Trinta.

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New York
18:23 pm

Três dias depois.

Descobri tudo aquilo tinha me arrasado, eu perdi a minha identidade e a minha essência.

Não era mais a mesma Alissa, não tinha mais alegria e nem ânimo para nada.

Henry foi a única pessoa que eu permiti estar perto de mim por esses dias, me afastei das meninas e mal respondia as ligações e mensagens. Agora ele era diferente, era o único que tentava me distrai o tempo inteiro, que puxava assuntos, me mostrava músicas e vídeos.

Apesar de que muitas das vezes não presta atenção no que ele dizia, Henry tinha paciência e não ficava me perguntando o que estava acontecendo.

Eu ficava boa parte do meu tempo no quarto, deitada e fingindo que ninguém existia. Meus pais viviam me chamando para fazer algo, mas eu recusava e inventava alguma desculpa.

As mensagens por um tempo pararam, mas as ligações da Lucy e do Dylan não paravam se quer um segundo.

Durante esses três dias que se passaram, passei a procurar algumas passagens de avião pela internet na tentativa de sumir um pouco de tudo aquilo e não ter mais notícias de ninguém.

Já tinha terminado o ensino médio é tudo que me restava era procura uma faculdade ou me afunda num mundo de nada.

- Vamos passa em algum lugar para comer? - A voz de Henry preenche todo o carro me tirando de meus pensamentos.

- Claro.

Tinha aceitado sair com ele depois de tantas vezes que ele me chamou, mas não era um encontro, era apenas uma tentativa de sair do quarto e esquecer as coisas ruins que estava acontecendo.

Henry parou em frente a uma cafeteria, saiu do carro e foi abrir a porta para mim. Agradeci com um sorriso meio sem graça.

- Vamos? - Ele parou na porta de entrada e estende a mão para mim.

- Vou fica te esperando aqui.

- Tudo bem. - Ele sorriu animadamente.

Me encosto na vitrini e fico olhando os tipos de doces nos quais faziam. Mas a minha atenção saiu totalmente dos doces e foi para dois pares de olhos nos quais eu conhecia muito bem.

Dylan estava com a Lucy só outro lado da vitrini, ela parecia animada com os doces no qual estava escolhendo e ele estava com uma cara de tédio, porém, quando me viu, seu olhar mudou para tristeza e surpresa.

Não fiquei muito tempo olhando os dois, me dava raiva, ódio e nojo. Preferi esperar Henry dentro do carro, seria mais fácil para que depois Dylan não me visse mais.

(...)

- Desculpa o atraso, peguei trânsito. - Foster dizia, enquanto se sentava em minha frente.

Tomei coragem e mandei uma mensagem pedindo para que ele me encontrasse num restaurante mais afastado.

Precisava tira essa história toda a limpo e só conseguia quando ouvisse todos os lados.

Não ache que eu estava de boa com toda essa relação, porque eu não estava. Qualquer mulher em meu lugar já tinha ido bate na Lucy e no Dylan, mas eu não conseguia fazer isso, não sem as repostas que eu queria.

Assim que eu tivesse as repostas que precisava, tiraria a história a limpo com a Lucy e não seria nada bom para o lado dela.

- Não vamos demorar, isso só vai depender do que você me responder. - Me encosto em minha cadeira e cruzo os braços.

- Tudo bem, pode começar. - Sorriu, sem muito se importa.

- Por que disse ao Dylan que tínhamos ficado? - Fui totalmente direta. Os olhos dele arregalaram e ele tomou um grande gole da água que tinha na taça em cima mesa.

- Porque ele precisava saber. - Ele diz como se aquilo fosse óbvio. - Eu fiquei com a namorada dele, acho mais que justo ele saber disso por mim do que por outra pessoa.

- Você acha que tinha esse direito? - Minha voz sai alta demais. Um casal que estava na mesa ao lado nos olha. - Você acabou com o meu relacionamento e conseguiu acaba com meu bem estar.

- Acredite em mim, minha intensão não é vê-la nesse estado, pois eu vejo o quanto está sofrendo. - Suspira e da de ombros. - Essa história não vem mais ao caso, aconteceu algo e não posso mais ficar em cima de você com isso tudo. Eu realmente sinto algo por você e lutaria por algo que poderia ter futuramente, porém, problemas surgiram e me manterei longe.

-  O que aconteceu para que esse milagre acontecesse? - Pergunto ríspida. Ele revira os olhos com a minha atitude e modo de falar.

- Aparentemente não tenho tomado os cuidados necessários e uma garota está grávida. - Sua voz sai amarga. Ele não aparentava ter nenhum sentimento pela pessoa.

Foster, era cruel.

- Quem é a garota?

- Me surpreende não saber, já que vocês andavam para cima e para baixo no colégio. - Ele arqueia as sobrancelhas. - Eu andei com a Lucy e agora ela está grávida. Isso que dá beber de mais, te aconselho a nunca beber, pode perde a sua vida e ser mãe de repente ou perde a única pessoa no qual gostou verdadeiramente.

Eu estava em choque, não conseguia dizer mais nenhuma palavra.

Lucy havia andando com Thomas e com o Dylan ao mesmo tempo. O filho poderia ser do Dylan ou não, mas de qualquer forma tínhamos acabado.

Não havia mais esperanças!

Não dava para viver num relacionamento frustrado, onde eu ou ele se sentiriam inseguros da fidelidade um do outro.

Meu celular começa  vibrar em meu bolsa da blusa, novamente eu sabia quem poderia ter me mandado aquela mensagem.

A pessoa no qual estava me torturando com aquela maldita perseguição, sempre estava a um passo de mim.

Alguém deveria estar informando-a, ou era alguém extremamente próximo a mim. Era tão difícil descobrir ou se quer desconfiar de algo nessas alturas do campeonato.

Já comprou o seu presente para o bebê?
vai o meu. até a mesa vazia aos fundos.

Me levanto de meu lugar e caminho até a mesa vazia.

Em cima da mesa estava uma caixa de tamanho mediano, e dentro tinha dois pequenos macacões verde e rosa, com detalhes e uma mensagem neles escrita:

A minha mãe é uma ladra de namorados.

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