Três.

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New York.
09:32 am

- O que você acha, Alissa? - Perguntou uma das meninas me tirando de meus pensamentos.

- Acho sobre o que? - Perguntei confusa.

- Depois eu que sou lerda. - Riu. - O que você acha da ideia de uma festa esse sábado? - Kristen parecia bem animada com isso, seu sorriso branco poderia parar uma rodovia sem problema algum.

- Parece ser legal. - Sorri sem muito interesse. - E onde pensa fazer?

- Na casa do Lucas. - Seus olhos brilhavam ao falar o nome do namorado. Brega!

Tomei um gole gigante de água e fingi que estava animada com aquilo, quando na verdade não conseguia ver uma pessoa de blusa preta sem senti arrepios de medo.

- Você vai, ne? - Lucy se sentou junto de nós duas com seu pedido em mãos.

- Não sei gente. - Dei de ombros. - Não estou muito afim de festas.

- Qual é, já ouvimos isso varias vezes e no final você sempre termina bebada e rebolando no colo de algum garoto. - Riram.

- Dessa vez não! - Digo ruborizada.

- Sabemos. - Deram uma piscadinha e riram juntas me deixando mais vermelha.

- Eu preciso passar na biblioteca antes da aula, depois encontro vocês. - Peguei minha bolsa e sai apressada do refeitório.

Eu poderia jurar que elas me olhavam como se eu estivesse louca, afinal nunca tinha reagido dessa forma quando o assunto era uma de nos bêbadas.

Só que eu precisava fica um momento fora de todo aquele falatório e vergonha aléia. Já era o suficiente ouvir aquelas coisas e ainda vê-las rindo como se aquilo fosse algo engraçado. Nunca mais bebo!

Caminhei pelos corredores em passos largos e rápidos, as pessoas ali andavam de um lado para o outro, grande maioria mexendo em seus armários colocando e pegando livros. Faltava mais o menos quinze minutos para tocar o sinal e mais uma aula emocionante começar, então, a maioria dos alunos já se preparavam com seu materiais postos, enquanto terminavam seus assuntos.

Subi os degraus apressadamente para o segundo andar, segurava com força o corrimão pois não era tão habilidosa com as minhas próprias pernas, o que me rendia bastante quedas e arranhões desnecessários.  O que me rendia bastante lembranças.

Triste era o fato de que todos desta maldita escola já viram um tropeçam meu ou então as minhas épicas caídas.

Vergonhoso Alissa!

O segundo andar estava praticamente vazio, assim mesmo, como a biblioteca.

Atrás de um pequeno balcão de arenito, estava uma senhora, de cabelo castanho com poucos fios brancos, se encontrava fazendo anotações numa espécie de caderno velho.

Assim que empurrei a porta de vidro e entrei, ela me olhou seriamente como se eu estivesse atrapalhando algo importante para ela.

Dei um pequeno sorriso me desculpando e fui em direção aos romances mais antigos.

De pratilheira em pratilheira, fui procurando um livro que me chamasse a atenção. Passava a ponta do meu dedo indicador sobre os livros ao mesmo tempo que eu lia os títulos.

Mas algo ali estava errado.

Um pequeno envelope lilás com detalhes discretos em dourado estava no meio de dois livros de Vladimir Nabokov.

Assim que o peguei, meus olhos passaram a analisar cada detalhe, além do meu nome escrito em letras bem pequenas.

Olhei de um lado para o outro sem entender nada, tinha a esperança de que tivesse alguém ali que pudesse saber de algo, mas estava tudo vazio.

A senhora não estava mais sentada onde eu tinha visto a alguns minutos atrás.

Dentro do envelope tinha uma folha branca dobrado com todo cuidado, ao desdobra-lo, pude ver que se tratava de uma parte do meu diário.

Frases ali escritas por mim estavam destacadas com marca texto em amarelo e verde chamando totalmente a atenção.

Joguei tanto o envelope quanto a folha do meu diário dentro da bolsa e sair as pressas da biblioteca.

O sinal toco enquanto eu descia as escadas com certa dificuldade devido a ela está úmida.

As portas dos armários estavam sendo fechadas e os alunos ali corriam apressadamente para a próxima aula.

Suspirei nervosamente e caminhei em meio ao pessoal com a cabeça baixa e de braços cruzados.

Não conseguia pensar em alguém que pudesse está fazendo isso e nem no motivo para isso.

Alguém estava me perseguindo.

Já invadiu duas vezes a minha casa e agora estava me ameaçando com uma droga de papel que eu mesma escrevi.

Passei por Lucy e por Kristen sem fala nada com elas, mesmo eu sabendo que pelo sorriso que Lucy me dará, ela tinha algo muito entusiasmante para me contar.

Me sentei no mesmo lugar de sempre, no fundo, ao lado da grande janela. Kristen se sentou na fileira ao meu lado e Lucy com apenas um olhar expulsou o garoto que sentava em minha frente.

- Vai começar a melhor aula de todas. - Disseram juntas.

Thomas Foster.

Um professor extremamente lindo, aparentemente na casa dos vinte e oito anos, cabelos castanhos e olhos do mesmo.

Mantinha sempre sua aparência imponente em sala e não duvidava nada que era da mesma forma fora dela.

Ele era um dos professores mais respeitados por todos, pois não tolerava brincadeiras e nem comentários exagerados que não fosse sobre o tema que ele estava passando.

Sua seriedade acabava quebrando totalmente a beleza que ele tinha, fora que ele parecia ser uma pessoa cheia de mistérios, alguém que não parecia contar seus segredos.

Sr. Foster estava sempre bem arrumado, com uma calça social que deixava bem a mostra sua coxas definidas e uma camiseta social que abraçava perfeitamente seu corpo.

Nada nele era exagerado!

Sua voz grosso chamava a atenção de todas as meninas daquela sala, claro que sempre tinha aquela que queria se jogar em cima dele, porém, ele as cortava rudemente.

A matéria de biologia, pelo menos na parte teórica, nunca tinha sido tão interessante depois que surgiu esse professor nos dando aula.

Antes era o Sr. Wilson.

Um homem de meia idade, com problemas de alcoolismo e que gostava muito de dar cantadas nas alunas no final do período.

Ele explicava bem, sabia ser um professor dentro da sala, mas teve que se afastado após gravarem ele pegando uma aluna no banheiro dos professores.

Eu não reclamava nem um pouco pela troca de professor.

Só que o Sr. Thomas poderia sair de seu papel de homem cheio de mistérios para ser um professor mais divertido.

Eu queria conhece-lo mais a fundo, mas duvido inteiramente que ele deixaria que eu tivesse tal privilégio.

Suspirei tristemente me afundando em minha cadeira e tentei ao máximo focar no que ele estava dizendo.

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