Trinta e Três

2.8K 249 9
                                    

New York
00:00 am

Delegacia de Polícia de Staten Island

                 48 horas depois.

- Como você foi parar naquele lugar? - Minha mãe grita, mas logo coloca as mãos sobre a boca e tenta segurar um soluço. Se via a tristeza em seus olhos por ver a sua filha com as mãos para trás, algemada e sendo levada por um policial.

- Fique calma meu amor, vai fica tudo bem. - Meu pai passa seus braços por volta da minha mãe e ela afunda a cabeça em seu peito.

Era doloroso para ela e para mim também que estava nesta situação, nesse momento todos aqui achavam que eu fazia parte de um grupo de contrabandistas, traficantes e assassinos.

Nesse momento, eu era uma das principais suspeitas de um assassinato, no qual nem se quer fazia parte.

Nesse momento, eu estava sendo levada para uma sala isolada para ficar na espera de um interrogatório.

Meu mundo estava desabando debaixo de mim, havia várias coisas no qual estava sendo acusada e não tinha ninguém que podia me ajudar, a única pessoa no qual eu achei que poderia estar ao meu lado é a mesma no qual tinha me colocado nisso tudo.

Caminho em silêncio pelos corredores no qual sou levada, o policial não diz nada também, porém, permanece com uma mão segurando firmemente meu braço direito e a outra mão as algemas que estavam em meus pulsos.

Tenho uma dor gigantesca em meu coração, minha alma pede socorro, estou caindo em um abismo sem saida.

- Sente-se aqui. - O policial tira as algemas de meus pulsos e sinto a pele arder, me sento na cadeira e ali me afundo de verdade.

Nunca senti uma dor tão grande, uma dor agonizante.

Não tinha Dylan e nem o Foster para me ajudar.

(...)

- Eu não matei ninguém! - Insisto. O delegado que estava sentado a minha frente fazia inúmeras perguntas no qual se eu não estivesse totalmente atenta me colocaria em uma situação bem pior.

- Então, por que estava naquele clube? - Seus estavam atentos a todos os meus movimentos, seus braços estavam cruzados e ele se encostou na cadeira já cansado de tudo aquilo.

- Eu já disse, me mandaram uma mensagem me ameaçando.

- Quem está te ameaçando? - Ele pergunta. Não tem um rastro de qualquer tipo de emoção em seu rosto.

- Eu não sei. - Soluço. Coloco as mãos sobre meu rosto e choro. - Eu estou sendo ameaçada a um tempo, a pessoa me obriga a fazer coisas ou me ameaça dizendo que vai falar coisas de mim por aí.

- Que coisas?

- Sobre antigos relacionamentos, brigas que já tive. Além de criar suposições para me jogar contra as pessoas. Eu não faço ideia de que tipo de joguinho é esse.

- Por que não veio a polícia quando tudo isso começou? - Pergunta. Seus olhos estavam cerrados, eu sabia que ele não estava acreditando em uma se quer palavra minha.

- Porque eu estava sendo perseguida. - Suspiro nervosa. - Eu fui atacada na minha casa, enquanto meus pais estavam viajando. Também fui atacada numa noite quando estava voltando para casa de um encontro com as minhas amigas, tem vezes que eu estou em algum lugar sozinha e vejo uma sombra humana passando rapidamente por perto.

- O que mandaram você fazer naquele clube?

- Eu recebi uma mensagem falando que se eu quisesse salvar uma pessoa que era do meu conviveu antes e descobri que mandava as mensagens, eu tinha que ir lá.

- Quem é essa pessoa que você tinha que salvar? - Sua atenção redobrou, ele parecia bem interessado agora.

- Dylan Sanders. - Digo. - Ele foi meu antigo professor de literatura.

- Por que logo você? Tiveram algum caso?

Suas perguntas atingiram o ponto certo e por alguns minutos fiquei em silêncio sem saber o que dizer. Se eu falasse muito e colocasse detalhes me colocaria numa situação difícil e me tornaria culpada de inúmeras coisas, mas se eu também evitasse falar, ficaria numa situação mais complicada ainda.

Comecei a entrar em um conflito comigo mesma, meu sangue fervia e meu corpo não parava de tremer.

- Vocês tiveram um relacionamento? - Novamente ele pergunta.

- Não, não tivemos nada. - Minto. - Ele foi um grande apoio no meu colegial, foi um excelente professor, esteve do meu lado quando estava passando por problemas como esses, fiquei num estado de tanto medo que não conseguia me concentrar e as minhas notas caíram e ele foi conversar comigo e me ajudou bastante. Foi somente isso, e não foi só comigo, ele ajudava todos os alunos, tinha amor pela sua profissão, por isso que muitos gostavam dele, até mesmo os pais.

- Estaremos investigando tanto isso que está acontecendo, como também essa sua situação atual. - Ele se levantou, e saiu da sala me deixando ali sozinha.

Mas por outro lado eu sabia que não estava sozinha, em minha frente tinha um grande espelho e eu sabia que por ali eles estavam me observando.

Eu não sabia nem que alguém tinha morrido naquele lugar. Fui na intenção de me livrar daquela situação e acabei me envolvendo em uma pior.

Clube Da Meia NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora