Dez

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O líquido quente descia pela minha garganta e queimava tudo, um calor gigantesco crescia em meu corpo.

Era uma sensação nova.

Eu estava adorando aqui, me sentia finalmente livre para me soltar pelo menos uma noite da minha vida antes que eu me arrepende-se.

Dylan estava sentado em uma mesa atrás da nossa, de vez em quando eu pegava ele olhando para nos, mas logo disfarçava.

Seu olhar gélido não era uma coisa boa, eu precisava fazer com que ele se soltasse.

- Já volto. - Me levantei, comecei a andar de propósito por onde estava cheio de pessoas e fui em direção a sua mesa.

Passei ao seu lado fingindo que não tinha visto ele com clareza, dei algumas voltas e voltei novamente para sua mesa para fingir que cumprimentava-o.

Pude perceber que Lucy encarava curiosa a situação, me mantive um pouco distante dele, falei algumas coisas e logo me despedi.

Voltei para minha mesa, as meninas conversavam sobre algo que eu nem fazia ideia, sorri discretamente para Lucy e tomei mais um pouco da bebida que fazia meu corpo arde.

- Vamos dança? - Sugeriu Lucy.

Neguei e disse que estava com meus pés doloridos, elas deixaram suas bolsas comigo e foram para a pista de dança animadamente.

Meghan era a mais louca dali, ela pulava, gritava e jogava os cabelos de um lado para o outro.

Susan era a mais tímida, ela dançava de uma forma mais discreta, com passos lentos quase perceptíveis.

Amy era a que inventava passos, ela inventava um passo novo na pista e as meninas tentavam segui-la. Sempre era assim.

Lucy era a que não estava nem ai para como elas dançavam, ela só ligava em como ela dançava e se alguém garoto bonito notava. Seu jeito de dança sempre foi de uma forma mais sexy, ela mexia sua cintura provocantemente, mexia em seus cabelos e olhava para as pessoas intensamente.

Eu no caso, não era assim, eu sabia me soltar na pista, porém, não me sentia bem me mostrando tanto, me sentia uma idiota tentando chamar atenção ou provocando algum garoto, era capaz deles rirem de mim.

- Será que agora eu posso falar com você ou vou ter que fingi que não te vi? - O gelo de suas palavras me atingiram em cheio.

Dylan estava sério, meus olhos eram apenas raiva.

- Eu sinto muito. - Tentei segura sua mão, mas no momento que meus dedos tocaram as costas das mãos dele, ele as tirou.

- Quando eu disse que isso era uma péssima ideia, eu falei sério.

- Eu sei. - O arrependimento nem se quer bateu na porta, ele arrombou a porta.

- Não, você não sabe. - Por mais que a música estivesse alta, eu podia saber que ele estava gritando. - Você está ai bebendo, curtindo sua noite. E eu? Eu estou numa droga de mesa, sozinho!

- Dylan, eu vou concerta isso, ok? - Me levantei e tentei chega perto dele, mas ele se distanciou.

- Concerte isso quando você estiver livre das suas amigas. Eu estou indo embora.

(...)

Já havia deixado várias mensagens e ligado inúmeras  vezes e nenhum sinal de vida.

Dylan estava começando a me deixar preocupada.

Eu não conseguiria sair desta maldita balada tão cedo, as meninas não desgrudavam de mim e já estavam fora de si.

Alguém precisava ficar de olho nelas.

- Depois você corre atrás dele, é momento de se diverti. - Lucy para se diverti bastante com aquilo.

- O que você está insinuando? - Segurei em seu braço impedindo que ela desse mais um passo.

- Eu entendo que você gosta dele e tudo mais, porém, não acho que você seja o suficiente.

Aquilo tinha me atingido em cheio, era como se eu tivesse levado um soco no estômago.

Meu ar sumiu completamente.

- Qual é Alissa, ele com certeza gosta de meninas que tem atitude, que se solta. - Sorriu maliciosa. Ela se aproximou de mim, aproximou sua boca de meus lábios e sussurrou:

- Ele deve gosta de meninas selvagens.

Ela estava gostando do que estava fazendo comigo, ela estava querendo me quebra em inúmeros pedacinhos como da última vez.

Ela gostava disso, porque ela sabia que podia me manipular depois.

Ela sabia que só assim tinha o controle sobre mim, era desta forma que ela tinha o poder sobre as outras.

Com mentiras.

Com invenções.

Com manipulação.

Quando tomamos conta, já estamos no meio de uma bagunça, estamos envolvidas até o pescoço.

- Você não sabe nem da metade do que ele gosta. - Meu ódio saiu em cada palavra, era como se saísse faísca.

- Não tenho tanta certeza.

- Então me responde uma coisa. - Me aproximei dela lentamente. - Por que ele não está com você?

- Porque eu não quero quebra seu sonho de princesinha. - Ela se sentia vitoriosa.

- Por que ele não está aqui com você em vez de ir embora?

- Porque eu não quis, se eu tivesse ido falar com ele, você acha mesmo que eu não estaria aqui com você agora? - Sorriu.

Eu a odiava.

- Sabe o que eu acho? - Sorri fracamente dando mais um passo em sua direção. - Que você não tem capacidade, se você acha mesmo que ele ficaria com você em vez de mim, vai lá, tenta e veremos quem consegue o que.

Seu sorriso morreu naquele instante, ela me encarava com ódio puro, seus olhos poderiam me fuzilar ali.

Ela se aproximou de mim como se estivesse ponta para atacar, mas eu sabia que ela não teria coragem.

Dito e feito.

Lucy indireitou sua postura, olhou para as meninas na mesa que gritavam nossos nomes e sorriu para elas como se nada tivesse acontecido.

Eu estava surpresa com tudo que tinha acontecido ali.

Um pouco tonta pela adrenalina.

Não estava acreditando que eu tive forças para tal coisa.

Pela primeira vez eu tinha desarmado Lucy Underwood.

Me sentei na mesa com as meninas, observava cada uma delas virando seus copos e fazendo caretas, enquanto a bebida descia ardendo em suas gargantas.

Lucy olhou para mim seriamente e voltou seu olhar sereno e angelical para as meninas.

- Até amanhecer. - Disse as meninas alegres pelo álcool.

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