletom, com seus cabelos desarrumados e segurando seu celular. Mas assim que ela me viu, tentou secar as lágrimas rapidamente e pigarreia.

- Ia te manda mensagem agora. - Sorri. Só que não era um sorriso sem nenhum ânimo, sem nenhum vontade.

- Achei que iria vim arrumada. - Falo apontando para sua roupas.

- É... Também achei. - Da de ombros.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, me sento em meu lugar habitual, tentando disfarça minha curiosidade e fico mexendo em coisas aleatória em meu celular.

- Eu estou com um problema. - Ela por fim diz, assim que recebe uma mensagem em seu celular e começa a chorar.

- O que aconteceu?

- Me envolvi com um cara mais velho. - Ela tento fala por cima do choro, porém, falha.

Suas mãos vão ao seu rosto e chora. Seus soluços são altos o suficiente para qualquer pessoas que estiver passando pelo corredor conseguir ouvir.

Nunca a vi naquele estado.

Me levanto e vou até ela, me agacho e retiro suas mãos do rosto. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Parecia que ela estava sem dormir.

- Ele é casado? - Pergunto. Ela nega com a cabeça.

- Acho que estou grávida. - Ela diz com um fio de voz. Seus bravos vão até meu pescoço e me abraça fortemente para chorar. - Não sei mais o que fazer, ele não quer assumir.

- Onde você conheceu ele? - Minha cabeça estava confusa, havia muita coisa fora do lugar ali.

- Naquele clube. - Suspira pesadamente. - Eu fui lá por curiosidade e encontrei com ele por acaso, conversamos, bebemos e saímos algumas vezes.

- Quanto tempo estavam juntos? - Minha voz sai aguda demais. Estou tão chocada.

- Tem pelo menos um mês e meio. - Diz entre o choro. - Eu estou perdida, meus pais me colocaram para fora de casa e não tenho para onde ir.

- Quem é ele? - Me desfaço do seu abraço e a encaro totalmente perdida. - Qual o nome dele?

Lucy me encara quieta por um tempo, até que sua atitude é olhar para a lousa onde estava escrito o nome de Dylan.

Meu sangue gela.

Meu coração dispara.

Meu corpo inteiro começa a tremer.

Eu tinha que estar num pesadelo. Eu precisava estar em um pesado, porque se aquilo tudo fosse real não aguentaria.

Meu celular vibra em minha mão esquerda, e o medo de olhar é terrivelmente grande.

Quando arrisco em olhar quem estava me mandando a mensagem, meu coração se despedaça por inteiro, me sento no chão e afundo.

Lucy não olhar em minha cara, apenas encara o chão e chora desolada.

Aparentemente não pode confiar em mais ninguém.
Você só tem a mim.

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