Conexão Seul [COMPLETO]

#PartiuJeju

— Então é assim que você faz — concluí erguendo a banana em que tinha acabado de colocar o preservativo. — Vai, agora é a sua vez!— Joguei um pacote fechado de camisinhas e um pepino para Seo-Jin mas, em vez de apanhá-los, ela desviou de tudo, se jogou na cama e cobriu a cabeça com um travesseiro.

— Aaaaaaaaa por quê você está fazendo isso comigo, unnie?

Contive a risada que estava prestes a escapar, me levantei e entreguei tudo na mão da minha prima. Eu sabia exatamente como ela estava se sentindo, pois vivi exatamente a mesma cena quando minha mãe decidiu que era hora de me dar uma aulinha de educação sexual.

— Fazendo isso o quê? Ensinando você a aproveitar os prazeres da vida sem descuidar da saúde ou correr o risco de engravidar?

— Aaaaaa paraaaa eu quero morrer! Sai daqui!

Seo-Jin tentou esconder seu rosto com o travesseiro novamente, mas eu fui mais rápida e atirei ele longe antes que ela pudesse cobrir as bochechas vermelhas.

— Eu sei que o seu namoro com Dong-Wook está caminhando a passos de tartaruga, mas meu bom senso me impede de ignorar que vocês dois terão a casa ao lado vazia, sem supervisão de adultos por quinze dias. — Seo-Jin arregalou os olhos como se tivesse percebido pela primeira vez. — Coisas podem acontecer e, quero que você saiba como se proteger caso decida seguir adiante.

Coloquei as camisinhas e os legumes no colo da minha prima e disse:

— Só saio daqui depois que você conseguir colocar três sem rasgar ou estourar o preservativo.

Eu sei que fazer isso provavelmente significa quebrar trezentas milhões de regras do clã Yujin e, se eu for descoberta, provavelmente vou cair na lista negra da família novamente. Mas alguém desta casa precisa acordar e perceber que não estamos mais na década de 50 e que é melhor estar prevenido que arrependido.

— Como você pode ser tão boa nisso? — minha prima perguntou depois da terceira tentativa frustrada.

— Ué, praticando! — Ao ver a expressão de choque na cara dela apressei-me a explicar: — Calma, não é taaaanta prática assim. Só transei com alguns garotos. Mas antes disso, minha mãe me fez dominar essa técnica — expliquei erguendo meus legumes devidamente protegidos no ar.

— AlgunS?

— Primeiro teve o Tomás — perdemos a virgindade juntos —, depois uns dois ou três que não tiveram muita importância. E não, Yul e eu nunca fomos além de alguns beijinhos e uma ou outra sessão de amassos. Mas sabe de uma coisa? Não me arrependo de nada do que fiz! — Estiquei a mão até a minha agenda e entreguei um cartãozinho para Seo-Jin. — O que me lembra que você tem uma consulta marcada com a minha ginecologista coreana. Não faça nada antes de ir até lá.

Depois de dez tentativas, Seo-Jin finalmente conseguiu cumprir a tarefa. Bem na hora que Yul bateu na porta do quarto para me ajudar a descer com as malas.

— Não se esqueça do protetor solar — Seo-Jin se levantou e colocou um chapéu de praia na minha cabeça, ignorando completamente o fato de que nós estávamos no fim do inverno e que as possibilidades de eu chegar perto de um raiozinho de sol são tão grandes quanto a de ela e Dong-Wook usarem a caixa de camisinhas que eu escondi debaixo do travesseiro dela. — E, se resolver fazer as pazes com Yul, lembre-se das aulinhas que você acabou de me dar.

— Seo-Jin! — Agora foi a minha vez de ficar corada.

— Finalmente! — Dong-Yul exclamou quando eu abri a porta do quarto para ele. — Tudo pronto?