Um jantar (nada) amigável

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Quando Sang-Woo me levou de volta à casa dos meus tios, a lua já estava alta no céu e todas as luzes das outras casas da rua já estavam acesas. Ao longo do caminho, eu senti o corpo dele vibrar por causa de crises de riso e, conforme nos aproximávamos, elas iam se tornando mais fortes e mais constantes.

— Por que você está tão animado com a ideia de dar uma lição em Yul? — gritei por cima do vento pouco antes de começarmos a desacelerar para finalmente estacionarmos em frente ao meu destino final.

— É que o ele sempre foi tãããão certinho — Sang-Woo respondeu enquanto me ajudava a descer da moto. — Digamos que eu sempre aguardei ansiosamente a pessoa que chegaria na vida dele para deixar as coisas um pouco mais selvagens. É muito cansativo ser sempre o filho malvado que é comparado ao menino perfeito.

Dito isso, Sang-Woo retirou meu capacete e entrelaçou os dedos nos meus cabelos me trazendo tão perto que eu pude sentir sua respiração em meu rosto.

— Yul é tão previsível. — Sang-Woo acariciou o meu rosto e colocou uma mecha de cabelos rebeldes atrás da minha orelha. — Ele acha que eu não posso vê-lo, mas consigo enxergar os olhos dele, aliás, consigo enxergar todo o contorno da silhueta dele de onde ele está.

A ideia de flagrar Yul de tocaia, me esperando para inventar algum motivo para me dar bronca e pôr fim na minha noite com Sang-Woo fez o sorriso que já estava no meu rosto se alargar um pouco mais.

— Viu? Você já está entrando no clima — ele sussurrou pouco antes de plantar um selinho casto em meus lábios. — Agora vamos, vou te entregar nas mãos dos seus tios e ganhar mais alguns pontos com a sua avó.

Antes de entrarmos, Sang-Woo olhou na direção da janela da sala e acenou para Yul. Quando segui a direção na qual ele acenou só vi a cortina balançar ao ser fechada às pressas.

Para a minha surpresa, quando abri a porta de casa, a primeira pessoa que pulou em cima de mim com uma bronca daquelas presa no gatilho foi Seo-Jin.

— Por que você tem um celular se não atende? — Ela balançou o aparelho na minha frente mostrando as dezenas de tentativas de contato que fez comigo ao longo do dia.

Só então, o motivo da fúria voltou à superfície da minha memória e me atropelou feito um trem: a audição de Dong-Wook para a S.M. tinha sido hoje e eles provavelmente já sabiam o resultado.

Agarrei Seo-Jin pelo ombro e comecei a agitá-la, torcendo para que meus gestos transmitissem a mensagem para a qual eu não conseguia achar as palavras.

— Ele passoooooooooooooou! — ela gritou em resposta, passando os braços ao meu redor.

Quando ouviu os berros da minha prima, Dong-Wook veio saltitando até nós. Ele estava tão feliz que senti como se uma aura especial brilhasse ao redor dele.

— Noona, você está olhando para o mais novo trainee da S.M. Entertainment! — Dong-Wook abriu os braços, pronto para o abraço que ele sabia que viria (felizmente todos se adaptaram bem ao meu costume de abraçar as pessoas que eu amo com a delicadeza de um coice de cavalo). — Eles disseram que se eu me dedicar de verdade, tenho chance de debutar em uma das subunits do NCT.

— Aaaaaaaaaaaah! Eu Sabia que você conseguiria, Dong-Wook! Estou tão orgulhosa de você. — Dei um último aperto nele e baguncei seus cabelos antes de me afastar.

— Você e Seo-Jin estavam certas noona — Dong-Wook disse esbarrando seu ombro de leve no da minha prima. — Levar o Yul foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.

— Sério? — Instintivamente busquei a presença de Dong-Yul na sala. Ele estava sentado na cadeira ao lado da janela, fingindo estar distraído demais para prestar atenção na conversa, mas sua postura tensa e o modo como a cabeça dele estava inclinada em nossa direção denunciava a farsa. — O que ele fez?

Conexão Seul [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora