Capítulo 20

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     Heloise se sentia ridícula. Acabara de passar por uma das situações mais constrangedoras da sua vida. Ficara sozinha, literalmente, pois Broo e Ed como fizeram no bar do tal Caleb, a deixaste abandonada.

Talvez seus amigos acharam que ela e Colin iriam continuar conversando e então aproveitaram da deixa para sair de perto. Sabe-se lá para onde.

Quando correra para fora da casa, enxugou algumas lágrimas nas bochechas e andou até uma árvore, onde se escorou por um tempo. Algumas garotas da San Geiger passaram e a cumprimentara, pouco importando se Heloise estivesse bem ou não. Heloise mal respondera, apenas passou a mão pelos cabelos e a imagem de um minuto atrás volta em sua cabeça.

Sabia que não deveria confiar tanto em Colin, afinal de contas era um descendente Campbell. E mesmo que ele suplicara a Heloise de que era diferente do pai em todos os aspectos, ela não sabia mais nada. Claro que Colin não era tão pretensioso como Cosmo, mas ela não podia se quer olhar para Colin e por um breve momento não se lembrar do porque odeia tanto o seu pai. Parecia que o destino sempre tratava de pregar uma peça nela, de maneira que nunca podia encontrar alguém real ou sem descendências que odiara.

Mas por que depois de tudo isso Heloise sentia um aperto esmagador no peito como se Colin tivesse enfiado as mãos em seu coração e o arrancasse fora? E por que depois do que houve entre eles, a aproximação, a distância, o sentimento, ela sentia que estava traindo alguém?

A verdade era, despropositalmente, que Heloise não estava se permitindo a ninguém. Todas as noites se pegava sonhando com Colin, mas no meio do romance o príncipe desconhecido aparecia para conquistá-la novamente e ameaçava Colin, a deixando indecisa do que fazer. Por fim acordava assustada com a garganta tampada e respiração falha.

Como conseguiu se apaixonar por um cara desconhecido e não esquecê-lo e se ver olhando diferente a um outro cara que conhecia mas a fazia mal? Não, Colin não a fazia mal, apenas a deixava mal por motivos inexplicáveis, até mesmo para ela.

Heloise funga algumas vezes. E repentinamente uma presença a tira de seus pensamentos um tanto, possessivos.

  — Achei que a festa fosse lá dentro. — comenta Alex com seus braços voltados atrás das costas.

Heloise se vê surpresa por ele estar ali, mas rapidamente força um sorriso e passa a palma da mão desajeitadamente nas bochechas, sem parecer que estava tão arrasada.

  — Eu só... — ela engole em seco. — Me senti um pouco mal e... vir tomar um ar.

Alex lança um olhar curioso para os olhos de Heloise, que estavam vermelhos por choro, mas aos olhos de alguém como Alex poderia ser por bebida.

  — Bebeu não foi? — ele solta.

  — Na verdade não. — Heloise responde sincera. — Só refrigerante.

Os dois se põem a abaixar o olhar e fitar algo qualquer. Heloise olha para seus tênis bege enquanto Alex cruza seus braços sobre o peito.

  — O que faz aqui sozinha? — ele pergunta com uma leve arqueada na sobrancelha.

  — Meus amigos estão lá dentro. — responde Heloise um tanto irritada. Odiava que a deixavassem sozinha em lugares tão tumultuados.

  — E já que não está gostando, porque não foi embora?

  — Eu só queria... sei lá... me divertir um pouco? — ela encara os olhos tão escuros de Alex.

Ele se aproxima dela, com uma distância respeitável, e sorri.

  — Façamos um trato garota da máquina. — começa. — Você entra comigo lá para dentro, bebemos alguma coisa e se continuar se sentindo mal, vamos embora.

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