Gyeongpo Sunrise Festival

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Localizada na província de Gangwon, a cidade de Gangneung fica apenas duas horas e meia da capital da Coreia do Sul. Edurante cada segundo da viagem de Seul até Gangneung, Dong-Wook aproveitou todas as oportunidades que tinha para dar sustos em mim e na Seo-Jin. Nem depois que desembarcamos na plataforma e fomos até a saída dos táxis ele deu descanso para a gente.

— Não estamos indo para Busan e você não é o Gong Yoo! — minha prima se exaltou depois da décima vez que ele a agarrou pelos tornozelos, grunhindo feito um zumbi.

— Só estou tentando deixar as coisas mais animadas — ele respondeu nos ajudando a colocar as mochilas no táxi. — É com essa animação que vocês planejam virar a noite e ainda aguentar ficar acordadas para o Sunrise Festival?

— Shhhhhhhhhh! — Estiquei o meu pescoço o máximo que consegui e varri todo o perímetro até me certificar de que Dong-Yul não estava por perto para ouvir. Como todo estraga prazeres profissional, era de se esperar que ele brotasse à simples menção de um pouquinho de diversão proibida. — Você consegue imaginar o que o seu irmão vai fazer com a gente se desconfiar do que estamos tramando?

— Ai meu Deus, ele está aqui? — Seo-Jin enfiou a cara na mochila, como se aquilo bastasse para camuflá-la na multidão.

Por um milagre Gong Dong-Yul não estava por perto e por outro maior ainda ele não viajou com a gente. Yul teve que vir mais cedo com Kyang Joon e acabou ficando por aqui. Então nós três viemos sozinhos de trem.

— Relaxa Seo-Jin. Aparentemente a sua prima é tão paranóica quanto o meu irmão. — Com um gesto delicado, Dong-Wook abriu a porta do táxi e esperou até que estivéssemos acomodadas para completar: — Com um gênio difícil assim nosso noivado terá muitas emoções.

— Te enxerga menino!

Quando chegamos na casa da avó dos Gong, o sol já tinha tingindo o céu com tons de laranja e rosa, dando sinais de que estava pronto para ir embora. Apertei o meu casaco contra o corpo para me proteger da brisa gelada que vinha do oceano e esperei pacientemente enquanto Dong-Wook lutava com suas coisas para encontrar a chave.

Notebook, meias, blusas e cuecas foram atiradas no chão só para, depois de quase meia hora de busca, ele se lembrar que tinha deixado as chaves no bolso interno do casaco.

Quando entrei entendi porque Dong-Wook não tocou a campainha, não tinha ninguém em casa esperando por nós.

A única coisa que tinha ficado para trás tinha sido o seguinte bilhete:

"Espero que tenham feito boa viagem. Yul e eu estamos passeando com Kyang Joon perto dos navios de guerra. Se quiserem, vocês podem se juntar a nós depois que comerem.

Com amor, Vovó."

A maioria das pessoas se sentiriam ofendidas por não serem recebidas com toda pompa e circunstância, mas eu fiquei aliviada. Era uma chance a menos para eu pagar algum mico qualquer.

— Eu devia saber que isso aconteceria — Wook resmungou baixinho.

O rosto dele continuava o mesmo, mas alguma coisa em sua postura corporal havia mudado. Seus ombros pareciam mais caídos, seus gestos menos enfáticos e infantis. Senti um impulso inexplicável de consolá-lo.

— Podemos encontrá-los agora se você quiser... Não estamos com tanta fome assim — menti, indo contra os protestos silenciosos do meu estômago.

— Não seja boba. Você está com tanta fome que até parece mais magra. — O sorriso brincalhão voltou para o rosto dele, mas o brilho não chegava até seus olhos.

Conexão Seul [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora