Meu 1º encontro às cegas - parte 2

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Existe um ditado popular que diz: enquanto eu não acho o certo, me divirto com os errados. Acho que posso me dar ao direito de usar um pouco de licença poética e transformar em algo como: enquanto o certo age como um bobão, eu me divirto com os errados.

Você não achou que eu passaria os próximos dezoito meses com dor de cotovelo, né?

Bom, eu sempre tive certeza de que logo algo interessante apareceria para mim. Mas nem em meus sonhos mais loucos imaginei que seria TÃO interessante assim.

Quando chegamos na calçada, quase pulei de felicidade por ter apostado em um look mais confortável em vez de usar algum vestido ou saia. Isso porque, assim que Sang-Woo soltou a minha mão ele caminhou a passos firmes em direção a uma moto vermelha gigantesca, deu um tapinha no banco de couro e disse:

— Espero que não se importe de começarmos a tarde com um pouco de emoção. — Com um sorriso travesso no rosto, ele me passou um dos capacetes que estavam presos à moto e me ajudou a subir. — Preparada para o melhor primeiro encontro às cegas da sua vida?

— Nasci pronta — respondi ao baixar a viseira do capacete e fechar meus braços ao redor da cintura de Sang-Woo segundos antes de nós sairmos acelerando.

Apesar de o inverno já ter chegado ao fim, o vento frio provocado pela velocidade em que estávamos me forçou a colar o meu corpo ao dele em busca de calor e proteção.

Quando chegamos em Gangnam, Sang-Woo subiu com sua moto na calçada e seguiu direto para uma garagem gigantesca.

Se este fosse um encontro às cegas qualquer, essa seria a hora em que eu mandaria um pedido de socorro pelo Kakao Talk para todas as pessoas que eu conheço.

— Não se preocupe — ele disse com um sorriso ao perceber o meu nervosismo. — Meus funcionários estão aqui. Juro que você vai sair inteira desta etapa do nosso encontro?

— Etapa?

Sem dizer mais nada, Sang-Woo pegou a minha mão e me guiou até uma gigantesca porta de madeira. Do outro lado havia o restaurante coreano mais lindo e refinado em que já coloquei meus pés.

O salão era tomado por diversas mesas de madeira nobre, todas decoradas harmonicamente, com as toalhas coordenando perfeitamente com um conjunto de louças impecável e alguns arranjos delicados. A cozinha parecia ter saído direto de um filme. Vários balcões com tábuas e facas disputavam espaço com fornos, fogões, fritadeiras e panelas de todos os tipos e tamanhos.

— Não sei se sua vó postiça te contou, mas minha família trabalha no ramo alimentício. Bem... eles vendem enlatados e fast food. Mas aqui, no meu restaurante, eu prefiro usar alimentos frescos e fazer o melhor da tradicional culinária coreana.

— Não seríamos bons filhos se não nos rebelássemos às vezes.

— E como você se rebelou? — Sang-Woo me perguntou enquanto me ajudava a colocar o avental e indicava a pia onde eu poderia lavar as mãos.

— Escolhi fazer faculdade de cinema em Los Angeles! — A minha resposta acendeu um brilho de curiosidade nos olhos de Sang-Woo. — Quero atrasar meu primeiro período para setembro do ano que vem. Ainda estou esperando a resposta deles, mas sei que vai dar tudo certo.

— E o que você vai fazer até lá?

— Estou escrevendo um drama para a KBS. Este fim de semana eu e o resto da equipe vamos a Jeju... — me interrompi no meio da frase porque percebi que não sabia porque Yul queria que eu fosse para Jeju. Também me lembrei que nenhum contrato foi assinado então, talvez seja melhor não criar muitas expectativas em Sang-Woo em relação a isso. Nunca se sabe quando o humor de Yul vai mudar.

Conexão Seul [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora