Capítulo 37

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     Heloise mal espera Colin parar o carro e já abre a porta agarrando a barra de seu vestido, levantado-a para facilitar a corrida. Colin sai em seguida, batendo a porta forte e gritando-a.

Ela não conseguia ouvi-lo, não conseguia respirar conforme queria, nem ao menos conseguia enxergar perfeitamente com as vistas tão turvas pelas lágrimas que brotavam neles.

Em frente sua casa estava uma ambulância, juntamente com duas viaturas. Ela viu a porta completamente aberta e apressou mais os passos. Heloise passa por dois policiais, e um deles agarra seu braço.

  — Onde pensa que está indo? — pergunta com voz firme. Heloise sai do aperto do policial com desaforo.

  — É a minha casa... — e antes de mais nada ela dispara a correr para dentro, enquanto Colin fica junto aos policiais explicando que Heloise morava lá.

Ela se detém na porta. Então Heloise se agarra a estante ao lado para não cair. Leva a mão a boca e as lágrimas enfim caem por suas bochechas.

Dois paramédicos estavam sobre Margot imobilizando seu pescoço com o cordão servical, enquanto colocavam-na cuidadosamente sobre a maca. Heloise se arrasta sobre a mãe e chora. Ela puxa um berro do fundo de sua garganta que causa horrores aos ouvidos dos auxiliares.

  — Mãe?! — Heloise chama. — Mãe, fala comigo... Fala comigo mãe, por favor! — sua voz embargando-se pelo choro. — O quê que houve? Mãe... MÃE?!

Ela põe suas mãos sobre os ombros da mãe, que estava com olhos fechados e imóvel sobre a maca, em cima de seu peito esquerdo pendia uma mancha vermelha escura viva. Um dos paramédicos se aproxima de Heloise tentando contê-la.

  — Senhorita...

  — Mãe... — ela sussurra. — Mãe fala comigo, por favor! Não faz isso não... — o choro de Heloise se torna mais profundo, enquanto sacudia mais os ombros da mãe, impedindo os paramédicos de sairem. — Mamãe... está me ouvindo? Por favor, fala comigo...

Então ela se debruça sobre o peito da mãe, sem sentir sua respiração. O mesmo paramédico que se aproximara de Heloise, toca em seu braço tentando puxá-la.

  — Senhorita, deixe-nos fazer nosso trabalho. — ele diz. — Faremos o possível para salvar sua mãe.

Heloise gemia pelo choro e sentiu vontade de se jogar ao chão. Lentamente ela foi afastada da maca onde Margot estava, enquanto passavam para levá-la para a ambulância o quanto antes.

  — Isso não está acontecendo meu Deus. — ela sussurra ao que vê a mãe sendo levada.

Heloise então sai da sala seguindo a maca ao lado da mãe, avistando Colin que vai até ela. Ele a abraça sem dizer uma palavra, enquanto Heloise chorava incontrolavelmente, vendo Margot sendo colocada dentro da ambulância.

  — Eu quero ir com ela. — ela se desagarra de Colin e grita aos auxiliares. — Eu vou com a minha mãe. 

  — Não pode senhorita. — um deles diz impedindo-a de entrar.
Heloise sente a garganta arder.

  — Por que não? É a minha mãe. — ela fala chorando, enquanto tentava subir no automóvel. — Ninguém pode me impedir.

  — É um processo delicado e precisamos reanima-la imediatamente. Sua presença poderia nos desconcentrar.

  — Não. — ela grita. — Mãe? Eu quero ir com você...

  — Heloise... — Colin se aproxima dela pousando suas mãos em seus ombros.

  — Não. — repete Heloise. — Eu quero ir com ela. Me deixe ir com ela, por favor!?

  — Senhorita, mantenha-se distante por favor. — o mesmo homem pede. — Precisamos levá-la ao hospital já.

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