Capítulo 30

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               Bruna narrando

Me surpreendi quando o vi. Estava tão diferente. Seus olhos que antes eram tristes e escuros estavam calmos mas, continuava sem brilho.

- João..._Sussurro seu nome. E pela primeira vez pude ver um sorriso em seus lábios.

- Oi Bruna!_Diz meu nome baixo e olha pra minha barriga que estava descoberta.- Posso entrar?_Assinto

Ele entra e se senta no sofá. Fecho a porta e me sento a sua frente.

- Onde está o Lucas?_Pergunta após um tempo em silêncio.

- Foi na empresa, mas não vai demorar!_Digo baixando minha blusa fazendo com que cobrisse minha barriga, ele olhava fixamente pra lá.

- Está...está com quantos meses?_Me surpreendo com sua pergunta.

- Oito!

- Já sabe o que é?

- Sim! É um menino.

- Como se chama?

- Guilherme._Ele arregala os olhos após dizer isso e novamente vejo aquele sorriso torto de segundos atrás.

- Era o nome do meu pai!_Diz e assinto. Sabia disso. O avô de Lucas morreu em um acidente de carro, eles eram muito apegados, lembro-me bem dele.

- Eu tentei vir, mas não conseguir, não tinha coragem de falar com ele. Sou um fraco!_Olho pra ele sem entender.- Queria ver meu filho se casando! Vi por fotos, ele parecia bem feliz._O tom de sua voz era triste. Parecia armadurado.

- Esperamos por você..._Falo e ele assente olhando em meus olhos.

- Cuida do meu filho pra mim Bruna, ele te ama e vejo que esse sentimento é recíproco. Te peço perdão também, eu te julguei muito antes de saber quem você realmente é, você mudou meu filho! _Lhe dou um sorriso sincero. Não acreditava que estava ouvindo isso dele, fiquei feliz.

Lucas amava o pai. Só era amargurado por ele não lhe dá atenção, por sempre o rejeitar, por não está presente em sua vida, por ser tão frio.

- Olha..._Ele aponta pra minha barriga. Guilherme estava mexendo. Olho pra João.

- Quer sentir?_Pergunto.

Ele pondera um pouco mas se levanta e agacha em minha frente. Pego sua mão e coloco em cima da minha barriga, Gui parou de mexer mas, ao sentir o toque do avô começou a chutar bem forte. Dou risada e João me olha.

- Ele está mexendo pra você João!_Digo. João sorrir abertamente e faz carinho em minha barriga.

Nesse momento a porta é aberta e Lucas adentra mas para ao ver tal cena. João levanta rápido e para quando ver o filho. Lucas olha pra mim e pro pai, ele estava tão surpreso quanto eu. Sai dali, eles precisavam de um momento a sós. Vou pro quarto e me deito na cama, tomara que eles se entendam.

               Lucas narrando.

Não gosto de mentir pra Bruna, mas foi por uma boa causa. Não fui a empresa, fui encontrar com o pessoal da faculdade, estávamos planejando um chá de bebê supresa pra ela, Amanda deu a idéia e faríamos na próxima semana.

Não demorei muito lá e logo voltei pra casa. Queria ficar com meus amores. Cada dia que passava sua barriga crescia mais e adorava sentir meu filho mexer. Bruna está cada dia mais linda, como amo minha mulher. Passei numa padaria e peguei pãozinho de queijo mineiro, sei que ela ama isso, continua um bichinho.

Chego em casa e quando entro paro ao ver uma cena. Não acreditava que ele estava aqui.

Meu pai estava agachado perto da Bruna e tocava em sua barriga desnuda onde meu filho mexia. Ele levantou rápido ao me ver, avia mudado muito. Bruna sai dali e vai pro quarto. O que ele veio fazer aqui?

- Lucas..._Diz baixo.-.. preciso te falar algo.

Me sento e espero ele falar.

- Eu, eu queria te pedi perdão meu filho. Quero te pedi perdão pelo péssimo pai que fui, por ser tão ausente na sua vida, por culpar você de algo que não teve culpa alguma, por não reconhecer tudo o que você fazia e faz, por sempre te rejeitar, não lhe dá carinho, amor e a atenção que você merece. Eu te rejeitava tanto, te queria longe de mim o tempo todo pois te culpava pelo que aconteceu, mas, com o tempo eu fui vendo que estava completamente errado. Te peço perdão também por esconder algo de você..._Fecha os olhos e chora, pela primeira vez vejo meu pai chorando.- Sua mãe ela...ela não morreu. Ela fugiu Lucas, simplesmente fugiu e nos abandonou, não me pergunte porquê, dessa vez eu não tive culpa de nada, ela deixou uma carta na sua caixa de brinquedos onde dizia isso e pediu que não lhe contasse que te abandonou, que inventasse outra coisa pra você. Naquele momento eu não soube o que fazer, me vi sem chão, fiquei me perguntando como te criaria sem mãe, e pra mim, achei melhor te criar sem um pai também. Eu fui um tolo em pensar assim filho, me desculpe. Eu tenho tanto orgulho de você Lucas, tanto. Por ter se tornado essa pessoa maravilhosa, ter se tornado um homem responsável, com 21 anos de idade está comandando uma empresa melhor do que eu, está construindo sua família, tenho orgulho de tudo isso. A única coisa que eu quero é que você me perdoe por isso, agora você tem sua família, seja pra esse bebê o pai que eu não fui pra você, seja presente, lhe dê atenção, amor, e sempre tenha orgulho dele. Fico feliz por tudo que você conquistou. Eu te amo muito filho.

Não tenho ódio do meu pai, nunca tive. Eu apenas era revoltado, mas ódio, rancor, eu não guardo. Eu amo meu ele e independente de tudo, se ele me desprezou, se fez ausente em minha vida, ele continua sendo meu pai. É claro que iria o perdoar, o que mais quero nesse mometo é que ele se faça presente, não só na minha vida como também na do neto.

Agora eu sabia de toda a verdade, ela não morreu, está viva, apenas me abandonou. E todos esses anos eu ia aquele cemitério e chorava em seu "túmulo". A admirava, mesmo não tendo a "conhecido". Agora sim eu sentia raiva, raiva por ela ter feito isso comigo.

Pela primeira vez o vi chorar, pela primeira vez ouvir ele disse que sente orgulho de mim e que me ama. Pelo visto ele realmente avia mudado.

Ainda assimilava suas palavras, cada parte do que ele disse eu processava. Daria o que ele tanto pedia. Quero meu pai ao meu lado.
Ele se levanta e levanto também, o vejo abrir seus braços e dá um pequeno.

- Eu ainda me lembro do abraço de urso, e sinto saudades!_Abro um sorriso. È claro que o perdôo.

Abraço ele. O mesmo me apertava em seus braços, escuto ele chorar. Parceria arrependido. Espero que ele mude, eu sempre tive a certeza de que um dia ele iria mudar, e agora presencio isso. Paramos aquele abraço e é quando Bruna desce as escadas. Ela para e abre um sorriso ao nos ver, acho que já sabe o que aconteceu.

Agora sim, não existia felicidade maior. Minha família está completa, claro que falta minha mãe, a Lê. A considero assim desde que a outra me abandonou, quando a chamava de mãe ela me repreendia, dizia que ela nunca tomaria o lugar da minha verdadeira mãe, mas é claro que pra mim, ela já tomou esse posto. Tudo estava perfeito.

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Oi gente! Mais um cap procês!

Agora só o que falta é essa bênção de Internet voltar pra poder posta os capítulos. Acho que vou pular o muro da vizinha e rotear a senha.

Votem e comentem!

Grávida Do Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora