Capítulo 1

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                Bruna narrando.

-Oi._Disse sentando ao seu lado.

Desde quando cheguei aqui reparei nesse menino. Sempre quieto e sozinho, ninguém queria falar com ele. Então tomei coragem e fui, podíamos ser amigos.

-Oi._Respondeu baixo.

-Meu nome é Bruna, e o seu?

-Lucas.

-Vamos ser amigos Lucas?_Entendi minha mão pra ele que olhou pra ela e depois pra mim.-Calma, eu sou legal.

Ele deu um sorriso de canto e apertou minha mão.

-Amigos!._Falamos juntos.

E lá sem vão doze anos de amizade. Eu com 17 e ele com 20.

E nesse momento estou brigando com ele pelo controle da tv.

-Lucas me dá o controle.

-Não, venha pegar._Escondeu em baixo dele.

-Ah não, pelo menos coloca em um desenho ou série, não quero assistir menstruação de vacas!

"Vacas e outros animais não mestruam, quando estão no cio surge um pequeno fluxo de sangue que não passam de minutos de escorrimento assim facilitando a entrada dos espermatozóides."_Dizia o repórter.

Olhei pra ele que fazia cara de nojo e mudou de canal colocando em um desenho.

Deitei em seu colo e logo ele começou a mexer em meus cabelos. Seu carinho é tão bom.

Passamos a tarde assim. Era tão bom ficar com Lucas.

Desde aquele dia na creche não nos separamos mais, ele era tão grudento que passei a chama-lo de grude.

Éramos inseparáveis, mesmo quando o pai dele viajava a negócios e o levava pra ficar em um hotel com os empregados disponíveis a ele todo o momento ele me levava, e eu, não perdia tempo e já arrumava as malas.
Minha mãe amou Lucas e ficava chamando ele de genro o tempo todo, mas quando Lucas começou a namorar ela mudou seu conceito.

Lucas mora só com o pai e uma penca de empregados, mas a que ele tem mais afeto é Lê, que é praticamente da família e cuida dele desde quando nasceu. Ela é um amor.

A mãe dele morreu quando ele tinha cinco anos de idade, e nem uma foto da mãe ele tem. O pai dele fez uma limpeza na casa e mandou queimar todas as fotos, roupas e pertences de sua mãe, assim me contou Lê.  Lucas cresceu mais revoltado com tudo, pois não "conheceu" a mãe, nem ao menos lembra seu rosto.

O pai dele é um chato, um advogado ransisa que não dá atenção pro filho e impõe regras sobre o mesmo.

Lucas sempre fez de tudo pra agradar seu pai, sempre tirou notas boas, esforçado, nunca deu um desgosto se quer a ele mas parece que ele não percebe e ignora Lucas,que mais vive aqui em casa do que lá, naquela enorme mansão.

Isso me revolta muito. Vejo como Lucas se esforça pra fazer algo que seja do "agrado" de seu pai, mas ele não reconhece e o ignora completamente.

-Vai fazer algo amanhã a noite?

-Não._Respondi atenta ao desenho.

-Vamos numa festa. É aniversário de um colega da faculdade e ele disse que pode levar um acompanhante!

-Loira azeda vai tá lá?

-Ah esquece a Pricila, Bruna, mesma que ela esteja lá ignora, vamos apenas aproveitar a festa e nos divertir!

Pricila é a ex namorada do Lucas. Oh menina chata, aquela voz dela de cabra fanha me dava uns nervos.

"Ai amor, mô, eu quero aquele esmalte, vai mô, Lusquinha gostosinho compra pra mim?"

Aaah!

Ela me odiava, assim como eu odiava ela. Ela me empatava de ver Lucas e o lerdo lá cego de amor não percebia isso, ela até me ameaçou dizendo que era pra eu me afastar do Lucas por que ele era só dela senão eu ia ver, pegaria meus cabelos e iria passar na zero.

Invejosa!

Até que o otário ai foi corno, pegou ela cavalgando em cima do amigo na sua própria casa. Rir muito nesse dia mas tive que fazer o papel de boa amiga e consolar ele.

-Tudo bem, vem me buscar que horas?

-As nove, e não se atrase. Você é muito lerda._Bati forte em seu braço.-Ai, só falei a verdade bichinho.

Bichinho.

Sorrir fraco com ele me chamando assim e lembrei o porque.

Em uma dessas viagens que o pai de Lucas fez e o levou (pra ficar infurnado no hotel) eu fui também e causei um enorme prejuízo com comida. Acho que nem as passagens de ida e volta e o hotel saiu tão caro quando todas as comidas que pedi. Em um mês que passamos eu engordei três quilos.

Mas estava feliz. Gorda e feliz.

E Lucas passou a me chamar de bichinho desde então.

-Tô afim de comer pizza, vou pedir uma que tal?

-Duas, tem que ter uma extra.

Ele rir e pega o telefone.

-Alô...boa tarde gostaria d...hã? Não, não quero ajudar as feras tristes...sim. Anal?!Oral?! Gira o que? Talvez outro dia moça, não, eu quero uma pizza de calabresa e outra de quatro queijos...ah nossa desculpa, não sabia que era um brega, tá cabaré, eu sei senhora é antigo o nome mas...casa de putas e acabou. Se fuder.

A essa altura eu já gargalhava muito.

-Pede ai essa porra.

Jogou o celular em cima de mim, respirei fundo e liguei, dessa vez pra pizzaria. Não demorou muito e as pizzas chegaram, peguei duas latinhas de refrigerante e fomos comer.

-Cada dia me surpreendo com seu apetite Bruna.

Ele estava falando isso pois comi praticamente toda a pizza de quatro queijos, só ficou uma fatia e meia enquanto Lucas só tinha comido três fatias da de calabresa.

Sorrir fraco pra ele e voltei a comer.
O celular de Lucas toca ele faz uma cara da espanto e atende. Em poucas palavras do tipo "uhum, okay, estou chegando" ele encerrou a ligação e me olhou.

-Desculpa Bruna mas tenho que ir.

-O que aconteceu?

-Meu pai me ligando, disse que quer ter uma conversa seria comigo. Tchau bichinho, nos vemos amanhã?

Assenti, ele beijou minha cabeça e pegou as chaves do seu carro e saiu.

Fiquei no tédio ali e resolvi dormi mas antes ajeitei algumas coisas.

Tomei banho e coloquei uma roupa folgada deitando na cama. Peguei meu celular e fiquei mexendo nas minha redes sociais até receber uma mensagem de mamãe.

"Filha troquei de platão com uma enfermeira aqui ou seja, mais uma noite fora. Me desculpe bebê, amanhã pela tarde já devo está ai. Te amo!!!"

E mais uma noite sozinha.

Não conseguir dormi porque o vício foi maior.

Grávida Do Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora