Uma visita inesperada

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Em muitos momentos bons da minha vida, me peguei me perguntando se aquilo seria o verdadeiro significado da felicidade. Se aquele era um momento que ficaria gravado na minha memória para sempre. Mas aqui, nessa cabine de Karaokê apertada, com os olhos de Yul me devorando não havia espaço para perguntas.

Basta olhar par ele para saber que eu já tenho a resposta.  

—  Nós temos mesmo que ir?

Eu, que estava com meus braços ao redor do pescoço de Yul, me aproximei ainda mais e colei minha testa na dele.

Eu tenho —  ele disse fechando os olhos para não ter que me encarar. — Você não precisa fazer isso por mim, você sabe..

Ele sempre fica esquisito quando falamos sobre os encontros às cegas que a avó do mal arruma para ele. Principalmente depois de como ele se sentiu desconfortável ao me ver saindo com Joon-Young ( mesmo que tenha sido apenas como amiga).

— É, mas, se eu for, o seu encontro termina muito mais rápido. O que significa que nós teremos mais tempo juntos.  

Não seria em público, porque a parte fundamental do nosso "namoro" às escondidas é a descrição. Mas com tantos Karaokês espalhados por Seul, as opções de lugares discretos para nossos encontros são dos mais variados..

Yul tomou as minhas mãos nas dele e beijou-as várias vezes.

— Tudo bem, mas se você char que isso é demais para você... Isso não precisa continuar.

O novo encontro seria no mesmo lugar que o primeiro. Isso foi um pedido meu. Não queria que vários dos lugares mais incríveis de Seul fossem maculados pela imagem de Yul tendo um encontro com outra garota. 

Dei a ele alguns minutos de vantagem antes de entrar no restaurante. A garota de hoje à noite é tão linda quando a do último encontro. Será que a avó do mal tira essas mulheres de algum tipo de catálogo? A impressão que eu tenho é que ela chega na banca de jornais e pede a última edição da "Solteiras Mais Cobiçadas da Coreia so Sul!" e seleciona as mais incríveis para esses encontros.

Estou tentando me preparar psicologicamente para o dia em que Yul vai pedir para eu não interromper o encontro.

Mas não posso pensar nisso agora.

Arrumei minha postura e marchei decidida até os dois. Como combinado, Yul fingiu não perceber a minha presença e continuou examinando o cardápio. Como eu previ, a mulher não conseguiu fazer o mesmo.

  — Com licença, sr. Gong Dong-Yul? —  A surpresa de Yul por me ouvir sendo tão formal com ele foi genuína. —  Desculpe o incômodo, mas meu sunbae mandou que eu  lhe entregasse o roteiro do piloto e que não saísse daqui sem ele ter sido lido e comentado.

— Você só pode estar brincando... —  com uma performance digna de um Oscar, Yul jogou o cardápio na mesa quase derrubando os copos de água e as taças de vinho.

Se antes a moça estava chocada com o fato de exigirem que ele trabalhasse em uma noite de fim de semana, agora ela estava assustada com a súbita aurea de agressividade de Yul.

Abri a boca para continuar o nosso teatrinho, mas fui interrompida pelo toque do meu celular. Era como se estivéssemos sendo observados e minha intervenção notada. O número que apareceu no meu visor fez o meu sangue gelar e toda a cor fugir do meu rosto.

MÃE.

A minha mãe NUNCA me liga no meu celular porque é uma fortuna. Então por que desperdiçar esse dinheiro quando podemos nos falar de graça todos os dias via Skype.

Conexão Seul [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora