Capítulo 12

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Bruna narrando.

Ando sem rumo pelas ruas do Rio de Janeiro e só então acho uma pracinha e me sento ali desabando por completo. Chorava, chorava feito uma criacinha abraçada em meus próprios braços.

Nunca pensei que Lucas reagiria daquele forma, tão infantil, querendo tirar o próprio filho. Pensei que ele seria mais maduro e me apoiaria.

Mas não preciso dele, não preciso dele ao meu lado. Vou ter esse bebê e vou criar ele sozinha, tenho o apoio de mamãe e de minha amiga e isso que importa. Vou conseguir um emprego pra nos sustenta e creio que lá na frente estarei com minha vida bem sucedida e com meu filho ou filha do meu lado. Não precisava dele.

Fiquei ali naquela praça até escurecer e meu estômago ronca e me implorar por comida. Levanto dali e chamo por um táxi que passava.

Pago a viagem e abro a porta de casa entrando e me jogando no sofá, passo a mão pela minha barriga e sorriu fraco, não dava pra acreditar que tinha um bebê crescendo ali, um bebezinho que  iria dar todo o meu amor pra ele.

-Oi bebê, é a mamãe. Eu te amo viu? E vou cuidar muito bem de você, não vou te abandonar nunca, você agora faz parte de mim. Não liga pra aquele idiota lá, ele não sabia o que estava falando quando me pediu pra eu te tirar, nunca vou fazer isso e sim ao contrário, vou te amar muito._Sinto a vontade de chorar vim novamente mas engulo, não derramaria mais uma lágrima a parti de hoje.

Tomo um banho visto algo confortável e desço, vou até a cozinha e encontro o jantar pronto, mamãe deve ter feito quando chegou, e agora deve está na casa de Ricardo. Como aquela feijoada com tanto gosto e repito mais uma vez, agora estou comendo por dois não é mesmo?!

Escuto a suada da porta ser aberta e um ser entrar na cozinha cheia de sacolas na mão.

-Oi!_Beija meu rosto.-Como está meu netinho?

-Bem._Digo bebendo meu suco de laranja.

-Olha só o que trouxe, não resisti quando vi._Ela abre uma das inúmeras sacolas e tirar de lá uma peça de roupa minúscula, e quando pego sinto meu coração se encher de amor.

Era uma ropinha de bebê, um macacão todo branco com um ursinho desenhado no canto esquerdo. É lindo.

-È lindo mãe._Digo emocionada.

-È. Vou mimar muito esse meu netinho!_Diz rindo e me arranca um sorriso também.-Iai? Como foi lá? Como ele reagiu?

-Não muito bem..._Respirei fundo e comecei a falar. Mamãe escutava tudo atenta e com os olhos marejados.-...não pensei que ele fosse reagir assim, mas não vou tirar meu filho, nunca faria isso! Eu já amo muito esse grãozinho, não ligo se ele não assumir, esse bebê não precisa dele. Tenho a senhora do meu lado, me apoiando, e isso já é tudo, não vou desistir dele._Termino de falar e mamãe se levanta e me abraça apertado.

-Estou orgulhosa de você Bruna. Está sendo responsável e assumindo seu erro, está sendo madura e se tornando uma linda mulher! Não desista mesmo do seu filho, nunca! Nunca pensei que Lucas iria agir assim, e falar essas coisas, o achava tão maduro e agora ele aji assim, com tanta infantilidade. Vamos cuidar desse bebê juntas, okay?_Assenti ainda abraçada a ela.

-Obrigada mãe.

-Ah, já ia esquecendo.Trouxe isso aqui também, achei super fofo._Ela tira da sacola um conjuntinho.-Ai já estou planejando tanta coisa Bruna. Olha essa..._Escutava e via tudo que mamãe me mostrava com um sorriso bobo nos lábios.

Vi algumas roupinhas que ela comprou e amei todas, são muito fofas e até imaginei meu bebê em uma dessas roupinhas. Desejei boa noite a mamãe e subi pro meu quarto, estava com sono e cansada. Mas antes de dormi recebi uma ligação de Amanda, que estava eufórica querendo saber de tudo.

Contei tudo a ela que começou a xingar Lucas e dizer que vai até lá da na cara dele, mas depois ela se acalmou e me disse palavras confortantes. Encerramos a ligação e tentei dormi, mas não consegui, apesar de está com sono.

Pensava. Pensava no futuro, agora serei mãe. Ficava imaginando como seria esse bebê, será que puxaria mais pra mim ou pra Lucas? Que puxe mais pra mim!

Me remexo na cama ainda com meus pensamentos no futuro e logo o sono vai me pegando.

***

Chego na escola e me sento na última carteira, não demorou muito e Amanda entra na sala como um furacão.

-Oi meus amores!_Se senta e amarra os longos cabelos cacheados.-Como estão?

-Com sono, esse bebê triplicou meu sono.

-Ah, é normal. Como tá o bebê da titia? Vou te encher de presentes meu amor!_Ela coloca a mão na minha barriga e fica fazendo carinho.

-Ele nem nasceu e já está sendo tão mimado, se ele ficar chato vou dá pra vocês criarem!_Digo e ela rir.

-Ele não vai ser chato, vai ser bem esperto, vou ensinar um montão de coisas a ele. Tipo dá na cara das inimigas._Ela diz e eu dou risada.

A manhã passou normalmente, tivemos todas as aulas e quando deu o horário nos liberaram, ainda bem que só falta três meses pro ano acabar. Me despedi de Amanda e a mesma disse que ia lá mais tarde conversa comigo e mimar um pouco seu sobrinho.

Sigo meu caminho até em casa mas ao virar uma esquina tropeço em alguém fazendo com que sua enorme bolsa caia no chão.

-Ai, olha por onde anda sua idiota, quase que estraga a minha bolsa de marc...Bruna?_Encaro aqueles olhos azuis com meio quilo de maquiagem e sorriu com sarcasmo.

-Oi Pricila, quanto tempo, como está?

-Ótima querida._Ela me olha dos pés a cabeça.-Tá gorda em, um regimezinho cairia bem, olha só como eu continuar magra não vê?

-Vejo, vejo sim. Vejo também que não mudou sua cara de puta, continua a mesma._Ela começa a ficar vermelha.

-Olha a boca guria, não vem falar assim comigo.

-Falo como eu quiser. Agora me dá licença._Ia embora quando ela pegou em meu braço me puxando, me soltei rapidamente e olhei em seus olhos.

-Você viu meu amorzinho, o Lusquinha?

-Não. Quero que ele se foda, igual você. Tchau!_E saio dali batendo o pé.

Menina chata.

Grávida Do Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora