Vinte.

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New york.
06:15 am.

O que as pessoas vão começar a achar sobre você?
A família conservadora tem uma filha depravada.

Senti meu sangue ferver, meu corpo inteiro entra em estado de alerta e minha cabeça dava voltas e mais voltas.

Estava arrumando minhas coisa para voltar pra minha casa, quando meu celular começou a vibrar e uma foto minha no corredor na frente da porta do Dylan - com ele de toalha - e o Foster na outra porta ao lado nos encarando.

A mensagem foi bem clara, com toda a certeza as pessoas acharam isso de mim. Meus pais são conservadores, o que eles pensariam de mim?

Suspirei pesadamente.

Senti passos atrás de mim e me virei rapidamente, dando de cara com Dylan apenas de toalha e com gotas de água pelo corpo.

- Cabia você lá dentro do banheiro. - Sussurrou contra meus lábios.

- Eu sei. - Sorri.

- Se você quiser, posso tomar outro banho. - Sorriu malicioso.

Balancei a cabeça concordando e isso fez com que ele abrisse um sorriso muito maior e me pegasse no colo.

Sexo no chuveiro era uma boa forma de acorda e ter um ótimo dia.

(...)

Não é que eu não esteja preocupada com as mensagens, pelo contrário, eu estava completamente aterrorizada. Mas tudo isso que está acontecendo tem mexido muito comigo e acabou tirando totalmente o foco das mensagens.

Mas agora, neste instante, tudo que eu conseguia presta atenção era em meu celular e nem se quer sei do que o professor de Química estava falando. Na verdade, isso não era novidade nenhuma, nunca entendi nada do que ele falava, minha cabeça apenas entendi - bla, bla, bla e bla - e mais nada de útil.

Faltava mais um ano para conseguir minha maioridade e tudo que eu conseguia pensar era em pode sair por ai, ao lado de Dylan, sem ter que me preocupar com o que as pessoas pensavam.

Eu no fundo acreditava que logo, logo, todas as mensagens acabariam de uma vez, por mais que eu não tivesse se quer um avanço. Queria acreditar que tudo isso fosse um engano, por mais que eu saiba que o maior engano é o meu.

- Alissa. - Me viro assim que escuto meu nome. Era Henry correndo pelo corredor.

- Oi Henry. - Sorri. Eu adorava conversa com ele, estava sempre de bom humor e sorridente.

Lembro até hoje como conheci ele.

Estávamos na sétimo ano, desde aquela época ele era sorridente e animado. Conversamos pela primeira vez na biblioteca, quando ele se sentou ao meu lado e começou a puxar assuntos sobre o que a professora de havia passado na aula passada.

Claro que eu passei minhas anotações, estava esperando por uma aproximação dele a dias e a minha quedinha por ele só foi crescendo desde então.

Hoje em dia, não o vejo da mesma forma. Apenas consigo vê-lo como um amigo, um amigo bem gato e gostoso, porém, apenas amigo.

- Você pode ir comigo no achados e perdidos?

- Agora? - Perguntei sem entender nada.

- Sim. - Fez beicinho. - Perdi um item muito importante pra mim e não estou conseguindo achar. - Passou as mãos pelos cabelos. - Lembra quando você me ajudava a achar minhas coisas? - Balancei a cabeça concordando. - Você foi a única pessoa que eu lembrei.

- Tudo bem. - Fechei meu armário e endireitei minha mochila.

Caminhamos por todo o corredor em silêncio, pelo menos por minha parte, já que Henry cumprimentava todo mundo que passava por ele.

Era até estranho aquilo.

O segundo andar já estava vazio, as salas por onde passávamos estavam vazias e pelo que eu via em meu relógio, ainda faltava dez minutos para a aula começar.

- Ok, chegamos. - Henry abriu uma pequena portinha que levou para um quartinho bem pequeno cheio de caixas.

Estava vazio e cheio de coisas velhas e poeira.

- O que vamos procurar? - Deu pequenos passos pelos quartinho analisando tudo que estava a minha volta.

- Bem... - Suas bochechas ficaram vermelhas. - É uma caixinha pequena de veludo que tinha ganhado da minha mãe.

Outro detalhe sobre Henry, ele havia perdido a mãe no começo de sua adolescência. Isso rendeu um grande distanciamento nosso, ele vivia criando brigas e bebendo, até se torna o que é hoje - o grande baladeiro.

- Ok. - Digo.

Começamos a procura pela caixinha, quando a porta simplesmente bateu e fechou, Henry correu para abrir, mas todo seu esforço não resultou em nada.

- Porra! - Esbravejou. - Estamos trancados.

- O que? - Grito. Aquilo só poderia ser um grande pesadelo. - Não podemos ficar aqui trancados.

Bato na porta inúmeras vezes, gritamos várias vezes e nada. Meus olhos começaram a encher de lágrimas e eu não pude conte-las, o desespero tomava conta de mim e não podia ligar para ninguém já que não tinha sinal algum.

- Vamos morrer aqui. - Grito desesperada. - Isso é culpa sua.

- Minha? - Pergunta surpreso.

- Sim. - Grito mais alto. - Se você não tivesse perdido essa maldita caixa não estaríamos aqui.

- Alissa, eu... - o corto.

- Você nada, isso é tudo culpa sua, vamos morrer aqui porque viemos sozinhos para esse lugar horrível e nojento. - Choro mais ainda.

Eu odiava lugares assim, me deixava apavorada, ainda mais ficar trancada em lugares assim, muito pequeno.

- Fique quieta, alguém está tentando abrir a porta. - Diz. Assim que ele diz isso me levanto rapidamente, mas ele me segura e me prende na parede deixando nossos corpos extremamente colados.

- Alissa...- A porta se abriu e Dylan estava do outro lado. Seus olhos estavam totalmente atentos e a magoa estava presente em seu rosto.

- Eu posso explicar. - Pego minha mochila no chão e caminho atrás dele. Chamo pelo seu nome, mas ele não me responde, então sou obrigada a segurar seu braço para tenta para-lo. - Não foi nada aquilo que você pensou.

- E o que eu pensei? - Perguntou grosseiramente. Seus olhos me encaravam com puro ódio e raiva. - Que a minha namorada estava se pegando no achados e perdidos com um aluno de merda?

- Eu não...

- Não tente se explicar porque não vai adiantar de nada. - Ele esticou sua mão e entregou seu celular. - Devo agradecer a pessoa que mandou essa mensagem, ela me alertou de mim realmente você é.

Meu corpo entrou totalmente em choque, um bolo tinha se formado em minha garganta e eu queria gritar.

Peguei seu celular e forcei a minha visão por mais embaçada devido as lágrimas para ler.

Você ja parou para se pergunta o que a sua namorada faz as suas costas?
Se você quer mesmo saber, vai no achados e perdidos e verá a sua namorada nos braços de outro.

- Isso é mentira. - Digo. Dou alguns passos em sua direção e ele fica rígido, então entrego seu celular e fico ali parada sem dizer mais nada.

- Você é uma mentira. - Diz. Dylan caminha para longe de mim, me deixando ali sozinha no corredor com uma dor muito grande no coração e com as lágrimas caindo sem parar.

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