Conexão Seul [COMPLETO]

O passado e o futuro

Por causa do estado de saúde delicado de Princesa, ela, Samurai e todos os seus filhotes ganharam passe livre para habitar a casa de Yul por mais duas semanas até finalmente voltarem para seu lar em Ilsan. Kyang Joon, mesmo de castigo por ter sido expulso da escola, nunca foi tão feliz em sua vida.

Ele acordava cedo para alimentar, passeava com o Samurai e ajudava Seo-Jin, Yul, a avó do mal e eu a cuidar de tudo o mais que eles pudessem precisar. Yul, por sua vez, contava nos dedos os dias em que ainda teria que cuidar dos bichinhos.

O fato é que, mesmo com toda ajuda recebida, ele ainda é o adulto que trabalha até dez horas por dia, toma conta do irmão mais novo (pra quem ainda está procurando uma nova escola que o aceite), estuda, arruma tempo pra mim, cuida da casa e ainda alimenta e passeia com os cachorros. E, por mais que ele diga que não se incomoda, eu sei que os filhotes choram a noite inteira na cabeça dele, transformando uma boa noite de sono em um sonho distante.

Some isso à preocupação constante com o Dong-Wook, que  desde que se mudou para o alojamento da SM quase não dá notícias e você tem o "pacote estresse" mais que completo.

Mas não se preocupe! Todo esse cansaço e correria têm uma ótima recompensa.

Como meus tios e a avó do mal sabem que o coitado está soterrado de coisas para fazer não ficam ligando o tempo todo, nem nos incomodando quando eu vou para a casa dos Gong.

— Yul, nós podemos cancelar esse jantar se você quiser — falei pela milionésima vez enquanto ele lutava contra o sono para encontrar o casaco perfeito para o nosso encontro duplo com Sang Woo e Joon-Young.

 — Sem chance! Da última vez eu concordei em assistir um filme em casa com você eu dormi antes mesmo do fim dos créditos de abertura. —  Sem discutir, ele pegou a carteira, as chaves do carro se virou para mim e completou: — Tenho certeza de que Sang Woo vai falar tanto que vai ser impossível pegar no sono na mesa de jantar.

Ele tentou piscar para mim de um jeito brincalhão, mas acabou dando o maior bocejo do mundo.

— Tudo bem, mas eu dirijo. 

— Seo-Jin —  ele chamou. Minha prima gentilmente aceitou tomar conta de Kyang Joon e dos cachorros para que tivéssemos essa noite de folga. —  Aqui estão todos telefones para os quais você pode ligar se precisar de alguma coisa. 

— Meus pais estão a metros de distância e provavelmente vão arrumar alguma desculpa para dar uma checada em como eu estou a cada dez minutos. Não se preocupe. —  Enquanto falava, a minha prima praticamente nos empurrou porta afora.

Fingi que não percebi quando Yul cochilou no carro e peguei o caminho mais longo até o restaurante em que Sang Woo e Joon-Young estariam nos esperando. Eram apenas alguns minutos de descanso, mas eu faço o que posso para cuidar desse namorado teimoso. 

Quando estávamos nos aproximando aumentei o rádio um pouquinho. Apenas o suficiente para fazer com que ele acordasse a tempo de se recompor.

— Por acaso agora você também é escalado como ator em filmes de zumbi? — Sang Woo provocou Yul assim que nos aproximamos. — Olha só essas olheiras! Até parece que você tentou passar sombra na parte errada do olho.

Como era de se esperar, Sang-Woo não poupou saliva na hora de falar da cara amassada de Yul, comparando-o com as criaturas mais asquerosas do cinema.

— Se você continuar me dando todo esse amor e atenção, Joon-Young vai ficar com ciúmes —  ele rebateu, fazendo com que o colega de trabalho encarasse o próprio colo enquanto corava feito um pimentão.

Se percebeu, Sang Woo escolheu ignorar.

— Implicar com você é um dos meus charmes. May não gostaria tanto de mim se eu te desse colheres de chá.