Catorze

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Nova York
14:58 pm

Fechei meu armário sem muito ânimo para nada, naquela tarde minha cabeça martelava e tudo que eu precisava era descansar.

As meninas conversavam uma ao lado da outra, enquanto pegavam suas coisas em seus armários. Não conseguia me encaixar naquele tipo de conversa já que elas falavam o tempo todo de garotos que estavam afim ou que estavam ficando.

Lucy estava no fim do corredor jogando todo seu charme em cima dos jogadores de basquete.

Segurando sua mochila de cor rosa com bichinhos de pelúcia como chaveiros, em seu ombro. Com a mão direita ela mexe em seus cabelos para chamar mais atenção ainda.

Seu sorriso encantava eles.

Um batia no ombro do outro enquanto a encaravam como se quisessem devora-la.

Aqui era ridículo!

Caminhei em passos largos até onde ela estava, sem dizer qualquer palavra segurei em seu braço e a puxei para que saísse de lá.

Os garotos ficaram me encarando sem entender o que estava acontecendo, assim como as meninas.

- Você está ficando maluca. - Esbravejo. Eu poderia muito bem deixá-la ali, se virando com um bando de garotos, mas para ser sincera, aquilo não estava nada sem legal.

- Me solta. - Ela puxou seu braço do aperto da minha mão. - Estou garantindo o nosso final de semana.

- E como pensa que está fazendo isso? - Questionei. A minha paciência já estava no limite. - Acha que vai garanti nosso final de semana dando em cima daqueles garotos?

- Não estava dando em cima de ninguém, apenas estou conseguindo convites para uma festa. - Se recompôs. - Se você não sabe, eles são populares e descobri que vai ter uma festa de alguns amigos deles que já estão na Universidade.

Bufei irritada. Aquilo não iria da certo, toda vez que tentávamos algo novo dava algo de errado e alguém se prejudicava.

- Qual é Alissa, é só uma festa. - Ela sorriu convencida.

- Sei.

- Se o seu problema é medo de que uma de nos empurrassemos um garoto em cima de você, pode fica tranquila. - Ela me encarou com aquele olhar de inocência. - É bom que sobra mais.

Vadia!

Sai dali o mais rápido possível, dando as costas a ela. Se eu ficava mais tempo ali, era capaz de perde meu controle.

Não poderia perde meu auto-controle, senão seria capaz de fazer alguma besteira.

Algo que não teria volta.

Nunca!

(...)

Foster já tinha dado por fim a sua aula de hoje e a grande maioria da sala já tinha se retirado.

- Vamos te esperar lá fora. - Kristen saiu juntamente com as meninas na companhia de Lucy.

Assenti.

Todas elas mereciam algo melhor. Cada uma delas era diferente por coisas simples, mas apenas em uma coisa eram todas parecidas. 'Não tínhamos o mesmo caráter que ela e não tínhamos o mesmo comportamento que ela'.

A popularidade já estava começando a virar algo de lado quando se tratava da forma como éramos tratadas. Por mais que em muitas das vezes acabavamos tendo algum tipo de desavença, Lucy sempre fazia questão de nos trata como se fossemos especiais, como se fossemos a Lucy para seu caminhar.

Sentíamos especiais diversas vezes.

Peguei minhas coisas e minhas folhas de respostas, caminhei até sua mesa e entreguei elas em suas mãos. Claramente ele evitou ter contato visual prologadamente.

Respirei fundo e sai da sala, porém, algo me prendia bem na frente da porta.

Meu corpo queimava por atenção dele.

Voltei para sua sala e parei novamente na frente da sua mesa, encarei a ele, mas nada saía da minha boca. Os olhos dele estavam sobre mim me tirando o foco.

- Posso ajudá-la, senhorita Scott? - Ele me encarava com as sobrancelhas arqueadas.

Meu ar havia sumido, as palavras tinham virado uma bagunça em minha cabeça e não sabia mais o que eu estava fazendo ali.

Não tinha ideia de como puxar um assunto com aquele homem que a cada momento carecia odiar mais ainda aquela escola.

A pressão ali começou a fica maior e sufocante, não fiz outra coisa a não ser sair daquela sala as pressas, mas ainda escutando o meu nome em sua boca.

Porra Alissa!

Você só ia agradecer pelo que ele fez por você.

Andei em passos largos pelo corredor no meio das pessoas ali que estavam a todo vapor indo embora. Empurrei a porta do banheiro feminino com forma e me apoiei na pia.

A vergonha começou a me bater com força, meu rosto estava vermelho e tudo que eu conseguia pensa era no noite em que estava alterada.

Não conseguiria olhar em seus olhos novamente se eu descobrisse que em meu momento de embriaguez pude ter tentado algo ou falado algo.

Não me recordava de quase nada.

Sentia como se eu tivesse passado o maior mico da minha vida, minha consciência me torturava, enquanto eu só conseguia pensa que tinha feito alguma besteira.

Droga, Alissa!

Em meus momentos de bebedeira digo tantas coisas e faço tantas coisas que tem gente que até se assusta.

Só a pura vergonha em pessoa.

Me olhava no espelho e só conseguia imaginar a minha pessoa bêbada, falando besteiras no ouvido de Foster e rebolando em seu colo.

Por incrível que parecesse e mais bizarro possível, aquilo tinha mexido comigo.

Imaginar ele se deliciando com meus movimentos e com a minha voz, me fez arranca um suspiro.

Eu era a vergonha com mistura de desejo.

O corpo ardia, mas a mente gritava para correr.

Eu era um desastre.

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